quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ninguém Durma



Alguém despediu-se deixando este poema e esta linda cena. Não sei o que fará de sua vida, espero apenas que suas convicções sejam firmes. Dizer, ou, receber um adeus é sempre algo doloroso.

Espero que de fato haja um dia para um reencontro.

Mar Adentro

"Mar adentro, mar adentro
e nesse fundo onde não há mais peso,
onde se realizam os sonhos,
se juntam as vontades
para cumprir um desejo.

Um beijo acende a vida
com um relâmpago e um trovão,
e em uma metamorfose
meu corpo já não é mais meu corpo
é como penetrar o centro do universo

O abraço mais pueril
e o mais puro dos beijos,
até vermo-nos reduzidos
a um único desejo:

Seu olhar e meu olhar
como um eco se repetindo, sem palavras:
mais adentro, mais adentro,
até mais além de todo o resto
pelo sangue e pelos ossos

Mas me desperto sempre
e sempre quero estar morto
para seguir com minha boca
enredada em teus cabelos"

Ramón Sampedro

Trilha Sonora
Música: Nessun Dorma
Artista: Puccini 

3 comentários:

Unknown disse...

Olá amigo

Vim agradecer sua visita e por me seguir també. Já estou te seguindo.

Bjo

Unknown disse...

wooow...

qui lindo!!! <3

beijo, de Portugal

Lidce disse...

Gostaria que seu amigo pudesse ler o que esses dois grandes filósofos falaram, e creia: o desespero não é uma coisa tão ruim, estou aprendendo com ele, e sei que outros podem.
"Nosso tempo seria o tempo do desespero. A morte de Deus, o perecimento das Igrejas, o fim das ideologias... Mas vejo nisso muito mais uma obra do cansaço. Por estarem decepcionados, crêem-se desesperados... Mas, se estivessem de fato desesperados, não estariam decepcionados. Nosso tempo não é o do desespero, mas o do desapontamento. Vivemos o tempo da decepção." André Comte-Sponville
Estou tentando terminar de ler esse livro há mais de 10 anos, sou mais "lentinha" até nisso! E outra do meu filósofo preferido o grande Nietzsche:
..) Não há vida verdadeira senão sonhada.
A filosofia é a verdade desse sonho, e o sonho dessa verdade. Ela não impede de ser infeliz, pelo menos no caso dos aprendizes que somos. Não dispensa de sofrer. Mas pode nos ensinar a felicidade. Porque esta nunca é dada. A felicidade não se deve ao acaso nem é um presente do destino. Não é, por exemplo, a ausência de infelicidade, sua simples negação. A infelicidade é um fato; a felicidade não. A infelicidade é um estado, a felicidade não. No limite: a felicidade não existe. É necessário, portanto, inventá-la.
A felicidade não é uma coisa; é um pensamento. Não é um fato; é uma invenção. Não é um estado; é uma ação. Digamos a palavra: a felicidade é criação. Mas essa criação não cria nada fora dela mesma. É uma práxis, diria Aristóteles, e não uma poese. Viver é criar sem obra. A filosofia é a teoria dessa prática, que seria a própria felicidade, se pudéssemos ter êxito. Em todo caso, podemos tentar, pois o próprio Spinoza, "o mais íntegro de todos os sábios", convida-nos a fazê-lo e nos acompanha nesse intento: "Embora o caminho que mostrei levar até lá pareça extremamente árduo, pelo menos podemos tomá-lo. Por certo, deve ser árduo o que é tão raramente encontrado. Como seria possível, se a salvação estivesse à mão e se pudéssemos percorrê-lo sem grande dificuldade, que fosse desprezado por quase todos? Mas tudo o que é belo é difícil, tanto quanto raro."
Desejo a seu amigo que nesse momento "um profundo sentimento de desespero" a vida ficará mais fácil. Bjs pra vc!