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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Gente



É gente humilde

que vontade de chorar…

Aqui perto de casa mora alguém

solitário... é logo ali na esquina.

Sempre que passo em frente a sua casa

eu aceno na esperança de ver um sorriso,

um olá, um aceno talvez, quem sabe...

Daí me lembro de Renato cantando “Gente Humilde”,

isso por sua vez me faz pensar e desconfiar cada vez mais, que a noite

é escura e sozinha para muitas pessoas neste mundo...
 
Canta Renato, pois a solidão é mesmo uma epidemia...

Vitrola: Renato Russo Cantando Gente Humilde (Ensaio)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

24 de Abril


Onde guardas tanto amor?
No fundo do armário? Em silêncio?
Milênios no ar...
Sábios em vão tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas
Poemas
Mentiras
Retratos...
Chico compôs uma canção memorável
Falando dos amantes
Dos encontros e desencontros dessa nossa vida
Corrida
Ligeira
Quase sempre com pouco afeto
Amor de menos
e perdas excessivas.
Vitrola: Chico Buarque – Futuros Amantes

quarta-feira, 8 de maio de 2013

No Tempo da Delicadeza



“Te amando devagar e urgentemente”…

As imagens de Paris, a música de Chico. A arte é inútil, mas me faz tão feliz! Porque a arte existe para que a nossa vida seja mais interessante do que a arte.
E assim eu sigo
À espera de encontrar
O tal tempo da delicadeza.

Vitrola: Chico Buarque – Todo Sentimento

domingo, 17 de março de 2013

Não se Apaga



É de fazer chorar…

Elis estende sua mão a César e canta:

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...

Uma canção dessas também não se apaga…

Vitrola: Tatuagem – Elis Regina

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Efêmeros Robôs




Olho pelas ruas
pessoas caminhando solitárias
cada qual com seu fone de ouvido
não querem mais ouvir a voz do outro
não conseguem mais conjugar Chico
‘olhos nos olhos
quero ver o que você faz...’

Parecem cansadas do barulho da metrópole
anestesiadas pelo toque na tela de seus smartphones
não precisam mais olhar nos olhos
preferem digitar seus sentimentos
deletar seus desafetos
escondem o brilho
ofuscam as relações
não conseguem mais
memorizar suas canções favoritas
seus momentos especiais
filmam tudo
gravam tudo
desperdiçam o sagrado
profanam o amor a vida
são quase os replicantes de Blade Runner
suas íris não contam mais sua história
o passado está armazenado
em Hd’s
não há mais
memória afetiva.

E eu sigo caminhando
esbarrando em robôs
efêmeros robôs...

Vitrola: The Style Council – Boy who cried wolf

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Bye, Bye, Brasil



Uma das minhas prediletas de Chico Buarque. Parceria com Roberto Menescal e composta para o filme homônimo de Cacá Diegues de 1979, Bye, Bye, Brasil conta a estória de um suposto diálogo em um telefone público a partir de indícios (bastante explícitos) como observamos nos versos:

"Baby, bye! Bye! / Abraços na mãe e no pai / Eu acho que vou desligar / As fichas já vão terminar...”.

Podemos ainda supor que exista uma estruturação típica de um diálogo em que só temos acesso à fala de um dos interlocutores. E o que esse interlocutor diz são coisas típicas de um viajante, relatos esparsos de suas aventuras ou do momento específico em que ocorre a conversa.

"Pintou uma chance legal / Um lance lá na capital / Nem tem que ter ginasial ou Tem um japonês trás de mim / Eu vou dar um pulo em Manaus / Aqui tá quarenta e dois graus...”.

E assim brincando com as palavras, envolta por uma harmonia que nos remete a estrada, Chico nos leva para a um passeio labiríntico.   

Vitrola: Chico Buarque – Bye, Bye, Brasil

domingo, 23 de setembro de 2012

Noites de Inverno



E por que reluto tanto em sorrir?
Talvez por achar triste os olhos da atriz?
Quem sabe eu não compreendi aquele diálogo de encontros e desencontros... 
Ah Sofia desculpe-me!
Pode ser também que aquele anjo torto tenha me dito:
Preste atenção,
no mundo nem tudo são flores,
Mesmo em dias lindos a tristeza ainda persistirá
os espinhos estão lá
expostos
às vezes escondidos...

E nessa noite de inverno não teime em suavizar os lábios
Seja com o vinho
Com o amor
Com a vida...

Deixa-a entrar
Os pagantes não exigirão bis.

Vitrola: Song for a winter's night – Gordon Lightfoot

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

É perigoso ser feliz...



É perigoso a gente ser feliz
A gente começa a achar tudo lindo, divino, maravilhoso
Nossos olhos não perdem mais certo brilho
Parece que achamos uma constelação...

É perigoso a gente ser feliz
Porque a gente começa a acreditar que todos são felizes
E se esquece do peixinho dentro daquele misero aquário
Solitário, mudo e quase invisível.
Ele está prestes a morrer
Será que mesmo assim ele sorriu?

É perigoso a gente ser feliz
Porque assim deixamos de ver aqueles que suspensos
Pairam sobre nós
À margem nas calçadas
No metro
Viadutos
nas praças escondidos
sobre seu único teto,
a imensidão do céu
sem abrigo ao frio, calor, sol ou chuva.

É perigoso a gente ser feliz
Pois logo a propaganda de margarina
e a capa da revista serão um referencial de vitória
mascarando naquele sorriso a amargura
do egoísmo, da falsa necessidade, da vida supérflua e miúda
sem grandes gestos

É perigoso a gente ser feliz
Quando se perde a sensibilidade do olhar
Quando a atriz despenca do sétimo céu e não há redes
Para amortecer a sua queda.

Mesmo assim
Peço ao poeta:

Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão...

Vitrola: Maria João e Mário Laginha – Beatriz

sábado, 3 de março de 2012

Anos Dourados e Dias Quentes



“É desconcertante rever um grande amor”.

Atire a primeira pedra quem nunca sentiu isso antes.
Não ouvi nada... muito menos pedras caindo.

O calor que faz em São Paulo lembra vagamente a antessala do inferno. Outono cada você, please?

Tentando amenizar o bafo ao som de Tom e Chico.

Trilha Sonora
Artista: Chico Buarque
Música: Anos Dourados

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Todo Sentimento



Não te amo mais
Estarei mentindo se disser que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza de que
Nada foi em vão.
Sei dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer nunca que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade:
É tarde demais…

*Autor Desconhecido

PS. Agora leia o poema de baixo para cima!!!

Todo Sentimento é um primor de composição de Chico Buarque e Cristóvão Bastos, talvez combine com o texto acima.

Nem tudo é o que parece ser...

"Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu".

Trilha Sonora
Artista: Verônica Sabino
Música: Todo Sentimento

domingo, 9 de maio de 2010

O Sonho da Atriz



Uma das canções mais belas dos compositores e cantores Edu Lobo e Chico Buarque, Beatriz.
Ficou famosa na versão estupenda de Milton Nascimento, mas hoje faço um tributo aos compositores e poetas da música - pelo conjunto da obra.

Beatriz além de tudo é o nome da minha mãe, ou seja, não precisa de mais nada. A todas as mamães do mundo um abraço carinhoso e muita saúde e paz!

Trilha Sonora
Artista: Edu Lobo e Chico Buarque
Música: Beatriz

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Longevidade



Chico Buarque comprova a tese: Você pode ser alguém de 80 anos com espírito de 20, ou, um jovenzinho de 20 e poucos com o espírito de 200. O que envelhece é o espírito.

Conheço músicos jovens, roqueiros convictos que derretem-se por Chico – por sua erudição, sua voz torpe, seus lindos olhos,e sobretudo sua magistral música e escrita.

Em “Noites Tropicais” o escritor e jornalista Nelson Motta cita uma passagem de Chico Buarque no período de aperto da ditadura militar. Chico compôs para o musical Calabar inúmeras canções, e quase todas foram censuradas. Chico decidiu então alterar as letras,  sem obrigatoriamente redimensionar o sentido. Foi assim que o "Julinho de Adelaide" driblou malandramente a ignorância armada.

“Tatuagem” é dessa leva, uma música belíssima de conteúdo autobiográfico:

Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é pra dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem...

Linda metáfora! Amor, ódio, medo, insegurança, está tudo ali descrito.
Salve Chico!

Trilha Sonora
Artista: Chico Buarque
Música: Tatuagem

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Carolina



Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.

Chico Buarque

Quando finda a risonha inocência infantil
Irrompe no horizonte a força motriz da juventude:
Sonhos – delírios – paixões avassaladoras

É como ascender um sol em cada esquina
Um raio de luz
Galopante
Desenfreado
Sem limites
Transbordando insatisfação
Desejo
Vida

Quando se encerra o doce ciclo juvenil
Brota no homem o amargo sabor
Do ceticismo
Da dúvida
Da ausência da fé
Então somos compelidos
Envoltos
Por uma sombra traiçoeira
Que esmaga-nos
Sem dó ou piedade
Cerrando os nossos olhos para a fantasia
Mirando apenas a torpe razão

Então sabemos:
O sonho acabou.

Eis Carolina em sua janela
Olhando para o tempo passar
Com seus olhos
Pávidos a prender
A última lágrima de sua vida.

Trilha Sonora
Artista: Caetano Veloso
Música: Carolina

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

As Vitrines da Galeria



"Na galeria
Cada clarão
É como um dia depois do outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Cantando a poesia
Que entornas no chão".

(Chico Buarque).

O que uma galeria comercial pode nos enredar sobre as virtudes e carências da globalização? Não é bem esse o intuito principal do jovem diretor argentino Daniel Burman com sua película "El Abrazo Partido" (Argentina, França, Itália, Espanha, 2004), mas durante seus 97 minutos podemos sim visualizar uma babel partida, dividida, e por vezes indiferente frente ao processo pós-moderno da globalização.

Segundo filme em sua trilogia - "Esperando o Messias" (2000), e "As Leis de Família" (2006) - desta vez Burman recria uma Bueno Aires - ainda em grave crise econômica - a partir de uma galeria comercial no centro da cidade, revelando através do olhar de mais uma personagem com o nome de Ariel - o ator uruguaio Daniel Hendler - as celeumas possíveis no cotidiano de um autêntico mosaico de etnias, credos e cores latino-americanos com suas respectivas ancestrais européias.

O jovem Ariel Makaroff é um comerciante da comunidade judaica argentina que busca desesperadamente compreender as suas raízes nesse novo mundo transnacional, duelando com sua mãe acerca do desaparecimento do pai, semeando com sua avó as lentes doloridas da guerra, para colher no futuro quem sabe uma compreensão mais plausível dos seus colegas latino-americanos da galeria portenha.

A narrativa de Burman brilha quando opta por contar uma história de relações rompidas de um modo bem-humorado sem cair na tentação de transformar esse drama em um dramalhão choroso e copioso.

Assim de maneira leve assistimos ao desfile de personagens éticas: Os peruanos, bolivianos, paraguaios a chegada dos coreanos, todos deslocados e migrando para o convívio na babel portenha com toques europeus e de idéia comercial norte-americana.

A tentativa de Ariel de buscar na Polônia soluções e respostas para os fragmentos de sua vida soam como um recurso inteligente e sarcástico de Burman para ascender em nós a chama discursiva de que a globalização de lá não difere da mesma que praticamos em nossas galerias cotidianas daqui.

Ou será que o destino do Ariel da Polônia não seria o mesmo do boliviano, do paraguaio ou do peruano da capital portenha? Os conflitos e tensões estão postos sobre a mesa, a globalização nos impôs uma nova percepção das relações humanas, e podemos escolher se queremos olhar tudo sobre o ponto de vista meramente observador - como são as tomadas panorâmicas da personagem Ariel no início do filme - ou se de modo oposto faremos isso enfrentando um plano americano frontal, expondo e interagindo com suas perceptíveis causas e consequências.

El Abrazo Partido (Argentina, França, Itália, Espanha, 97 min). 2004
Elenco: Daniel Hendler, Adriana Aizemberg, Jorge D´Elia, Sérgio Boris.
Distribuição: Art Films

Trilha Sonora
Artista: Chico Buarque
Música: As Vitrines