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domingo, 5 de junho de 2016

Andrew Beckett e Maria Callas - Cenas e Sons de nossas vidas


Cena do longa de Jonathan Demme “Filadélfia” (1993), e música cantada pela voz imortal de Maria Callas, a combinação não poderia dar em outra coisa, a não ser em uma cena memorável. 

Abaixo uma resenha assinada por Bia Abramo em 1994.

"Filadélfia" combate preconceito com didatismo e honestidade
BIA ABRAMO
DA REDAÇÃO


"Filadélfia" não foi levado muito a sério pela crítica quando entrou em circuito comercial. Foi agraciado com adjetivos como convencional e preconceituoso.
O grande mérito do filme tem origem justamente no que foi apontado com seu defeito principal. Jonathan Demme acertou na mosca em fazer um filme "careta", que tem como recurso dramático básico uma das formas mais caras e consagradas do cinema americano –o filme de tribunal. O fato é que "Filadélfia" consegue tratar com justiça e de forma didática um assunto espinhoso.
A luta do advogado homossexual Andrew Beckett (Tom Hanks, Oscar de melhor ator em 93) para provar que foi demitido por ser soropositivo expõe os preconceitos em relação aos gays, mostra o estigma relacionado a Aids e revela as dificuldades que as minorias enfrentam para garantir os seus direitos básicos.

O didatismo –por cálculo ou por limitação estética–, funciona para atrair e seduzir um público avesso ou mesmo simplesmente envergonhado. O segundo lugar na pesquisa Datafolha (veja quadro nesta página) parece confirmar essa hipótese –retirar um vídeo na locadora é um ato mais anônimo do que ir ao cinema para assistir um filme que pode ser considerado "gay" no senso comum.
Outro truque eficiente de Demme foi a escolha de um ator negro (Denzel Washington) para interpretar o advogado de defesa Joe Miller. É de sua boca que saem algumas das frases mais duras (e uma das piadas mais bem-humoradas também) sobre a opção sexual de Beckett. Só um negro –ou seja, também membro de uma minoria– pode ser tão politicamente incorreto no país que inventou as patrulhas da correção.

Claro que exibir uma pessoa (neste caso, o ator-símbolo do homem comum americano) definhando de uma doença tão devastadora como a Aids proporciona terreno fértil para pieguice e Demme não faz esforço combate isso. Mas é menos importante do que a honestidade de mostrar.
Detalhe: a trilha sonora, com "Streets of Philadelphia", de Bruce Springsteen (Oscar de canção), e por uma belíssima música de Neil Young é de primeira.

Filme: Filadélfia
Produção: EUA, 1993
Direção: Jonathan Demme
Elenco: Tom Hanks, Denzel Washington, Jason Robards

Vitrola: Maria Callas - La Mamma Morta (Philadelphia - 1993)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cenas Inesquecíveis 5

Filadélfia (Philadelphia, EUA 1993) drama dirigido por Jonathan Demme (de O Silêncio dos Inocentes) e com roteiro de Ron Nyswaner.

O filme conta a história de Andrew Beckett, um advogado homossexual que trabalha para uma prestigiosa firma na Filadélfia.

Quando fica impossível para ele esconder dos colegas de trabalho o fato de que tem AIDS, é demitido. Beckett contrata então Joe Miller (Denzel Washington), um advogado homofóbico, para levar seu caso até o tribunal.

Foi com este filme que Tom Hanks deixou de ser um ator de filmes de mero entretenimento.

Das comédias adocicadas e de apelo fácil, Hanks, aceitou encarnar o advogado Andrew Beckett, portador do vírus do HIV.

Filadélfia foi o primeiro longa em que Hollywood tocou na feriada social da AIDS.

A cena de Andrew cantando a ária “La Mamma Morta” de Maria Callas é a essência do drama, pois expõe um homem prestes a morrer lutando contra o preconceito e, pela própria vida.

Na sala de cinema o silêncio durante esta cena era ensurdecedor, perturbador.

Simplesmente inesquecível!