quinta-feira, 30 de abril de 2009

Véspera de Feriado com Beth Gibbons



Véspera de feriado. Vou cair na estrada ao som da voz do Portishead, Beth Gibbons. “Roads”, é um dos grandes momentos do show gravado no Roseland Ballroom, Nova Iorque, em 1997.

Desse registro nasceu o álbum Roseland NYC Live, que apresenta novos e inspirados arranjos com cordas para antigas canções da banda.

A participação mais do que especial da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque, confere ao show uma saborosa mistura entre, trip hop e, música erudita.


How can it feel, this wrong

From this moment

How can it feel, this wrong

E que voz é essa?

Amanhã irei pensar em Beth, durante a minha primeira prova de atletismo.

Enquanto isso, sobe o som...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Brian Molko Encontra Oscar Wilde

“Só os que um dia perderam a cabeça sabem raciocinar "

(Oscar Wilde)


Talvez essa seja uma das variáveis que fazem hoje do belga, Brian Molko, um artista despido, que se entrega e, se revela como poucos sobre o palco e, em suas letras.

À frente dos vocais da banda britânica Placebo, o dândi Molko construiu uma reputação respeitável no cenário do indie rock.

Esta canção, “Peeping Tom”, carrega em si um turbilhão de sentimentos, em uma terna e comovente interpretação de Molko.

Me faz lembrar um amigo poeta, Nivandro Vale (Radioteca), que curiosamente também canta, compõe e sabe muito bem traduzir as emoções que carregamos na alma. Ele adora o Placebo.

I'm weightless

I'm bare

I'm faithless

I'm scared


Eu estou vazio,

Eu estou nu,

Eu estou sem fé,

Eu estou com medo.


Quem nunca sentiu isso na vida?

Grande Placebo!

terça-feira, 28 de abril de 2009

A Ignorância Pode Ser uma Bênção





Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.


O misantropo doutor Gregory House, incorporado pelo ator inglês Hugh Laurie, não é exatamente um médico convencional. Não tente em vão arrancar-lhe um sorriso fácil, ou uma lágrima, apenas por abraçá-lo ou beijá-lo com afeto.

House é uma intrigante personagem que não consegue esconder a verdade mais cruel e sombria de cada ser humano, pois afinal de contas todos nós um dia por algum motivo iremos mentir.

Nefrologista e Infectologista, House é viciado em Vicodin – droga que faz uso para suportar as dores causadas por uma lesão em sua perna direita – o que lhe obriga no uso de uma bengala.

Foi na investigação médica para casos de diagnósticos difíceis que o médico ranzinza e rabugento encontrou refúgio para fugir de suas dores pessoais.

Juntamente com uma equipe de jovens médicos, Cameron, Chase e Foreman, e utilizando-se de um método socrático de dedução (lista sintomas em um quadro branco) House e seus colegas vivenciam a cada episódio uma frenética corrida contra o tempo em busca de cura para os doentes do fictício Princeton-Plainsboro Teaching Hospital.

Dr.House é uma daquelas alegorias que a ficção televisiva tenta nos cativar de quando em quando em troca da nossa audiência diária.

O que fascina nessa personagem quase impenetrável, é a sua escancarada condição humana: a razão triunfante que sempre afoga qualquer possibilidade plausível de assistir à transfiguração das emoções humanas escondidas em House.


Ele é a representação fiel da irrealização humana. House somos nós quando o mundo nos pressiona a sermos quem não podemos ser; a sentir aquilo que não conseguimos materializar enquanto sentimento. House em primeira instância sou eu e você quando nada do que fazemos na vida dá certo – ou quando fura um pneu do carro na calada da madrugada em algum lugar pra lá de deserto.

Nesses momentos invariavelmente falta-nos fé e, sobra-nos teimosia.

No episódio “Autopsia”, ele se vê as voltas com uma garotinha, Andie, em tratamento contra um câncer terminal. Logo seu ceticismo, seu mau humor, seu peculiar sarcasmo virão à tona. Seus olhos azuis irão se arregalar quando seu amigo, o oncologista James Wilson, contar que Andie é uma garota corajosa e, que mesmo em situação desfavorável não deixa de consolar e encorajar sua mãe com dignidade.


House não perde a oportunidade para ser mais uma vez intragável:

- Não vá pondo todas as crianças com câncer num pedestal. Algumas delas são covardes e medrosas. Pare de idolatrar as pessoas.

Mais tarde Wilson perde a paciência quando House pede consentimento (como se ele fosse alguém obediente a regras) para assistir o momento em que o amigo irá informar Andie que a sua luta pela vida está terminando. A cena, no entanto, gera maior curiosidade e desconfiança em House, já que Andie não fraqueja mesmo frente à sua sentença de morte.

Antes House já havia proibido a Dra. Cameron de ficar perto de Andie:

- Você se envolveria com a garotinha moribunda.

Cameron é antítese de House. Crédula, generosa, delicada, centrada, romântica, sempre se comove com os dramas pessoais de seus pacientes envolvendo-se em certo grau, gerando entre ela e House uma constante tensão – fronteira entre respeito e paixão.


É dela que ouvimos em um outro episódio a frase que por si só traduz muito a respeito da série de TV:

- A ignorância é uma bênção.

Mas House é um médico persistente (o que atenua em parte suas fraquezas) e desconfia que um coágulo no cérebro de Andie esteja a matando antes da hora.

Então invade a sala da Doutora Cuddy para perguntar se é permitido uma necropsia em alguém ainda vivo. Em seguida convence Wilson que é preciso informar Andie sobre o procedimento exploratório na busca do coágulo, mero pretexto para confrontar uma vez mais sua incredulidade em relação às virtudes de uma garotinha de nove anos prestes a morrer.


É por meio de um diálogo tocante que a cena denuncia uma batalha aberta entre fé, esperança e bondade, versus, razão, ceticismo e, cinismo.


House – O exame de amanhã pode durar 10 horas. Na sua condição, você pode não resistir.

Andie – Minha mãe pesquisou bastante.

House – O que você acha? Se maturidade for medida por quanto tempo ainda temos e não pelo tempo que vivemos, quem decide é você.

Andie – Não tenho escolha, certo?

House – Posso lhe dar uma.

Andie – Eu quero melhorar.

House – Você tem câncer. Seu eu curá-la agora...

Andie – Terei um ano.

House – Um ano disto. Muita gente não ia querer isso. Muita gente ia querer que acabasse logo.

Andie – Está me perguntando se quero morrer? (indignada).

House – Ninguém quer morrer. Mas você vai morrer. A pergunta é como. O quanto vai sofrer e por quanto tempo. Estou perguntando se quer que o sofrimento acabe.

Silêncio profundo em breves segundos...

Andie – O que diria à minha mãe?

House – Eu lhe daria 10 ótimas razões para não realizarmos o exame.

Andie – Não posso abandoná-la só porque estou cansada.

House – Mas também não pode ficar.

Andie – Mas ela precisa de mim.

House – A vida é sua. Não pode fazer isso só por ela.

Andie – Eu a amo (chorando).

Ao final o coágulo é descoberto e retirado, permitindo a Andie uma sobrevida de um ano. Na penúltima cena do episódio, Andie, está no saguão de entrada do hospital despedindo-se dos médicos para ir para casa. Aproxima-se então de House que logo dispara:

- Não vou beijar você não importa o que diga. (Uma referência a um fato anterior ocorrido entre Andie e o Dr. Chase).

Andie apenas sorri e diz:

-O dia está bonito lá fora. Devia ir dar uma caminhada.
Então ela o abraça e parte, deixando-lhe imóvel, perplexo e pensativo.

Na sequência vemos House paquerando algumas motocicletas e realizando um test drive por belas paisagens, desafiando os seus próprios limites, sua maneira de lutar bravamente contra seu maior inimigo: ele mesmo.

A incredulidade de House é a metáfora de um novo mundo sem utopias, habitado por bilhões de tuberculosos espirituais, um mundo cada vez mais cínico em relação à própria humanidade. Já Cameron sinaliza a luz no fim do túnel para as pessoas de boa fé.

Alguém disse certa vez que não são as virtudes que nos humanizam, mas sim os vícios.

Aqui cito então as palavras do poeta Paulo Leminski, “os muito cínicos que me desculpem, mas fé é fundamental. E para ter fé, é preciso uma boa e corajosa dose de burrice”. O artigo intitulava-se “Mais Burrice, Pessoal”. A ignorância neste caso, pode mesmo ser uma bênção.

Acima, Ruffus Wainwright, interpreta sua versão para a portentosa “Hallelujah” do mestre Leonard Cohen, durante concerto no Central Park em Nova Iorque.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Segundas-Feiras




Não gostar de segundas-feiras não é motivo para sair atirando nas pessoas. Mas não foi assim com a jovem Brenda Ann Spencer que, em 29 de janeiro de 1979, entrou na sua escola dando tiros a esmo.

O músico irlandês Bob Geldof, nascido Robert Frederick Zenon Geldof, ficou conhecido por seu engajamento político e social. O artista foi idealizador do evento Live Aid em julho de 1985, concerto promovido simultaneamente em Londres e na Filadélfia e, que angariou fundos na luta contra a fome na Etiópia.

O vídeo acima é da música escrita por Bob Geldof com sua banda, o Boomtown Rats, e foi inspirada exatamente em uma entrevista dada por Brenda Ann Spencer sobre o episódio de janeiro de 1979.

A tragédia vitimou duas pessoas, além de oito feridos e muita polêmica. Ao ser questionada sobre o porquê do crime, Brenda se ateve apenas em dizer que era por não gostar de segundas-feiras...

A interpretação de Geldof é de 1981 e, é de arrepiar! Em julho de 2005 Geldof reuniu vários artistas de todo o mundo para a realização do Live 8.

domingo, 26 de abril de 2009

Imagem Refletida




"O tempo é um rato roedor das cousas, que as diminuí ou altera no sentido de lhes dar outro aspeto."
Machado de Assis


De relance, por entre o espelho, pela primeira vez em minha vida eu antevi o caos que denominamos de tempo. Daí a referência acima do longa, “O Curioso Caso de Benjamin Button”.

Ali à minha espreita o ciclo natural da vida: pai e filho num quase close, em um plano retilíneo nem aberto e, nem fechado.

O espelho de um hospital pode revelar o quanto de humano existe, ou não, dentro de cada um de nós: “eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista/o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece”.

E nessa analogia entre tempo, caos, vida e morte, estamos nós, aqui e agora.

“Algumas pessoas nascem para se sentarem à beira do rio. Algumas são atingidas por raios. Algumas tem ouvido para a música. Algumas são artistas. Algumas nadam. Algumas percebem os botões. Algumas conhecem Shakespeare. Algumas são mães. E algumas pessoas... dançam”.

Se ontem fui carregado no colo, talvez agora seja a hora de dar suporte a quem outrora me conduzia.




sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Voz Que Carrega a Dor e a Beleza


Alguém disse certa vez com propriedade, que a voz de Renato Braz enreda a dor e a beleza.

Tive o privilégio de entrevistá-lo em 2005, em São Luís (MA). Já conhecia Renato de São Paulo, na condição de mais um fã anônimo do seu imenso talento. Durante nossa conversa de pouco mais de uma hora, tive a certeza de que o seu sucesso era consequência também da sua simplicidade.

Renato Braz, representa como poucos na atual MPB, a fisinomia da nossa gente cabocla, suada e, sofrida. Sua emoção em "simplesmente" cantar e, com seu canto desvendar outros universos que conspiram ao nosso redor, empolga e nos move em direção às melhores sensações desta vida.

Acima um momento de grande importância para sua sólida carreira. Cantando em southern Connecticut nos Estados Unidos, ao lado do saxofonista Paul Winter, Renato intrepreta um dos seus maiores sucessos, "Anabela".

E, como me disse Renato durante aquela entrevista, foi o amor pela música de artistas como, Tom Jobim, Dori Caymmi e, Ney Matogrosso, que o conduziram para a experiência artística.

Sorte nossa!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Saudade

Nascida no Cabo Verde, Cesária Évora, também é conhecida como “a diva dos pés descalços”.

Reconhecida internacionalmente, a cantora carrega sua ‘aldeia’ consigo, cantando estilos que representam seu povo como a morna e a coladera, além de fados e outras vertentes musicais.

Acima o clipe de um dos seus maiores sucessos, “Sodade”. Pra fechar o dia com simplicidade e, em grande estilo.

Uma Tarde de Ópera Pop no Ipiranga








Andréa Bocelli, 50, não é exatamente um tenor ortodoxo. Anteontem, 21 de abril, o italiano acompanhado da Orquestra Filarmônica do Paraná, sob a regência do maestro, Eugene Kohn e, do Coral Philarmonia, levou cerca de 25 mil pessoal ao Parque da Independência na zona sul de São Paulo.

O concerto patrocinado por um grande banco transnacional foi obviamente fartamente divulgado pela grande mídia. Para organização do evento uma nota zero com louvor por dois motivos:

1° Não havia nenhum planejamento decente para receber o grande público, que, penso eu, nem mesmo a organizadora do evento acreditava que apareceria na tarde do feriado de Tiradentes.

2º Por que manter o único portão que receberia 25 mil pessoas fechado durante toda a manhã? (O portão só foi aberto às 14 horas).

Como resultado assisti a cenas dantescas de um país já acostumado a balbúrdia cívica. Filas imensas que não começavam e, nem terminavam. Pessoas desorientadas, por total ausência de comunicação da organização do evento. O público foi mais uma vez tratado como “rebanho de gado”, ao longo das ruas frias e molhadas ao redor do imponente Museu do Ipiranga.

Mas, como ouvido de jornalista é sempre maior do que deveria ser, ouvi frases curiosas e divertidas durante o purgatório da fila, coisa do tipo: “Maldito Faustão! É nisso que dá divulgar um evento desses na TV do povão”. Cada um tem a TV que merece!

Então vamos ao que interessa. O “Concerto Incanto”, nome homônimo do mais recente álbum do tenor, não foi exatamente uma Brastemp.

Eram exatamente 16h10 quando os primeiros acordes de “O Barbeiro de Sevilha”, de Rossini, foram executados pela Orquestra Filarmônica do Paraná.

Em seguida surgiu Bocelli, que um dia já foi apenas e tão somente um músico de piano bar, conduzido ao palco para desfilar com firmeza, mas sem muito brilho, durante uma hora e meia árias e baladas que o conduziram dos pequenos bares às grandes arenas de concertos pelo mundo afora.

O tenor foi acompanhado durante o espetáculo pela soprano Olivia Gorra, o barítono Gianfranco Montresor, e o flautista Andrea Griminelli, cada um desempenhando muito bem a sua respectiva função.

No repertório clássicos eruditos e folclóricos italianos como “Mamma”, “Sole Mio”, “Funiculi Funiculá”, cantada em uníssono pela multidão, além da sua mais famosa balada “Con Te Partirò”.

A “surpresa” foram as participações especiais de Toquinho na versão em italiano de “Aquarela” e, Ivete Sangalo unindo-se ao duo, em “L’Appuntamento” versão italiana para “Sentado à beira do Caminho” de Roberto e Erasmo e, “Garota de Ipanema” do maestro Tom Jobim. Mas essa parte do show será deletada facilmente da memória de quem assistiu ao concerto.

Ao final, Andrea Bocelli premiou a minha paciência de ficar dando passagem a incautos que não cansavam de ir e vir durante o concerto (a educação no Brasil é sempre um problema de base) – cantando com emoção a belíssima “Nessun Dorma” de Giacomo Puccini. Nesse instante me lembrei da voz suprema de Luciano Pavarotti e, da sombra de Alessandro Valente, mas ali à minha frente estava apenas o esforçado e competente Andrea Bocelli.


terça-feira, 21 de abril de 2009

Pra Chamar o Sol

Adoro essa música porque ela joga no lixo qualquer baixo astral. Estou chamando o sol que hoje não apareceu em São Paulo.

Vamos dançar ao som do DJ Meme e da voz de Gavin Bradley. Chanson Du Soleil é linda!

Brasília 49 anos



Hoje a capital federal comemora o seu 49° aniversário de fundação. Mas o que representa Brasília hoje para os brasileiros que não possuem regalias, mensalões e, farras com o dinheiro alheio?
O recém-falecido deputado federal, Clodovil Hernandes (1937-2009), disse certa vez a respeito da simbologia atual da cidade: “Brasília parece uma dentadura cariada”. Acho que ele tinha razão.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Cenas Inesquecíveis 1

Nunca no cinema a expressão morrer de amor fez tanto sentido. Morte a Venezia, no original em italiano, e Mort à Venise, em francês, é um filme ítalo-francês de 1971, do gênero drama, dirigido por Luchino Visconti e com roteiro baseado no livro homônimo de Thomas Mann.


A sequência final traz para a tela o requinte operístico de Visconti na comovente interpretação do ator Dirk Bogarde (Gustav von Aschenbach), em uma cena inesquecível. A música ao fundo é de autoria do regente austríaco Gustav Mahler (1860-1911).

Pra Dançar

Um dos hits da década foi “Somebody Told Me” do The Killers. Acima uma apresentação da moçada ainda em inicio de carreira no programa Live In Later With Jools Holland.



Depois disso a banda não repetiu mais o mesmo entusiasmo e vigor apresentado em canções como "Somebody Told Me" e Mr. Brightside. Mesmo assim, ainda vale a pena ficar de olho nos norte-americanos do Estado de Nevada.

domingo, 19 de abril de 2009

Um Cafezinho Com o Style Council

Pra fechar esse domingo de clima ameno, um cafezinho com a “bossa”, o funk e, o soul do Style Council.

Na década de 80 o músico, Paul Weller, largou um projeto bem sucedido, o The Jam, para se aventurar por outras vertentes musicais. Convocou o pianista Mick Talbot e, juntos caíram na estrada por cinco longos anos.

O álbum Café Bleu (Polydor, 1984) é o clássico da banda de onde é extraída a faixa do vídeo acima.

Foi com esse hit, “You’re The Best Thing”, que em uma noite de um domingo há vinte e cinco anos atrás passei a dividir alguns bons momentos da minha vida ao som do pop refinado e gostoso da dupla.

Gorda e Talentosa. Vai Encarar?

A dica é da cantora e escritora Vange Leonel. Ícone da música pop alternativa norte-americana, a cantora Beth Ditto, comanda com propriedade a banda The Gossip. Mistura em seu caldeirão disco music, rock, pop e afins.

A polêmica vocalista se declara “lésbica, gorda e feminista”. Que bom que alguém que não seja magra, raquítica e, sem muitos “neurônios” ainda faça sucesso no mundinho pop globalizado.

Além do vídeo acima vale conferir a ótima versão da moça para Careless Whisper do não menos polêmico, George Michael.

Sol com Meg Stock

Olhei, gostei, postei!

Meg Stock é o nome artístico de Marjori Vieira Guarnieri Stock, vocalista da banda brasileira de rock Luxuria.

“Ele se Sente Só”, é um delicioso passeio pop com clima cool e elementos jazzy, bancados por contrabaixo acústico, trompete, trombone, sax, piano e bateria.

A voz de Meg é capaz de iluminar ainda mais um domingo lindo de outono como o que faz hoje em São Paulo e, também nos remete a solitários sonhadores: “mas ele se sente só quando a noite cai/e quando veem o vazio ele nem sabe pra onde vai”.

Alguns sabem.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Duofel


Formado por Luiz Bueno e Fernando Melo, o Duofel, é mais que meramente um dueto instrumental: é um estado de espírito. A dupla mistura Beatles com viola caipira e, elementos distintos de diversos universos musicais. Ouvir "Do Outro Lado do Oceano" sossega e renova a alma. Música de qualidade ao alcance de um clique.


Sessão Retrô



Esse é um dos vídeos mais bacanas da década de 80. Brother in Arms é um clássico do talentoso
Mark Knopfler e da sua trupe do Dire Starits. Para ouvir com sentimento.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Webeatles



Golden Slumbers, Carry That Weight, The End, canção de Paul McCartney, é uma magnífica


sequência registrada no álbum dos Beatles Abbey Road de 1969.


Lirismo à flor da pele, é linda de doer.

Santa Saudade










Quem era adolescente nos anos 60 e 70 do século passado nunca esqueceu. Era ouvir a música tema, um pop-rock instrumental grudento composto por Neal Hefti e, correr para frente da televisão.

Entrava no ar Batman, seriado produzido originalmente pela rede norte-americana ABC em meados da década de 60. A série televisiva estreou em 12 de janeiro de 1966, exibindo o primeiro episódio Hey Diddle Riddle, que apresentava um dos mais conhecidos inimigos do Homen-Morcego: o Charada.

Um dos trunfos da série era a parceria entre Bruce Wayne (Batman) psicografado por Adam West e, Dick Grayson (Robin) interpretado por Burt Ward, relação por sinal polêmica e que sempre gerou dúvidas: seriam gays as personagens dos super-heróis preferidos de milhões de jovens pelo mundo? E sem fossem, qual o problema?


A verdade é que muitos torciam o nariz para a série devido ao seu conteúdo pop e recheado de humor. Diferentemente dos quadrinhos –que sempre apresentaram um herói mais sombrio na pele de Bruce Wayne, o que também é legal, vide as produções cinematográficas produzidas em Hollywood a partir dos anos 90 – a série da ABC era leve e, de fácil consumo. Isso não significa que fosse ruim, ao contrário, pode ser compreendida hoje como uma virtude.


O que vale aqui é uma menção a uma tele série que divertia a garotada com seu visual multicolorido, suas cenas (fakes) de lutas e, principalmente uma boa dose de inocência.

O mundo ainda era um lugar onde as crianças valorizavam atributos como companheirismo, amizade, honestidade e solidariedade. Bons tempos àqueles que na hora da janta o prato principal não era o Showrnalismo reinante dos dias atuais.

E pensar que a ABC quase desistiu de estrear a série, coisas do século passado.

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Atlântico

A canção Atlantic, dos ingleses do Keane, é uma perfeita tradução de beleza sonora, às vezes convertida em bucólica melancolia.

Quando surgem os primeiros acordes de piano, as luzes advertem que o clima está propício para revelar o quanto a música pop ainda pode nos emocionar.


"Espero que todos os meus dias/sejam iluminados por seu rosto/Espero que todos os anos/segurem firmemente nossas promessas".


Entoa Tom Chaplin com sua concisão vocal, e ao mesmo tempo, com uma refinada delicadeza artística. A bateria marcial ao fundo enfeita a melodia enquanto os telões exibem cenas de um olho humano, azul profundo como o oceano, piscando como se a vida passasse em apenas poucos segundos.


Então acontece a esperada quebra de andamento e, com ela veem à tona a poesia e o falsete delineado de Chaplin enredando que a vida solitária pode ser bastante estéril:


"Eu preciso de um lugar/onde eu possa fazer minha cama/Um colo de amantes onde/eu possa descansar minha cabeça/Porque agora a sala está girando/O dia está começando".

É uma pena, pois o show aproxima-se do fim.

Céu Endiabrado

As histórias de ocultismo e, simbologia rúnica entorno de Stairway To Heaven fizeram tanta fama que a música acabou se transformando em uma espécie de lenda urbana do rock’n’roll.


Pra o bem, ou para o mal, o álbum IV do Led Zeppelin (Atlantic, 1971) – elevou à sonoridade da banda a categoria de protagonista principal do hard rock e do heavy metal. Daí em diante a constelação de Jimmy Page (guitarra), John Bonham (bateria e percussão), John Paul Jones (baixo e teclado) e Robert Plant (vocalista e gaita), passou a lotar arenas e a frequentar cada vez mais as paradas das rádios do planeta.



Quando um som de flauta emulado no teclado e, a guitarra de Jimmy Page introduzem a doçura folk de Stairway To Heaven – dá para compreender o que seria então uma caminhada pelas escadarias em direção ao céu. A luz suntuosa nos cega, enquanto a voz eloquente de Plant e os acordes celestiais do hit adornam nossos ouvidos.


A subida ganha intensidade com a entrada do baixo elétrico de John Paul Jones e da bateria do monstro sagrado das baquetas John Bonham. Agora nossos passos aceleram rumo ao santíssimo.

Como pode alguém suspeitar que deste emaranhado de belos riffs e acentos rítmicos hipnotizantes, poderia haver uma adoração a satã?

Endiabrado sim é o terço final da canção – e se o céu não é exatamente angelical (na visão ortodoxa cristã) para o Led Zeppelin que prefere um paraíso psicodélico – disso ninguém pode culpá-los!

Stairway To Heaven é a canção mais executada, até hoje, nas rádios dos Estados Unidos, e responsável direta por influenciar gerações de roqueiros e, certamente uma das musas inspiradoras do famoso game Guitar Hero.

O vídeo acima é só pra matar um pouquinho da saudade.