quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Meu nome não é Elvis!


Gravada originalmente por Elvis Costello e The Attractions, lançada no álbum Armed Forces em 1979, “Oliver’s Army”, continua sendo o single mais bem sucedido de Costello no Reino Unido, onde durante três semanas figurou na segunda colocação do hit parede de novos Singles.

Alguns críticos de música, sugerem que o título da canção faz menção a Oliver Cromwell, cujo novo modelo de exército era um precursor do exército britânico moderno.

A canção baseou-se na premissa de que "sempre conseguem um menino da classe trabalhadora para matar", após uma visita de Costello a Belfast, Capital da Irlanda do Norte.  

Para muitos a composição tornou-se um hino ‘anti-ocupação’ e ‘antirracista’. O vídeo de Oliver’s Army foi veiculado no primeiro dia de transmissão dos EUA da MTV, em 1 de agosto de 1981.

Elvis Costello, cujo nome de batismo é Declan Patrick Aloysius MacManus, é um dos grandes artistas britânicos surgido no final dos anos 70, com seu rock que engendra elementos do punk, reggae, ska e soul music, tendo lançado discos memoráveis como sua estreia em 1977, My Aim Is True, para muitos especialistas uma das melhores estreias do rock mundial de todos os tempos.

Elvis Costello & The Attractions - Oliver's Army

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Eileen


Os anos 80 na música ficaram marcados pelos excessos do uso dos teclados eletrônicos, os famosos sintetizadores. Mas há algumas exceções de hits que não utilizaram esses recursos.

O mais emblemáticos de todos talvez seja “Come On Eileen”, você lembra dessa canção?
A história por trás da composição “Come On Eileen” eternizada pela banda irlandensa Dexy's Midnight Runners em 1982 é mais ou menos a relatada abaixo:

Eileen foi uma garota com quem o vocalista Kevin Rowland conviveu em sua infância e por quem e se apaixonou quando tinham cerca de 13 anos, acontecendo enfim um namoro entre os dois um ano depois.

A letra descreve um pouco do sentimento de dúvida de um garoto católico perdidamente apaixonado por uma garota em relação ao desejo e a religião, lgo como a luta do espírito versus a carne.

Em sua introdução ouve-se um violino executando alguns compassos de uma canção tradicional do folk Irlandes (celta), “Believe Me If All Those Endearing Young Charms”, composta no longínquo ano de 1808.  

Você talvez ainda não tenha lido, mas a canção foi usada para acordar a astronauta Eileen Collins, a primeira mulher a pilotar e comandar um ônibus espacial na NASA, em sua missão na Discovery, em 2005, algo bacana e que prova a importância da canção ainda no século 21.

Por essas e outras não é difícil perceber que quando “Come On Eileen” rola em alguma pista de dança que se preze, o sucesso é imediato, simplesmente irresistível de ficar parado.


Dexy's Midnight Runners - Come On Eileen

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Urgência


Sinto-me tal qual um hotel
Sou o provisório 
Já não tenho paciência 
Para os contos de fada 
É tão pouco para a ideia de  
imortalidade da juventude.

“A vida é apenas uma ponte entre dois nadas
E tenho presa”.

Caio F. Abreu

Adriana Calcanhoto – Naquela Estação

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Chicago - the early years


Para quem conheceu a banda Chicago apenas no final dos anos 70 e inicio dos 80, sinto em informar que a melhor fase da banda reside exatamente no momento anterior a esse, mas precisamente entre 1967 e meados da década seguinte, portanto você provavelmente ainda não conhece esse instante de riqueza artística dessa querida e longeva banda.  

O maior responsável por essa intensa qualidade foi o então guitarrista, vocalista e compositor Terry Kath (1946 – 1978), provavelmente um dos mais subestimados guitarristas da história do rock'n'roll, isso para dizer o mínimo.

Neste período a banda foi responsável por um som encorpado, maduro e criativo, bebendo em influências variadas como, jazz, rock, blues, alcançando os grooves do rhythm and blues. 

Kath chegou a ser comparado por alguns críticos a Jimi Hendrix, com o qual, por sinal tocou algumas vezes nas ocasiões em que o Chicago acompanhou o gênio das guitarras, Jimi admirava a competência estética de Kath.  

Após os primeiros anos abertos a muita experimentação sonora, a banda em meados dos anos 70 começou a ceder espaço a baladas mais comerciais, resultado de um cabo de guerra travado internamente entre Kath com o então baixista Peter Cetera (também fundador da banda) que tinha em seu favor o interesse monetário do empresário da banda.

Após a trágica e precoce morte de Kath, o Chicago seguiu seu caminho com menos tônus para a criatividade e inovações, alcançando muito sucesso na indústria fonográfica com baladas românticas cantadas por Cetera durante a década de 80 e o inicio dos 90.  

Clicando aqui é possível assistir na integra uma das grandes performances ao vivo da banda no verão de 1970 em Tanglewood (Lenox, MA), vale a pena assistir.

Outra dica é o documentário “Now More Than Ever: TheHistory of Chicago” veiculado pela Netflix e que remonta um pouco dessa história. 

Ps: Os metais da banda eram de arrepiar!

Chicago - Does Anybody Really Know What Time It Is?





Chicago – Introduction

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Minha avó é uma Highlander



Passando alguns dias e noites com a minha avó paterna no hospital, nada mais justo a alguém que um dia me acolheu em sua casa com tanto carinho e cuidado.

Acho que conheci a minha vó em 1975, 76, quando ela tinha uns 54 anos, e ao contrário do que aquele fedelho com 6 para 7 anos pensava e achava em seu mágico universo, ela não parecia alguém velha assim!

Era muito comum naqueles anos incríveis, que qualquer adulto com mais de 40 anos aparentasse ser um ancião com muita rodagem e preste a bater as botas, deveras engraçado lembrar disso hoje em dia e, o que será que o meu filho pensa então sobre este ancião de cabelos já bem grisalhos?

Dona Raimunda, carinhosamente chamada de Dona Nenê, havia deixado a sua bela Fortaleza (CE) para encarar duas noites e dois dias de ônibus na estrada, eram os tempos em que a elite nacional
não queria ver todo mundo viajando de avião, bem isso não mudou muito é verdade, pois o Brasil é pródigo em preconceito social e acumulação de renda por uma nefasta minoria.

Enfim, a minha avó sempre fez parte da maioria, tendo uma vida difícil, viúva cedo precisou logo trabalhar muito duro para conseguir sustentar e dar educação aos seus dois filhos, que depois virariam três.

Sua visita aos filhos e netos na metrópole São Paulo, incluía um ritual divertido de pregar peças nos netinhos. Acho que ela se divertia muito, talvez até mais do que os cinco irmãos do clã Nascimento.
Funcionou, pois cá estou eu recordando de suas travessuras.

Olhando para ela agora em um leito hospitalar, consigo perceber que seu codinome sempre fez jus a sua maneira de encarar este mundo, com sua simplicidade e muito bom humor, o que incomodava de certa maneira muitas pessoas que não a conheciam a fundo.

Sua longevidade é ancestral, já que sua tia mais querida, Maria e sua mãe Cecília (um nome lindo) faleceram aos 97 anos. Tive o privilégio de conhecê-las e de vivenciar em loco o último ano da minha bisavó, encontrando-a em sua cama sem respirar numa manhã ensolarada de Setembro de 1989.

Quem quer viver para sempre?, pergunta Freddie nessa que é a canção tema do longa “Highlander – O guerreiro imortal” de 1986, no vídeo em um dos últimos shows de Freddie com o Queen.

Dona Nenê conheceu muitas pessoas neste último século, assistiu a muitos nascerem e perdeu as contas de tantas outras que partiram dessa dimensão. Não deve ser tanto agradável assistir a um desfile só de idas da sua turma inteira e mais um pouco, enquanto seu corpo teima em seguir em frente desafiando o inexorável tempo.

Talvez a sua receita de longevidade tenha vindo de sorrir mesmo quando tudo conspira contra seus desejos e razões, além de certa dose de um bom e retumbante deboche.

Em mais uma internação vai ficando evidente que ela se prepara aos poucos para se desconectar dessa vida, porém sem perder o riso e a leveza de sempre e, não vamos esquecer que ela é uma autêntica guerreira Highlander.

Queen – Who wants to Live forever

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Vamos Sumir!

Vivo um momento de encantamento com o Rio Grande do Sul, com seus artistas, sobretudo os músicos, escritores e poetas.
Com Ian seu filho nos braços, Vitor Ramil percebeu que havia algo circulando naquela sinergia inexplicável. A inspiração da letra surgiu daí – a música é de seu irmão.
É um convite emotivo e racional, de pai para filho, certamente um dia cantarei para o meu Gustavo.
É curiosa a história da canção, veja a letra abaixo:
Loucos de Cara
Vem, anda comigo pelo planeta
Vamos sumir!
Vem, nada nos prende, ombro no ombro
Vamos sumir!
Não importa que Deus
Jogue pesadas moedas do céu
Vire sacolas de lixo
Pelo caminho
Se na praça em Moscou
Lênin caminha e procura por ti
Sob o luar do oriente
Fica na tua
Não importam vitórias
Grandes derrotas, bilhões de fuzis
Aço e perfume dos mísseis
Nos teus sapatos
Os chineses e os negros
Lotam navios e decoram canções
Fumam haxixe na esquina
Fica na tua
Vem, anda comigo pelo planeta
Vamos sumir!
Vem, nada nos prende, ombro no ombro
Vamos sumir!
Não importa que Lennon
Arme no inferno a polícia civil
Mostre as orelhas de burro
Aos peruanos
Garibaldi delira
Puxa no campo um provável navio
Grita no mar farroupilha
Fica na tua
Não importa que os vikings
Queimem as fábricas do cone sul
Virem barris de bebidas
No rio da prata
Boitatá nos espera
Na encruzilhada da noite sem luz
Com sua fome encantada
Fica na tua
Poetas loucos de cara
Soldados loucos de cara
Malditos loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Parceiros loucos de cara
Ciganos loucos de cara
Inquietos loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Vem, anda comigo pelo planeta
Vamos sumir!
Vem, nada nos prende, ombro no ombro
Vamos sumir!
Se um dia qualquer
Tudo pulsar num imenso vazio
Coisas saindo do nada
Indo pro nada
Se mais nada existir
Mesmo o que sempre chamamos real
E isso pra ti for tão claro
Que nem percebas
Se um dia qualquer
Ter lucidez for o mesmo que andar
E não notares que andas
O tempo inteiro
É sinal que valeu!
Pega carona no carro que vem
Se ele não vem, não importa
Fica na tua
Videntes loucos de cara
Descrentes loucos de cara
Pirados loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Latinos, deuses, gênios, santos, podres
Ateus, imundos e limpos
Moleques loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Gigantes, tolos, monges, monstros, sábios
Bardos, anjos rudes, cheios do saco
Fantasmas loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Vem, anda comigo pelo planeta
Vamos sumir!
Vem, nada nos prende, ombro no ombro
Vamos sumir!


Vitor Ramil – Loucos de Cara

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Dois


Uma das mais belas canções do cancioneiro popular brasileiro, “Dois” composição da dupla Michael Sullivan & Paulo Massadas, hitmakers dos 80 e 90 nas vozes dos principais interpretes do país, de Roberto Carlos a Xuxa ninguém passou impune pelas canções da dupla, abaixo alguns exemplos:

Gal Costa (Um dia de Domingo), Tim Maia (Me Dê Motivo, Leva), Joana (Amanhã Talvez, Um sonho a Dois, Promessas, Amor Bandido), Fagner (Deslizes), Roberto Carlos (Amor Perfeito, Pergunte pro seu Coração, Meu Ciúme), Roupa Nova (Whisky a Go-Go ,Show de Rock in Roll), Alcione (Nem Morta, Estranha Loucura, Além da Cama), Sandra de Sá (Retratos e Canções, Joga Fora no lixo, Não Vá), Leandro e Leonardo( Talismã), Paulo Ricardo (Dois), Fafá de Belém (Abandonada, Amor Cigano, Meu Dilema), Xuxa (Lua de Cristal, Brincar de Índio, Parabéns da Xuxa, Arco-íris), Trem da alegria (Uni-duni-te, É de chocolate, He-Man), Rosana (Nem um Toque, Custe o que Custar).

Se hoje em dia está difícil encontrar boas canções, a gente pode matar um pouco de saudade da qualidade das composições de Michael e Paulo. 

Abaixo Michael interpretando a canção no programa Estúdio Showlivre em 2010, observem que há uma referência incidental durante alguns trechos da canção da belíssima balada “A Whiter Shade Of Pale” composição imortalizada da banda Procol Harum.


Enfim escolha a sua versão preferida, eu gosto de ambas!

Paulo Ricardo – Dois



Michael Sullivan – Dois

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Ser Invisível? Vantagem?


Eu desconfiarei sempre daqueles que torcem o nariz para filmes como “A Vantagem de ser invisível” (The Perks of Being a Wallflower, 2012), direção de Stephen Chbosky, e por uma simples razão: a vida não pode ser resumida a futilidades, embora essa combine com a grande maioria dos seres humanos deste pobre planeta, mas enfim, nunca fui mesmo da turma dos populares em ambiente algum, o que me deixa muito à vontade.

"Nós aceitamos o amor que pensamos merecer".

Esse talvez seja um dos motes da película, e irá sem dúvida mobilizar a sua personagem central - Charlie (Logan Lerman), em sua busca pelo amadurecimento na juventude.

Um garoto que já tão jovem luta contra a depressão e procura sentido para algumas perdas em sua curta vida. Então surgem os amigos inesperados, mas que farão companhia a Charlie durante esse processo, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), um trio em atuação belíssima, diga-se. 

O sentido das descobertas na juventude, o valor real de uma amizade, tudo isso cativa e, nos induz a refletir mais sobre nossos jovens, sobretudo para quem já é pai e mãe.

De bônus ainda recebemos um presente, uma trilha sonora memorável, presente nas principais cenas, e também naquelas que serão esquecidas.
New Order, L7, Cocteau Twins, Sonic Youth, The Smiths, Pavement, e o inesquecível David Bowie com sua não menos eterna “Heroes”.  Fica então a dica!

I don't wanna stay at your party
I don't wanna talk with your friends
I don't wanna vote for your president
I just wanna be your tugboat captain

It's a place I'd like to be
It's a place I'd like to be
It's a place I'd like to be
It's a place I'd be happy

Galaxie 500 - TugBoat



David Bowie - Heroes