Poema Para Maria

Dançastes um tango
abraçada à vida
entrelaçada ao corpo
a carne
a alma
a paixão

foste desejo e sedução

Teus olhos
invadiam a tela
transfixando os meus
não sei se era
uma espécie de drama, romance
ou apenas ficção

Maria...
um nome santo
uma imagem
uma estrela
a irradiar
luz

Vai...
convide o teu par
para o último tango
embriaga-te a tu e a ele
adentre pela noite
sozinhos no salão
até que a música cesse
decretando um torpe silêncio

Maria...
nunca diga
nem tampouco insinue
um adeus!

Apenas beije esta madrugada
que por hora ascende vagarosamente
enquanto a última estrela
ainda lampeja uma ponta de brilho
que não posso mais avistar
nesta vida e
neste triste verão

*Maria Schneider (1952 – 2011)

Trilha Sonora
Artista: Gato Barbier
Música: It's Over - Goodbye

Cenas Inesquecíveis 2

Cult para uns, clássico para outros, O Último Tango em Paris (1972), co-produção franco-italiana dirigida por Bernardo Bertolucci, marcou toda uma geração por sua ousadia e coragem.

A atração magnética entre Marlon Brando e Maria Schneider, conferiram luz a personagens marcados pela dúvida e, angústia.

A cena acima faz parte da sequência final do longa, que continua sendo ainda hoje, um dos filmes mais lembrados da década de 70, do século passado.

Last Tango in Paris

O tempo de repente virou em São Paulo. (que novidade!).

Escureceu no meio da tarde, choveu, esfriou e, com a mudança me bateu uma saudade irresistível de Marlon Brando, Maria Schneider e, Bernardo Bertolucci.

O último Tango em Paris (1972), obra-prima e, por isso não envelhece.

O sax do argentino Gato Barbieri na trilha do filme, é a tradução perfeita para a relação entre Paul e Jeanne.