terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quando Eu Era Um Cantor



Gérard Depardieu é Alain Moreau, um cantor que faz sua vida em boates locais, chás dançantes e convenções de empresas. Ele sabe que nunca será um grande artista, mas ama cantar e esta é a sua vida até encontrar Marion (Cécile De France), uma mãe solteira com um triste passado.

A partir de então assistimos Alain Moreau atingido em cheio pelo entusiasmo típico que o amor é capaz de  causar em alguém, assim mesmo, de repente. Esta é uma possível sinopse para o filme "Quand J'étais Chanteur", mas não é tudo.

A canção de Michel Delpech aparece na cena final interpretada por Gérard Depardieu. Um desfecho sensível para uma estória interesante.

Trilha Sonora
Artista: Michel Delpech
Música: Quand J'étais Chanteur

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Lua Serena



Foo Fighters e Norah Jones embalam a minha segunda-feira em uma bela cidadezinha no interior paulista. É como se eu estivesse em uma sala de espera ouvindo o meu musak “Virginia Moon”.

Serena é a vida quando permitimos que assim ela seja, apesar dos problemas...

Trilha Sonora
Artista: Foo Fighters e Norah Jones
Música: Virginia Moon

domingo, 28 de novembro de 2010

Peeping Tom



“Só os que um dia perderam a cabeça sabem raciocinar "
(Oscar Wilde)

Talvez essa seja uma das variáveis que fazem hoje do belga, Brian Molko, um artista despido, que se entrega e, se revela como poucos sobre o palco e, em suas letras.
À frente dos vocais da banda britânica
Placebo, o dândi Molko construiu uma reputação respeitável no cenário do indie rock.

Esta canção, “Peeping Tom”, carrega em si um turbilhão de sentimentos, em uma terna e comovente interpretação de Molko.

Me faz lembrar um amigo poeta, Nivandro Vale, que curiosamente também canta, compõe e sabe muito bem traduzir as emoções que carregamos na alma. Ele adora o Placebo.

I'm weightless
I'm bare
I'm faithless
I'm scared

Eu estou vazio,
Eu estou nu,
Eu estou sem fé,
Eu estou com medo.
Quem nunca sentiu isso na vida?

Trilha Sonora
Artista: Placebo
Música: Peeping Tom

sábado, 27 de novembro de 2010

Norwegian Wood



E quem nunca viveu uma história semelhante a do romance “Norwegian Wood” do japones Haruki Murakami? Quem nunca se apaixonou pela namorada do melhor amigo? Assunto um tanto espinhoso, mas ao mesmo tempo instigante.

Trilha Sonora
Artista: Beatles
Música: Norwegian Wood

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Do Outro Lado do Oceano...



Formado por Luiz Bueno e Fernando Melo, o Duofel, é mais que meramente um dueto instrumental: é um estado de espírito. A dupla mistura Beatles com viola caipira e, elementos distintos de diversos universos musicais. Ouvir "Do Outro Lado do Oceano" sossega e renova a alma.
Uma ótima pedida para uma sexta-feira tranquila...tranquila...

Trilha Sonora
Artista: Duofel
Música: Do Outro Lado do Oceano

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Todo Sentimento



Não te amo mais
Estarei mentindo se disser que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza de que
Nada foi em vão.
Sei dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer nunca que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade:
É tarde demais…

*Autor Desconhecido

PS. Agora leia o poema de baixo para cima!!!

Todo Sentimento é um primor de composição de Chico Buarque e Cristóvão Bastos, talvez combine com o texto acima.

Nem tudo é o que parece ser...

"Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu".

Trilha Sonora
Artista: Verônica Sabino
Música: Todo Sentimento

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uma Palavra: Solidão



Essa foi a minha primeira postagem neste blog. Adoro a canção, gosto do texto, por isso o repeteco.

Existem músicas que devoram a sua alma, corrompem os seus sentidos, e te fazem perder o rumo. A canção “This Time” da banda inglesa Suede, é um bom exemplo destes casos.

O Suede foi uma das mais bem articuladas bandas dos anos 90, revivendo os melhores dias do glam rock inglês da década de 70 e, de quebra, dando o pontapé incial ao Britpop.

Antes mesmo de Blur e Oasis atingirem o topo das paradas, a gênese criativa de Brett Andreson e Bernard Butler invadiu o cenário pop da juventude cosmopolita londrina durante os últimos anos do século XX. Fortemente influenciados pelo camaleão David Bowie, o Suede deixou para posteridade pelo menos dois grandes álbuns: Suede (Março de 1993, Nude Records) e, Dog Man Star (Outubro de 1994, Nude Records).

A sonoridade de “This Time”, gravada no álbum duplo Sci-Fi Lullabies (Nude 1997) - uma compilação de lados B registrada já sem o vigor dos riffs da guitarra de Bernard Butler - é cortante, uma balada movida por uma emoção delicada. O piano de Neil Codling é simplesmente comovente, se você estiver então em um dia ruim, nem ouça! As lágrimas certamente cairão como a chuva no meio de uma tempestade.

A doçura na voz límpida e sedutora de Brett Anderson é também responsável por esta menção honrosa a esta linda balada:

"Oh, Day after day, every morning/The city sighs and cars collide"

Canta Brett respaldado pelas singelas palavras que abrem uma constatação premente a nós jovens urbanos: o tempo se esvai quando não estamos com quem amamos.

Já pensou o que faz um jovem inglês aos domingos? Pois bem, por lá o sol não costuma dar as caras, e mesmo em um dia nublado um passeio por um dos belos parques da cidade de Londres certamente fica mais interessante e gostoso ao lado da pessoa amada. Mas e quando não se tem alguém para dividir esse passeio?

A canção destroça o que restou dos nossos corações no solo final da guitarra de Richard Oakes, machucando por entre a melodia tristonha, e pintando em nosso imaginário um dia nublado, chuvoso e marcado pela solidão e indiferença das grandes cidades urbanas.

Por fim, a canção descreve bem em verso, prosa e, melodia o que a ação do tempo produz sobre nós seres humanos.

Bem, o tempo...

Trilha Sonora
Artista: Suede
Música: This Time

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Um Certo Brilho No Olhar



Queres o brilho do meu olhar?

Não depende de mim
Esta missão
É mais contigo...
Falo da confiança
Que tens
Em si mesmo
Pois
Isso reflete
Um certo brilho
Que poderei ter
Quem sabe
Um dia
Em meu olhar

Trilha Sonora
Artista: Duff
Música: Rockferry

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Apenas o Fim?



Pois é...

Falar de amor pode até ser clichê, mas em “Apenas o Fim” (2009) o amor é quase um atestado de idoneidade entre dois jovens universitários da classe média carioca.

Em plena faculdade Antônio (Gregório Duvivier) é procurado por sua namorada (Erika Mader), que lhe avisa que pretende fugir de casa e recomeçar a vida em outro local. Ele tenta convencê-la do contrário, sem sucesso. Os dois concordam em passar a próxima hora juntos, relembrando momentos do passado e imaginando o futuro.

Primeiro filme dirigido por Matheus Souza, “Apenas o Fim” é composto pela simplicidade. Uma única locação, o campus da PUC no Rio de Janeiro, pouco dinheiro investido para um longa, boas idéias e longos e divertidos diálogos que podem esconder aspirações maiores que apenas entreter o público em uma sala de projeção de cinema.

Cheio de referências ao universo pop de uma geração, como "Cavaleiros do Zodíaco", "Power Rangers" e Backstreet Boys, o cineasta e roteirista afirma que o filme é para ser visto por todos.

E lá pelas tantas quando parece que o filme vai murchar, surgem frases que comprovam a estirpe de um bom roteiro:

- Você é uma fraude, sabia? Uma fraude!
Bem bonitinha, mas uma fraude.

- Você foi feliz comigo de verdade?
- Não. Mas a culpa é minha!

- O que você mais gosta de mim?
- Eu gosto do jeito que você toca flauta com o nariz.

- Você não é tão diferente assim, preciso te informar isso.
- Boa parte desse monstro que sou hoje é culpa sua.

- Eu sou aquela vontade que dá, de repente, de tomar Fanta Uva.
- Você é o Menthos.

- Qual o homem mais bonito do mundo pra você?
- Chico e o Johnny Depp.
- Não pode ser outro?

- Você vê filmes demais. Vai acabar me amando pra sempre.

- A gente se perdeu no momento em que a gente se encontrou.

- Vocês mulheres tem uma visão completamente equivocada do que nós pensamos sobre as mulheres. Qual a mulher que a gente mais respeita? Não é a nossa mãe que mostra o peito pra gente logo no primeiro encontro?

- Descobrir que a vovó Mafalda era homem
foi traumático para toda uma geração.

- Eu vou sentir falta das suas mãos quentinhas.
- E eu do seus pés, sempre gelados.

- Você acha que iria gostar de mim se eu não fosse tão complicada?
- Acho. Gostaria sim.

- A única diferença entre a arte e a terapia
é que se eu deixar de escrever um dia, não pago a sessão.

- Você é meu chicletinho mastigado.

- O único lado bom de morrer de amor
é que você continua vivo.

- Você acredita em Deus?
- O problema não é saber se ele existe ou não.
É saber quando ele tá blefando.

- Desculpe. Eu não sei o que é ficar cansado de você.

- O que você acha mais importante: amor ou sexo?
- A primeira opção. Mas qual foi mesmo a primeira coisa que você falou?

- Se você ficasse eu faria de tudo para eliminar todos os meus defeitos,
mesmo não sabendo direito quais são.

E já no final do filme uma revelação devastadora:

- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora? Agora é o resto das nossas vidas.

Daí sobe a música dos Los Hermanos, Antônio então senta-se e assisti a namorada partir enquanto a melancolia vira arte.

Pois é...

-Você me ama?
- Falar sobre amor é clichê.
- Falar que falar sobre amor é clichê é que é clichê.

Na dúvida é melhor assistir de novo, porque em "Apenas o Fim" Matheus Souza conseguiu ir além do mero entretenimento.


Trilha Sonora
Artista: Los Hermanos
Música: Pois é

domingo, 21 de novembro de 2010

Clássicos do Pop - Suzanne Vega



My name is Luka
I live on the second floor
I live upstairs from you
Yes I think you've seen me before

Eu fecho os meus olhos e vejo Suzanne Vega cantando Luka. Uma história de surras, torturas, violência em pleno seio familiar. Suzanne Vega alcançou o estrelato com esta canção de melodia doce e, letra melancólica e ácida sobre espaçamento infantil. Muita gente nem percebeu e achava que se tratava de uma canção romântica. Isso é bem genial nela, bingo!

Corria o ano de 1987, já faz um certo tempo é verdade, mas a canção sobreviveu ao tempo, e Suzanne continua sendo uma grande artista.

Trilha Sonora
Artista: Suzanne Vega
Música: Luka

sábado, 20 de novembro de 2010

Love in The Afternoon



"É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais..."

Já faz tanto tempo, mas parece que foi ontem!

Ouvia esta canção ao lado de uma querida amiga. A gente tinha bons motivos para acreditar que a dor da juventude doía mais em nossa própria carne.

Sinto saudades daquelas tardes de conversa, de poesia, música, histórias alegres, outras bem tristes. Era a mistura de incertezas, olhares profundos, palavras fortes, sentimento genuíno, transparência...

Eu não sei por onde anda a Paula, mas existem momentos na vida da gente que nunca serão esquecidos. Essa é uma certeza que eu guardo comigo.

“Só que neste ano
O verão acabou cedo demais...”

Trilha Sonora
Artista: Legião Urbana
Música: love in the afternoon

A Familia Rodas



Eu digo boa noite “todos os dias” (sentiram o drama) para um sujeito que eu ainda não sei o nome. Pacato, singelo e, muito educado. Será que ele é bem pago por sua educação? Provavelmente não. Ele deve ser visto “apenas” como o guardador de carros da academia, o vigia, o segurança improvisado, ou, qualquer coisa que o valha.

Isso incomoda.

Na rua de cima mora uma família de cinco pessoas. Todos adultos. Cada um tem o seu carro próprio, e isso pra eles é o máximo! Eita classe média deslumbrada!

Eu particularmente acho o filho mais novo um porre de pedante, além do que, o cara sempre sai a mil por hora e qualquer dia desses ainda mata alguém na rua.

Nojento não? A relação: o que somos com o que temos. Não curto isso.

Eu ainda prefiro mil vezes o sujeito sem nome educado, que não possuí nenhum carro e, é magro, do que a família “rodas” com seus cinco automóveis e prá lá de 1 tonelada bem dividida, já que todos sem exceção são obesos.

A vida é isso?

Preferências, eu gosto desse e não gosto daquele, gosto disso e não suporto aquilo?

Certamente nossas escolhas e preferências são pessoais e dizem algo sobre nós, talvez muito.

Mas cara pálida isso parece tão óbvio...

É, eu sei. Paciência.

Trilha Sonora
Artista: Melpo Mene
Música: I Adore You

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Náusea



Por algum motivo, fútil, eu me lembrei de um livro de Jean-Paul Sartre (1905-1980).

O titulo é Náusea, “La Nausée” (1938) que conta a história de um escritor frustrado e suas peripécias. Bem, eu não sou Antoine e, também não pretendo escrever livros, mas vez ou outra sempre bate aquela pontinha de dúvida: Será que eu faço mesmo alguma coisa certa nesta vida? (nossa que drama!).

Melhor mesmo é ouvir o gospel do Queen “Somebody to Love” um clássico que manda qualquer frustração aparente pro espaço.

Acho que é isso!

Trilha Sonora
Artista: Queen
Música: Somebody To Love

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tarde de Primavera Com Norah Jones



No último domingo o show de Norah Jones foi um bálsamo para os ouvidos mais exigentes. A ‘pequena notável’ é uma moça muito simpática, até certo ponto tímida sobre o palco, mas canta como poucas.

O céu carrancudo de São Paulo até deu uma trégua quando Norah apareceu no palco vestindo um mini vestido vermelho e um par de botas marrom. Sua banda é impecável, do rock ao pop, do country ao jazz com direito a toques da tradicional ‘Asa Branca’ de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Tudo meticuloso e com um sabor irresistível de alegria.

Foi um show memorável, apesar da ‘turma’ que foi ao show errado quase ter estragado o clima pacifico da ocasião. A tarde de primavera foi regada a bons sons e, a doçura encantadora de Norah Jones.

Trilha Sonora
Artista: Norah Jones
Música: Man Of The Hour

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tonight



Acene-me com um gesto
Apenas um singelo gesto
De carinho
De afeto
De amor

Esta noite
Eu preciso
Apenas desse gesto
E nada mais...

Trilha Sonora
Artista: Eric Clapton
Música: Wonderfull Tonight

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Em Algum Lugar



Em alguma rua
De algum lugar do mundo
Existe alguém que me espera
Serenamente

E aquele feixe de luz
Irrompeu a última madrugada
Cessando a intensa escuridão
De uma noite infinita

Em alguma estação de trem,
Em alguma estrada,
Em algum aeroporto,
Existe sempre alguém a te esperar

Espera
Pacientemente
Na esperança de apenas rever
Uma lembrança,
Um gesto,
Um olhar,
Que sombreia
Mareja
E rega
O jardim de uma tarde distante
Evocando um amor
Presente.

Trilha Sonora
Artista: Sting
Música: Englishman In New York

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Veludo Azul



Ellen teve enfim o seu dia de glória. Estava impecavelmente ornada por um vestido Givenchy. Desfilava pela rua trajando uma elegância insuspeita. Oscilava como o pendulo do relógio, ora ouvia suspiros de encantamentos, ora recebia olhares de inveja da farta massa feminina daquele elegante endereço em bairro nobre.

Foi aí que surgiu a sua única dúvida do dia, e quem não as tem?

Passando por ela um jovem loiro de corpo atlético, olhos esverdeados e sorriso maroto, não resistiu ao vislumbrar Ellen e soltou:

- Nossa! Com todo respeito, mas que coroa gostosa...

Ellen franziu a testa, resistiu e não olhou para trás, embora uma duvida ainda rondasse sua mente:

-Isso terá sido um elogio, ou um gracejo beirando o insulto?

Dessa incerteza Ellen até hoje abre um sorriso e sempre prefere ficar com a primeira hipótese, pois afinal naquele dia de glória nem mesmo a fina chuva do final da tarde borrara a sua maquiagem fina importada.

Trilha Sonora
Artista: John Pizzarelli
Música: Can´t Buy Me Love

domingo, 14 de novembro de 2010

A Equilibrista



Direi apenas:

Essa música ainda me comove, quem viveu sabe do que falo!

Trilha Sonora
Artista: Elis Regina
Música: O Bêbado e a Equilibrista

sábado, 13 de novembro de 2010

Poema da Noite



Já chorei vendo fotos e ouvindo musica;
Já liguei só para ouvir uma voz;
Me apaixonei por um sorriso;
Já pensei que fosse morrer de saudade;
E tive medo de perder alguem especial... (e acabei perdendo)
Já pulei e gritei de tanta felicidade;
Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas... "quebrei a cara muitas vezes!"
Já abracei para proteger;
Já dei risadas quando não podia;
Já fiz amigos eternos;
Amei e fui amado;
Mas também já fui rejeitado;
Fui amado e não amei...

Charles Chaplin

Trilha Sonora
Artista: Marisa Monte/Arnaldo Antunes
Música: Alta Noite

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sob a Luz do Sol



Quero das horas escuras cumplicidade em qualquer loucura
Quero as noites em claro a eletricidade, um luar de mil watts
Já não morro mais de medo que o tempo escorra pelos dedos
Já não sinto quase nada na madrugada fria
Quero a sujeira das ruas nas veias do asfalto quero me injetar
Quero o perigo correndo comigo sem nunca poder me alcançar
Já não morro mais de medo que o tempo escorra pelos dedos
Já não vejo quase nada sob a luz do sol
Quero a cidade vazia o clarão do dia me ofusca a visão
Minha cabeça lateja meu corpo cansado se espalha no chão
Já não morro mais de medo que o tempo escorra pelos dedos
Já não sou mais quase nada sob a luz do sol

Paulo Ricardo/Luis Schiavon

Trilha Sonora
Artista: Skank
Música: É Tarde

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Promessas



Eu prometo
Você irá voar comigo
Um dia
Você irá voar comigo...
Faça sol,
Faça chuva
Você irá voar
Bem lá no alto
Perto das estrelas
Do sol
E da lua

Eu prometo
Você ainda irá voar
Um dia comigo

Acredite,
Eu sei
É apenas uma delicada
E suspeita
Promessa
Feita por alguém
Que agora
Não consegue parar de pensar
Em você

Então deixe
A sedução
Invadir
Este peito
Dilacerado

Esqueça o tempo
Venha
Voe comigo.

Trilha Sonora
Artista: Kate Bush
Música: Wuthering Heights

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tudo ao Mesmo Tempo Agora



Já Passou…

Notável trabalho de Arnaldo Antunes. Um espelho do mundo conectado, célere, efêmero, a sociedade da comunicação, ou como preferir a sua melhor definição.

Se os teus olhos sentiram-se desconfortáveis, e sua alma angustiada...

Bem vindo ao futuro, agora!

Poema: Agora
Arnaldo Antunes

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Pena Esvoaçante



Existem livros. E agora existem livros que são a síntese de outros livros. Bem, a proposta de "90 Livros Clássicos para Apressadinhos" é bem-humorada quanto ambiciosa: contar a história de 90 livros importantes por meio de apenas quatro quadrinhos, isso mesmo, quatro quadrinhos para cada história.

A “proeza” é responsabilidade do escritor e cartunista sueco Henrik Lange, que se debruçou sobre livros do porte de "Ulisses", "Em Busca do Tempo Perdido", "1984" e "O Retrato de Dorian Gray" e os adaptou para o formato.

A mais desafiadora talvez seja a adaptação da "Bíblia Sagrada". Mas Lange até que se saiu bem: não só pelo surpreendente poder de síntese, mas, sobretudo por saber narrar a história com muito bom humor.

Outra obra inquietante é “Genesis” do cartunista norte-americano Robert Crumb. Nada aqui é digamos politicamente correto, mas e daí? Vale pelas idéias dissonantes da grande mídia, e pelas dúvidas que são lançadas com humor e sagacidade.

Ainda falando de “literatura”, eu juro que não me interessa saber o que as pessoas estão lendo por aí, cada um é livre para ler o quiser e suportar ler, mas confesso que fiquei intrigado ao ver nas mãos de uma moça no metrô o livro com o título: “O que Aprendi com Bruna Surfistinha – Raquel Pacheco (Bruna Surfistinha)”.

Pois é, o mercado literário está soprando para todos os cantos, a autoajuda é mesmo uma praga que dissemina aos ‘práticos’ de plantão a doce ilusão de conforto. Será mesmo?

Olha, depois disso eu prefiro ficar com a pena esvoaçante de “Forrest Gump”. Eu ainda acredito que a literatura é como uma garrafa jogada ao mar, ou se preferir uma pena que voa...voa...e vai além, muito além do que qualquer um de nós possa imaginar.

Não existe limites que sejam instransponíveis, não há medo que não possa ser vencido. As letras estão voando lentamente... Vagarosas... Aonde irão pousar?

Trilha Sonora
Artista: Hans Zimmer
Música: Theme Forrest Gump

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Outubro



Na voz do poeta
Dilui a vida e a morte
Perpassa a liberdade
Sobrevoa emoções
Fantasia a minha imaginação
Cria em mim
Uma doce ilusão
Que depois amarga
Minha boca
Na falta de fé
E pé
Na razão:

“Vou fazer desse chão
A minha vida...”

Ah poeta!
Sua voz me lembra Deus...

“Minha história está contada
Vou me despedir”.

Trilha Sonora
Artista: Milton Nascimento
Música: Outubro

domingo, 7 de novembro de 2010

Medo



“Mas se nós, que somos os reis da natureza, não havemos de ter medo, quem há de ter?”

Clarice Lispector

Trilha Sonora
Artista: Raul Seixas
Música: Gita

sábado, 6 de novembro de 2010

Entre Muros



“Eu não aprendi nada...”

É inquietante, tenso, em alguns momentos desolador o clima gerado ao espectador durante a exibição do longa “Entre os Muros da Escola”, isso para dizer o mínimo.

Roteiro coeso que levanta de uma só vez encruzilhadas socioeducativas da França, mas que poderia ser aqui de São Paulo, ou, de qualquer outra cidade do mundo globalizado.

Se tivesse que definir a película de maneira breve e direta, apenas diria:

É um soco no estômago!

Mas no estômago de quem cara pálida?

Da sociedade pós-industrial consumista e capitalista, que não sabe o que fazer na Europa com os imigrantes árabes, africanos, asiáticos e vindos do leste europeu. O mesmo vale para os latinos americanos na América do Norte e para os bolivianos e paraguaios na América do Sul.

A relação escola x aluno aqui é bem delineada, sem música melodramática de fundo, sem artefatos fantasiosos como nos longas hollywoodianos sobre o tema professor/aluno. Não há espaço para heróis e bandidos, apenas uma polaróide contundente sobre o tema.

As cadeiras vazias na  tomada da cena final traduz quase tudo: Há um vazio latente nos sistemas educacionais do mundo atual.

Pegue um aluno de sua sala de aula e lhe peça um autorretrato, talvez a partir daí surja alguma novidade, alguma esperança distinta do tradicional modelo ‘vigiar e punir’.

Entre os Muros da Escola
titulo original: (Entre les Murs)
lançamento: 2007 (França)
direção: Laurent Cantet
atores: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille
duração: 128 min
gênero: Drama

Trilha Sonora
Artista:Titãs
Música: Lugar Nenhum

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O Cortador de Grama



Imagem de um rio em chamas
Olhei um cavalo flutuando
E sobre a relva havia um oceano
Impenetrável
Estático feito os ponteiros de um relógio
Quebrado

Nada mais faz sentido?

Alguém então assopra em meus ouvidos:

-Eu sei o que eu gosto, e eu gosto do que sei
Está ficando melhor no seu guarda roupa
Dando um passo a frente em seu show

Quando o sol bate forte e eu me deito no banco
Posso sempre ouvi-los falar
Eu, eu sou apenas uma máquina de cortar grama
Você percebe pelo jeito que eu ando

Trilha Sonora
Artista: Genesis
Música: I Know What Like

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mr Cold



Na efemeridade do mundo tecnológico nos falta tempo até para respirar. É sério, ninguém sabe mais como se respira corretamente!

Gozado, não era para ser o contrário? Deveríamos ter tempo para o tal ócio criativo que Domenico Di Massi defende com maestria, no entanto o que assistimos são uma enxurrada de atitudes banais e apressadas em nome de algo que seja mais palpável - dinheiro diriam uns, felicidade diriam outros.

Tem gente que já acorda ligando a televisão em algum programa do estilo jornalismo ‘mundo cão’ – Vejam as manchetes do dia: Tragédia em Moema, acidente grave na marginal Tietê, Neto mata avô a pauladas sei lá aonde...

Isso não é vida sejamos sinceros pelo menos uma vez em nossa existência. Estamos diariamente condicionados a consumir todo tipo de artimanha que roube-nos o precioso tempo. Talvez por isso mesmo reste pouco espaço para a arte, para o simples ato de pensar a vida, refletir com calma, paciência, daí o senso comum de que a filosofia é algo ruim, “não serve pra nada”, afirmam as cabeças vazias.

No final das contas todo mundo deseja sempre tudo bem mastigadinho, pronto, fácil, indolor, por isso telenovela faz tanto sucesso no Brasil.

Mr Cold prefere os devaneios que ainda são capazes de manter um homem vivo e pujante em sua labuta diária, apesar de toda a tecnologia, que é boa, mas na medida exata.

Trilha Sonora
Artista: King of Convenience
Música: Mr.Cold

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Hora do Trabalho



Meu medo às vezes é um vício
Que me amarra como se fosse uma corrente

Em algum momento da minha vida eu disse a frase acima,
Talvez continue repetindo aos meus ouvidos mocos
E a minha voz
Agora parece muda/quieta
Para certas causas

Medo...pavor...incertezas

Trilha Sonora
Artista: Tears For Fears
Música: the working hour (live 1985)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Viva e Deixe Viver


“Aqui é dor, aqui é amor, aqui é amor e dor; onde um homem projeta seu perfil e pergunta atônito: em que direção se vai?”

(Adélia Prado: O Coração Disparado).

Trilha Sonora
Artista: Paul McCartney And WINGS
Música: Live And Let Die

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Uma Loira em Minha Vida



Debbie Harry e seu quinteto colorindo a história do rock durante os anos 80. Harmonias flertando com o rock dos anos 60 – pitadas de algo punk aliada ao comercialismo reinante da indústria fonográfica daquele período, então apareceu o que chamamos de New Wave, ou, música pop dançante das boas. 

Pra matar saudades!

Trilha Sonora
Artista: Blondie
Música: X Offender