quinta-feira, 31 de maio de 2012

Horizonte Grisalho



Eu hoje acordei com vontade de correr no parque, faça sol, chuva, frio, calor, não importa.

Eu hoje levantei sem aquela pulga atrás da orelha, foda-se o mundo, se o mundo quiser de mim aquilo que não poderei nunca oferecer.

Eu hoje olhei no espelho e vi os meus cabelos grisalhos, estou bonito, vistoso com esse ar de alguém que já caminhou um bocado neste planeta, injusto, artificial, indelicado por vezes, desumano quase sempre. 

Ali devo ser eu, vou sorrir pra mim...


Paramore – That's What You Get

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Notívago



Em algumas noites eu simplesmente desisto de tentar pensar em minha vida de uma maneira diferente. Não existe o, mas, o se, o talvez, isso são lamurias que não poderão mais alterar as rotas... perdidas.

Em algumas noites eu olho as estrelas e meus olhos chegam a marejar, pois alguém, distante, poderá naquele instante enxergar a mesma luz, o mesmo céu, definitivamente o alcance da vida não pertence a nós.

Em algumas noites eu simplesmente alimento a minha mente com poesia; visuais, sonoras, literárias... imagéticas.

Alguém por favor, me diga que eu não passo de um sonhador, um romântico incorrigível, um às fora do baralho, por vezes solitário, noutras cercado por seres iluminados, coloridos...

Algumas noites são assim.

Fun – Some Nights (intro)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Olhos de Gazela



Ainda nem fez um ano, mas quando eu ouço ou vejo algo sobre Amy bate aquela saudade... Minhas lágrimas ainda vão demorar um mais para secar... Aqui reproduzo o que escrevi no dia 23 de julho do ano da graça de 2011:

A morte de uma jovem de 27 anos nunca será normal.

Amy tinha seus problemas como todo mundo e, o fato de ser talentosa com sua voz, sua música, sua sensibilidade artística, não tirava dela as dificuldades com a fama, a idolatria, ou simplesmente, com o sentido maior de sua vida. Amanhã será um dia bom para os tabloides sensacionalistas, para a mídia em geral, e para os corvos que adoram uma carniça.

Talvez Amy não se reconhecesse mais quando olhava seus olhos de gazela no espelho do banheiro do seu flat. Talvez fosse muito difícil para ela admitir que o palco seria sua vida por muito tempo, até envelhecer provavelmente.

O velho mito da eternidade (aquela história que um artista que morre cedo fica eternizado) não cola muito. Não creio que ninguém busque isso em sã consciência, com esse proposito claro e definido. Fica difícil julgar, dizer que era uma morte anunciada, isso, aquilo, etc.

Uma coisa eu digo: Não se pode acusar Amy de não ser uma artista autentica e transparente. Conheço muita gente, sem talento pra vida, é pra viver mesmo, não sabe fazer nada a não ser reclamar da vida, dos outros, de tudo enfim. Provavelmente essas pessoas irão viver 80, 90 anos, mas será uma vidinha mixa... sem graça!

Desse mal, a moça dos olhos de Gazela não padeceu... Viveu intensamente, errou muito, amou muito, sofreu muito, mas foi ela mesmo até o fim!

hey tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time

Ok Amy, nossas lágrimas secarão sozinhas com o passar do tempo. (Jul/2011).

Amy Winehouse - Tears Dry on Their Own

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Virando a Página



A loiraça Colleen Fitzpatrick já comandou os vocais de uma banda de rock. Foi durante os anos 90 quando fazia barulho à frente dos Eve’s Plum. Depois disso mudou seu nome artístico, passou a ser conhecida como Vitamin C. (faz sentido!)

Bom, o que vale aqui é saber que encontrei essa regravação feita pela banda para um clássico produzido na era disco dos anos 70 – “If I Can't Have You” gravada pela cantora Yvonne Elliman e que foi incluída na trilha do longa “Saturday Night Fever” (EUA, 1977).

A canção é de autoria dos irmãos Gibb (Bee Gees), e terminou distraindo o meu final de domingo depois de uma semana atormentada, mas como não há mal que dure para sempre...

Don't know why
I'm surviving every lonely day,
when it's got to be
no chance for me.

My life would end,
and it just don't matter how I cry
my tears of love,
a waste of time.
If I turn away...

Eve's Plum - If I Can't Have You

sábado, 26 de maio de 2012

Um Cisne, eu?



Eu me lembro de você anos atrás, tão infeliz, autodestrutivo, sem humor, agressivo, lutando de maneira errada. Lembra-se disso?

Parecia tanto uma criança quando começa a andar de bicicleta com as famosas rodinhas, todo convicto que o caminho seria fácil, sem dificuldades. Afinal você aprendeu que teria sempre as rodinhas ali ao lado para poupa-lo de todos os infortúnios desta terra.

Eu me lembro do quanto você sonhava com algo que parecia impossível, irreal, fora de orbita. Foram tantas ciladas, tombos, escorregões, poços fundos e escuros. Você quase sucumbiu...quase!

Lembra-se disso?

Então um dia desses eu sonhei que você era um artista. Foi o sonho onde você parecia a pessoas mais feliz do mundo. De repente aparecia alguém, ou, alguéns e começavam a te dizer:

-Ei Você! É você mesmo aí, você têm muita sorte, pois trabalha com o que gosta e você sabia que apenas 1% da população mundial consegue isso durante a vida?

Acordei!

Este seria sim um diálogo entre a minha alma e a minha mente, entre o impossível e o possível, entre aquilo que semeamos e plantamos, entre o que sonhamos e nunca desistimos por alguma força externa, interna, não importa...

O caminho mesmo sendo tortuoso é aquele que necessitamos trilhar, seja sob sol, chuva, fartura ou privação, e não falo de autoajuda, falo de sobreviver, de conviver, de bem viver com tudo que a vida nos oferece de bom e ruim. São extremos? Sim, o ser humano oscila entre a arrogância e a mágica de um sorriso puro, ou apenas um olhar que brilha mais do que uma constelação inteira.

Penso que hoje você pode olhar no espelho e dizer a si mesmo:

Sim, você apesar de tudo, ainda manteve algo especial no seu olhar, algo que o difere de ontem, mas... não, não, não se convença muito, porque você tanto pode ser um belo cisne colorido, como também pode ser aquele patinho feio, ranzinza, tal qual o pato da Disney, lembra-se disso?

A vida é mesmo um dia de cada vez.

Paul McCartney - The Long And Winding Road

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Palhaço



-Eu daria tudo para ter sido um pianista de jazz...
-Você era bom?
-Não o bastante.
-Estou aliviado por encontrar alguém que não se intimida de falar o que sente...pensa. Você é bem direta e, eu gosto disso.
-Vou encarar isso como um elogio.
-É apenas a verdade!

Um diálogo que vi dias desses em um filme ‘Tinha que ser você’ (Last Chance Harvey, EUA, 2008).

Sinopse: Harvey Shine (Dustin Hoffman) é um compositor de jingles que está com o emprego em risco. Marvin (Richard Schiff), seu chefe, o alertou de que terá apenas mais uma chance. Em um fim de semana ele viaja a Londres para acompanhar o casamento de Susan (Liane Balaban), sua filha, mas precisa estar de volta a Nova York na segunda, devido a uma reunião importante. Ao chegar Harvey descobre que Susan escolheu Brian (James Brolin), seu padrasto, para levá-la ao altar. Aborrecido, Harvey decide deixar o casamento antes da recepção e parte para o aeroporto, mas perde o voo. Com isso ele é demitido por Marvin, o que o leva até um bar para afogar as mágoas. É lá que conhece Kate (Emma Thompson), uma funcionária do Departamento de Estatísticas Nacionais que se sensibiliza por ele.

Eu não sou Harvey Shine, mas adoraria saber tocar piano o suficiente para compor canções, escrever melodias e harmonias que traduzissem um pouco do que sinto, temo, admiro, amo e odeio neste mundo.

Então eu lembro que tenho apenas o meu emprego e este blog para despejar um pouco da fantasia que habita meu mundinho particular, que obviamente não possuí nenhuma obrigação de traduzir a realidade para além dos muros do meu quarto. Nessas horas sempre me veem a mente a figura do palhaço, do contraditório: dor e riso, alegria e tristeza.

Acho que eu sou uma espécie de palhaço...

Egberto Gismonti - Palhaço

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ecos do Silêncio



-O seu rosto fica mais bonito quando você sorri. (silêncio)

-Eu li em uma revista, dessas para homens e sem mulheres nuas, que eu deveria usar aquele creme que você me comprou o ano passado... lembra? (silêncio)

-Engraçado antigamente no século XX só existiam revistas femininas. Você lembra disso? (silêncio)

-Eu fiz uma pesquisa e achei umas pérolas. Você quer ouvir? (silêncio)

-Se desconfiar que teu marido está te traindo, seja mais carinhosa com ele e nunca o questione. (silêncio)

-Acho que você já dormiu... (ecos...)

Nosso sol às 3 da manhã/pro dia deitar sonhando...

Céu - Sonhando

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ela



Ele descobriu algo de novo: o amor. Aos treze anos pela primeira vez sentiu aquilo que faz a vida valer a pena.

Como um passe de mágica experimentou o aroma da fragrância do Jasmim e, percebeu que era o mesmo que exalava no caminho para a casa de sua Julieta. Mas Julieta na verdade chamava-se Sofia e, era uma jovem vinda de outra cidade para passar as férias daquele verão.

Era um verão escaldante, sol a pino, temperaturas causticantes. Tudo corria como outrora até que numa bela tarde seus olhos conheceram aquela garota loira, de olhos levemente esverdeados, esguia, com sardas, extremamente charmosa, corpo desenhado e de lábios bem carnudos. Seria a bela da tarde de Buñuel?

Essa foi a primeira imagem de Sofia que ele congelou em sua retina.

Ele não sabia muito bem como dizer – ou se – era realmente necessário converter aquela sensação trepidante em palavras. Seria possível traduzir um sentimento avassalador?

Passou os primeiros dias travando um embate surdo consigo mesmo. Seu maior adversário: a sua própria timidez.

No fundo sabia que era correspondido, pois o olhar perdido e, o sorriso radiante de Sofia mal disfarçavam que ali entre ambos havia um desejo mútuo.

Passaram três semanas em uma casa de veraneio junto a uma multidão de jovens e adultos. Naquela atmosfera às vezes febril era certo encontrá-los próximos fosse brincando, jogando conversa fora ou, até mesmo brigando por pequenas tolices da idade. A provocação e a sedução eram recíprocas.

Acordavam cedo e logo estavam seguindo o trajeto entre a casa e a praia. Os dois transformavam aquele trivial instante em uma espécie de jornada, uma autêntica exploração sensorial.

Durante as noites na hora de dormir a luz que irradiava da rua, iluminava os olhos dos dois apaixonados. Em seus sonhos aquele era o momento perfeito, quem sabe ali o primeiro e eterno beijo de amor.

As férias terminaram e Sofia retornou para sua cidade. A distância motivava aquele romance velado não consumado (será mesmo?).

Foram cartas e mais cartas meses a fio – enquanto “a realidade mais delicada e mais difícil, menos visível a olho nu” batia à porta dos dois jovens enamorados.

Assim como uma tela de Cézanne perdida em algum sótão empoeirado e ordinário, onde sua beleza não podia ser apreciada, o tempo tratou de estancar aquela irresistível aventura.

Após anos sem noticias ele a reencontrou em uma viagem a sua cidade. Sofia estava casada e era mãe de três filhos.

Observou que a sua juventude continuava quase intacta, e por alguns instantes não hesitou em colocar-se no lugar do seu marido, mas preferiu guardar as boas recordações de uma década e meia atrás.

Sofia era a lembrança mais gratificante de um verão em sua juventude, talvez o melhor verão da sua vida.

Elvis Costello - She


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Recordar é Viver...




Sim... E como esquecer o filme, a cena, a melodia?

“An Affair To Remember” (Tarde demais para esquecer) antológico para os corações mais maleáveis, para quem ainda tem lágrimas para alimentar emoções em uma despedida, nos encontros e desencontros tão comuns em nossas vidas que nossa vã filosofia até suspeita de certo lobby da indústria cinematográfica.

Cary Grant, Deborah Kerr, a cena final memorável (não a vista aqui)...

Viva a sétima arte!

An affair To Remember (1957)





domingo, 20 de maio de 2012

Robin Gibb



Definitivamente 2012 não é um bom ano para a música pop. Depois de Whitney Houston e Donna Summer, agora foi Robin Gibb (1949-2012) dos Bee Gees que partiu hoje vitimado por um câncer.

No vídeo Robin interpreta um dos maiores sucessos da banda que formou com os irmãos, Barry Gibb e seu irmão gêmeo Maurice Gibb (1949-2003), Stayin' Alive.

Posso imaginar a tristeza de Barry, o último Bee Gees vivo e curiosamente o mais velho dos irmãos. A disco não seria a mesma sem o som do trio que embalou as noites de sábados na década de 70.

Uma pena...

Robin Gibb (Bee Gees) - Stayin' Alive

Mira




Eu me perco neste labirinto
onde habita a vertigem
o descompasso e o desequilíbrio:

não acho o que quero
não perco o indesejável
apenas tateio o inatingível

o ser, o concreto, o divino.

por ora
foco
minha mira
neste poema. 

Nick Drake , Mogwai

sábado, 19 de maio de 2012

Diamantes



São quase doze horas da noite.

Querido Freddie,

A vida aqui continua mesmo sem aqueles mágicos truques vocais que você tanto adorava nos fazer durante seus shows. Por sua influência eu (Jonathas) me tornei uma espécie de missionário da arte e cultura, num país que você parecia tanto adorar, mas onde infelizmente os políticos parecem odiar educação, arte e cultura.

Não importa, não escrevo essas linhas para me lamentar, mas apenas para agradecer tanta inspiração advinda de ti meu amigo. Teu trabalho abriu meus olhos para a sensibilidade, e se me faltava espaço para voar e sonhar, agora sobra provações para insistir e amar a cada dia ainda mais a poesia, a música, a pintura, a música, o cinema, a fotografia, enfim, amar e perdoar os homens, porque na essência todos nós somos feitos mesmo é de sonhos... e eles não envelhecem nunca.

Onde estiveres
Muito obrigado.

Freddie Mercury - The Official 65th Birthday Video


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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Paixão Antiga



A gente se apaixona por alguém graças a algum misero detalhe, ou, pelo conjunto da obra, ou simplesmente porque aquela pessoa existe tanto aqui dentro de nós que seria impossível respirar sem a sua existência, pelo menos é o que pensamos sentir enquanto o amor nos deixa lá em cima nas nuvens.

Quando penso no Suede às vezes me pego tentando decifrar ou compreender aquilo que pouco importa. Por que gosto tanto de Brett e cia? Sabe lá deus não é mesmo! Gosto, amo de paixão e ponto.

Encontrei no vocêtube este pedaço de um show da banda no ano passado em Berlin – coisa boa, astral lá em cima, Brett suado e cantando como nunca. Pra quem quiser se divertir em menos de trinta minutos fica a dica. É simples, direto e na veia. Apenas tome Cuidado, pois pode viciar! 

Tracklist:

Trash
Animal Nitrate
To The Birds
We Are The Pigs
Metal Mickey
New Generation
The Beautiful Ones

Suede – Berlin Festival 2011



domingo, 13 de maio de 2012

Bossa Zuza



Tanto quero o pão quanto o vinho
A realidade e a fantasia
É isso que nos mantem vivos.

Cazuza


Cazuza – Faz Parte do Meu Show

sábado, 12 de maio de 2012

Um Tagarela em Paris



“il y a toujours quelque chose d’absent qui me tourmente” (Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta).

Eu mergulhei nas palavras da velha catedral francesa. Envolto pela garoa fina que caia do branco céu parisiense. Eu andava sozinho pela île de la Cité acompanhado do vento cortante do inverno europeu, abismado com a força libertaria da distancia, de pisar ruas seculares e respirar a bruma do Sena.

Eu era Dylan cantando Blowin’ in Wind e Quantos caminhos um homem precisa percorrer antes, que seja chamado de homem?

Mas então vezenquando fico cá a pensar: eu sei que ali eu nasci, pelo menos no que diz respeito ao meu amor por uma terra estrangeira da qual sinto cheiro quando puxo pela memória as manhãs charmosas de janeiro. Estou sempre correndo na direção dos Jardins de Luxemburgo por entre as cirenes da quase histérica policia francesa que atravessa o bulevar de Montparnasse em disparada perseguição. Só não sei ao certo ao que tanto perseguem. São os terroristas, penso cá eu, nem um pouco preocupado, pois em Paris a maior indagação deve ser: Como não sonhar com esta cidade?

Sim, aquele Palácio e aquele jardim agora são meus! Então cuidem bem dele, de suas árvores de suas flores e plantas, de sua terra, de suas estatuas, de sua infinita beleza. Habito por lá, mesmo estando ainda aqui na fuligem paulistana, onde sequer podemos pensar em caminhar ao largo do moribundo Tiête.

As odes são sempre temperadas pelo exagero, pela traição da memória que registra-nos apenas o que nos agrada quando estamos a passeio.

Eu, o tagarela do metro parisiense – tentando acertar a pronuncia das estações, e fazendo todos ao lado abrirem um discreto sorriso.

The Style Council - Down In The Seine

sexta-feira, 11 de maio de 2012

8 a.m



São seis da manhã. Meu relógio não desperta, mas meu cérebro resolve que devo abrir os olhos e apreciar os primeiros raios solares nos campos e fazendas do interior paulista numa alvorada de outono. Abro a janela para assistir e ouvir uma revoada de pássaros que festejam mais um dia de voo, beleza e liberdade.

Agora já são oito horas e o café da manhã será servido em instantes, anseio por uma fatia de queijo fresco da fazenda, pelo pão caseiro e por uma xicara de café moído ali mesmo. Isso é que chamo de conforto, vida interessante, nível de estresse em baixa. O que mais desejar?

Na vitrola virtual Fleet Foxes harmoniza a composição da cena que inspira os meus olhos: rebanhos de vacas em meio a fumaça do fog e do sereno da madrugada.

Bom dia!

Fleet Foxes - Mykonos

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Não Ando Só



“O homem é um cadáver adiado”.

Fernando Pessoa

"O ser humano inventou a linguagem para satisfazer a sua profunda necessidade de se queixar."

Lily Tolina

"As pessoas que falam muito mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades."

Millôr Fernandes

"Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma".

Fernando Pessoa

Bon Iver - Skinny Love

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sem Livros, Sem Atitude



"Um país se faz com homens e livros" (Monteiro Lobato)

E o contrário como devemos chamar? Que tal Brasil!

Missionários da arte e da cultura precisam ser pessoas muito especiais, pelo menos no quesito paciência. O que consola é sonhar, isso nenhum político, nenhuma burocracia, nenhuma sacanagem pode tirar de nós, nunca!

Renato Russo cantava, “O Brasil é o país do futuro...”, Cazuza pedia para que o país mostrasse a sua cara e, eu apenas suspiro: Um dia as pessoas acordarão de um longo e profundo sono e aí a coisa será diferente. Sem leitura um país não cresce e muito menos reconhece a si próprio. 

"ZERO PATIENCE" - "Just Like Schaharazade"


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Just Like Heaven



Eu gostaria muito de estar no céu, mas o contrário me aborrece neste instante. Como é duro aturar pessoas prepotentes, pessoas fracas, pessoas covardes, pessoas obtusas, gente que só reclama da conjunção solar e da vida, mas não deixa de repetir o seu mantra preferido:

ganhar, ganhar, ganhar, ferrar os outros, ferrar os outros, ganhar a todo custo...

Pro inferno eles, porque eu, bem, irei sobreviver ouvindo o Robert Smith cantarolando Just Like Heaven.

The Cure - Just Like Heaven

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Aventura Pessoal



Lá fora eu vejo um gato branco e preto com uma mancha escura próxima ao seu focinho parado na esquina. Ele espera o carro passar para subir na sua árvore favorita da praça, faz um pouco de frio, mas não chove em São Paulo. O gato, o céu, a praça, são insinuações do meu cotidiano nem sempre regrado, nem sempre ensolarado, mas sempre personalizado.

Não sou mais um cara de badalações (se é que um dia já fui) estou muito mais para tardes preguiçosas, passeios curtos e lugares discretos. A minha aventura é interna, viajando nos pensamentos e suas variantes.

Ventura Highway - Nei Lisboa

terça-feira, 1 de maio de 2012

Abandono



Eu juro que nem sempre que juro estou mentindo.
Mas o fato é que vezenquando as imagens me veem sem controle à essa mente incessante.
O abandono é um ato cruel, revela que nós humanos somos quase sempre desumanos. Essa noite irei pegar as minhas malas, partirei dos meus próprios pensamentos e direi adeus aos meus abandonos. Será que você já disse mais adeus do que eu nesta breve vida?
Queria tanto ter coragem para dizer mais olá! como vai você? entre na minha vida! Estou aqui sem defesas, sem subterfúgios, este sou eu às quatro da manhã. É, tanta sinceridade soaria como suicídio social! Será mesmo?
Então eu sonho que quando chegar este dia estarei passeando por wonderland ouvindo a canção de John Denver e fingindo que não chorei ao lembrar de tantos amigos que já partiram.
O abandono somos eu e você, longe, distante, reclusos, vivendo a não vida.   

John Denver – Leaving On A Jet Plane