quinta-feira, 24 de maio de 2012

Palhaço



-Eu daria tudo para ter sido um pianista de jazz...
-Você era bom?
-Não o bastante.
-Estou aliviado por encontrar alguém que não se intimida de falar o que sente...pensa. Você é bem direta e, eu gosto disso.
-Vou encarar isso como um elogio.
-É apenas a verdade!

Um diálogo que vi dias desses em um filme ‘Tinha que ser você’ (Last Chance Harvey, EUA, 2008).

Sinopse: Harvey Shine (Dustin Hoffman) é um compositor de jingles que está com o emprego em risco. Marvin (Richard Schiff), seu chefe, o alertou de que terá apenas mais uma chance. Em um fim de semana ele viaja a Londres para acompanhar o casamento de Susan (Liane Balaban), sua filha, mas precisa estar de volta a Nova York na segunda, devido a uma reunião importante. Ao chegar Harvey descobre que Susan escolheu Brian (James Brolin), seu padrasto, para levá-la ao altar. Aborrecido, Harvey decide deixar o casamento antes da recepção e parte para o aeroporto, mas perde o voo. Com isso ele é demitido por Marvin, o que o leva até um bar para afogar as mágoas. É lá que conhece Kate (Emma Thompson), uma funcionária do Departamento de Estatísticas Nacionais que se sensibiliza por ele.

Eu não sou Harvey Shine, mas adoraria saber tocar piano o suficiente para compor canções, escrever melodias e harmonias que traduzissem um pouco do que sinto, temo, admiro, amo e odeio neste mundo.

Então eu lembro que tenho apenas o meu emprego e este blog para despejar um pouco da fantasia que habita meu mundinho particular, que obviamente não possuí nenhuma obrigação de traduzir a realidade para além dos muros do meu quarto. Nessas horas sempre me veem a mente a figura do palhaço, do contraditório: dor e riso, alegria e tristeza.

Acho que eu sou uma espécie de palhaço...

Egberto Gismonti - Palhaço

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