domingo, 23 de dezembro de 2012
Ária pop
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Melina
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Tempo Para Recomeçar
Artista: U2 Feat. Luciano Pavarotti
Música: Miss Sarajevo
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Uma Tarde de Ópera Pop no Ipiranga

Andréa Bocelli, 50, não é exatamente um tenor ortodoxo. Anteontem, 21 de abril, o italiano acompanhado da Orquestra Filarmônica do Paraná, sob a regência do maestro, Eugene Kohn e, do Coral Philarmonia, levou cerca de 25 mil pessoal ao Parque da Independência na zona sul de São Paulo.
O concerto patrocinado por um grande banco transnacional foi obviamente fartamente divulgado pela grande mídia. Para organização do evento uma nota zero com louvor por dois motivos:
1° Não havia nenhum planejamento decente para receber o grande público, que, penso eu, nem mesmo a organizadora do evento acreditava que apareceria na tarde do feriado de Tiradentes.
2º Por que manter o único portão que receberia 25 mil pessoas fechado durante toda a manhã? (O portão só foi aberto às 14 horas).
Como resultado assisti a cenas dantescas de um país já acostumado a balbúrdia cívica. Filas imensas que não começavam e, nem terminavam. Pessoas desorientadas, por total ausência de comunicação da organização do evento. O público foi mais uma vez tratado como “rebanho de gado”, ao longo das ruas frias e molhadas ao redor do imponente Museu do Ipiranga.
Mas, como ouvido de jornalista é sempre maior do que deveria ser, ouvi frases curiosas e divertidas durante o purgatório da fila, coisa do tipo: “Maldito Faustão! É nisso que dá divulgar um evento desses na TV do povão”. Cada um tem a TV que merece!
Então vamos ao que interessa. O “Concerto Incanto”, nome homônimo do mais recente álbum do tenor, não foi exatamente uma Brastemp.
Eram exatamente 16h10 quando os primeiros acordes de “O Barbeiro de Sevilha”, de Rossini, foram executados pela Orquestra Filarmônica do Paraná.
Em seguida surgiu Bocelli, que um dia já foi apenas e tão somente um músico de piano bar, conduzido ao palco para desfilar com firmeza, mas sem muito brilho, durante uma hora e meia árias e baladas que o conduziram dos pequenos bares às grandes arenas de concertos pelo mundo afora.
O tenor foi acompanhado durante o espetáculo pela soprano Olivia Gorra, o barítono Gianfranco Montresor, e o flautista Andrea Griminelli, cada um desempenhando muito bem a sua respectiva função.
No repertório clássicos eruditos e folclóricos italianos como “Mamma”, “Sole Mio”, “Funiculi Funiculá”, cantada em uníssono pela multidão, além da sua mais famosa balada “Con Te Partirò”.
A “surpresa” foram as participações especiais de Toquinho na versão em italiano de “Aquarela” e, Ivete Sangalo unindo-se ao duo, em “L’Appuntamento” versão italiana para “Sentado à beira do Caminho” de Roberto e Erasmo e, “Garota de Ipanema” do maestro Tom Jobim. Mas essa parte do show será deletada facilmente da memória de quem assistiu ao concerto.
Ao final, Andrea Bocelli premiou a minha paciência de ficar dando passagem a incautos que não cansavam de ir e vir durante o concerto (a educação no Brasil é sempre um problema de base) – cantando com emoção a belíssima “Nessun Dorma” de Giacomo Puccini. Nesse instante me lembrei da voz suprema de Luciano Pavarotti e, da sombra de Alessandro Valente, mas ali à minha frente estava apenas o esforçado e competente Andrea Bocelli.