sábado, 31 de outubro de 2009

Replicantes



Uma trilha sonora belíssima. É como se Vangelis se apossasse das palavras de Drummond:

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”.

Blade Runner, São Paulo, Moscou, não importa muito. O conteúdo é o mesmo: emoção!

Aqui chama-se "Memories of Green", quase indescritível!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sexta maracatucuté



Gênio da raça, Moacir Santos comanda a sexta-feira de boas vibrações astrais e, não astrais deste blog.

Uma vez ouvi um músico explicando o método de criação do Moacir. Fantástico! Em uma música, por exemplo, o cara invertia a noção cristalizada do que é música hoje: ele escrevia as notas graves para conduzir a melodia (em primeiro plano) e as agudas para fazer a base rítmica, e funcionava!

Só por isso, já vale a pena ouvir algum registro do saudoso maestro pernambucano.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Hipnose



Uma das bandas mais indecifráveis dos anos 80, o Cocteau Twins, marcou época apesar de não ter frequentado assiduamente as paradas de sucesso.

Seu disco mais acessível talvez seja o belo, “Heaven Or Las Vegas” (1990), um pequeno oásis sonoro estrelado pela voz hipnótica de Elizabeth Fraser e, o duo guitarra/baixo de Robin Guthrie e Simon Raymonde.

Ouvi-los ainda hoje causa imenso prazer.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

39



Something in the way she moves

Attracts me like no other lover

Something in the way she woos me

I don't want to leave her now

You know I believe and how

Somewhere in her smile she knows

That I don't need no other lover

Something in her style that shows me

I don't want to leave her now

You know I believe and how

You're asking me will my love grow

I don't know, I don't know

You stick around now it may show

I don't know, I don't know

Something in the way she knows

And all I have to do is think of her

Something in the things she shows me

I don't want to leave her now

You know I believe and how


Há de fato algo de mágico nesta composição de George Harrison, e hoje eu tenho 39 motivos a mais para sorrir!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bebida Forte



100 melhores empregos. Será que existem mesmo?

100 melhores empresas. Aonde? Quem souber me avisa!

100 melhores discos. Já escutou? Ainda não? Como assim?

100 melhores livros. Já leu? Olha a vida é curta!

100 melhores filmes. Já assistiu uma vez pelo menos? O quê?

100 maneiras de ser feliz. Bem...

Existem muito mais possibilidades de ser feliz do que apenas uma centena. Não concorda? Ah!...hum…

Ouvi ontem e gostei: “Somos bebida forte. Temos rejeição. Na vida, quem não tem rejeição é porque é água morna", disse um político uruguaio. Tudo bem que isso dito em um contexto político causa publicidade maior do que deveria, mas na vida não existe caminho duro sem rejeição.

Acho que sou assim e, talvez a Sheryl Crow também.

Porque no fundo a vida não é nada didática. Ponto final.

Sutileza meus caros, sutileza!

If it makes you happy

It can't be that bad

If it makes you happy

Then why the hell are you so sad

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

No Banco da Praça



Depois de viver o suficiente, sentou no banco da praça em uma tarde qualquer, mas era segunda-feira.

Como de costume abriu seu jornal por entre braços surrados pelo quase escambo de cinquenta anos ininterruptos junto ao cais do porto.

A manchete do noticioso trazia em letras garrafais: “Fraude no INSS Leva ao Colapso à Previdência Social”.

Deu um suspiro curto de conformismo enquanto suas mãos automaticamente dirigiram-se para o caderno de esportes. Do burburinho na praça ouvia-se o alarido sobre a mazela que tomara de assalto aquele grupo sempre descartado por parte maciça da sociedade.

Naquele fim de tarde ele preferiu continuar a passar seus olhos pelas letras miúdas do jornal, como espécie de revolta ante ao nefasto destino. Apenas parou para recordar de alguém que já não estava tão perto, mas fazia-se sentir ali, tal como o vento que não vemos, mas sentimos.

É quando a história ganha vida, real sentido.

As luzes dos postes centenários da imponente praça foram acesas e, o sol então começou a partir. Era hora de levantar-se, empunhar seu chapéu panamá tomar o rumo norte e vagarosamente marchar pela movimentada rua.

De longe a cena suscitava um senhor franzino vestindo um terno de linho branco amarrotado contrastando com um céu alarajando, luz natural amiúde, enquanto ele partia a noite chegava.

Eram seis da tarde na  antiga rua de paralelepípedos da praça, no palco da vida, por entre pombos, mendigos e crianças cheirando cola.

How does it feel

How does it feel

To be on your own

With no direction home

Like a complete unknown

domingo, 25 de outubro de 2009

Maria Helena



“Todos os dias é um vai-e-vem

A vida se repete na estação

Tem gente que chega prá ficar

Tem gente que vai

Prá nunca mais...”

Alguns dias atrás eu recebi a triste noticia: a Maria Helena partiu.

Existem encontros deste lado da vida (e são poucos), que nenhum dinheiro, nenhum emprego, nenhuma viagem, nenhuma ostentação, nada, nada, nada pagaria!

Na mensagem o Humberto dizia: “ela gostava muito de vocês, sempre estava falando em vocês”!

É...

Isso desmonta.

Arruína a alma.

Morava em São Luís com a Lidce, até que em um belo dia um ex-colega nosso de trabalho, o Humberto, nos ligou dizendo que estaria visitando a cidade e, lógico gostaria de ver-nos.

Foi quando conhecemos a Maria Helena – um doce daqueles que você só de olhar já sente o seu sabor delicado – alguém que simplesmente nos adotou como amigos porque a recebemos com simpatia em nosso lar. E o mundo anda tão louco ultimamente que esquecemos que gestos simples como este são capazes de serem perpetuados nos corações generosos de alguém como a Maria Helena.

De lá pra cá infelizmente não pudemos mais encontra - lá. Ficou um vazio, um peso, uma tristeza por sua partida repentina.

Das boas lembranças me lembro nitidamente da visita ao “Bar do Leo” em São Luís, lugar perfeito para os amantes da boa música. Ouvimos de Roberto Carlos a Aracy de Almeida, passando pela imortal voz de Dolores Duran.

Neste vídeo raro vemos Milton Nascimento cantando o samba-canção “A Noite do Meu Bem” composição de Dolores Duran no programa “Bar Academia” da extinta TV Manchete em 1984, um momento sublime!


Quero a alegria de um barco voltando

Quero ternura de mãos se encontrando

Para enfeitar a noite do meu bem.


É pra você Maria Helena...

Com saudades.

sábado, 24 de outubro de 2009

Pop Cake



Sábado ao som do Cake em uma de suas divertidas covers, aqui "Guitar Man" gravada originalmente pelo Bread nos anos 70, e que por algum motivo me faz recordar da minha ‘velha’ infância.

DJ: som na caixa!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Meca e o Plebeu



Saía de casa às 4h da manhã todos os dias. Caminhava por entre a névoa da alvorada, ouvindo apenas o tremor dos próprios lábios, e seus apressados passos.

Sua primeira provação diária era aquele coletivo lotado de seres como ele, a procura do sustento e da manutenção da dura vida. Durante os quarenta minutos do percurso a sua única sensação era a saudade da infância, onde os dias eram mais ensolarados e a neblina cedia espaço para um céu azul radiante. Lembranças já perdidas no tempo e no espaço da labuta diária.

Seu destino temido se aproxima. São cinco horas de uma manhã qualquer, e naquela estação a sua face irá se unir a outras milhares, quase todas sem feições, mas repletas das marcas da vida e ostentando ainda algum esboço persistente de fé.

A cidade antes calada, vazia e preguiçosa, agora acorda fixando seus olhos no plural de sonho, tristeza, acalanto, resignação, esperança e desespero.

Nossa personagem ainda caminha, não ouve mais seus passos, não percebe mais o frio, apenas aguarda a execução da sua sentença diária.

Depois do coletivo, do trem e da caminhada, eis que avista ao longe a Meca – imponente, repressora e transgressora da sensibilidade humana – onde dali a pouco repetirá por horas centenas de vezes o mesmo movimento, a mesma cena usurpadora de ontem, de hoje e do amanhã.

São 7h de uma sexta-feira, e nesse dia nosso anti-herói decide se rebelar contra as imposições do império e da vida. Então corre para a sala de comunicação, abre caminho à base do seu soco inglês, guardado devidamente em sua marmita. Com ele alvejou dois seguranças e três colegas que tentaram impedi-lo de tomar de assalto os microfones que comandam milhares de mentes cotidianamente.

-Atenção repetidores a ordem é parar as máquinas! Parem todas as máquinas, desliguem todos computadores, quebrem os seus cartões de ponto, e saiam da Meca! Vamos sair para o pátio externo, é hora da diversão!

Atônitos, seguranças, patrões e empregados olham horrorizados aquele ser subvertendo qualquer ordem, e mais a frente o golpe final e certeiro:

- Hoje em vez das máquinas, vocês irão ouvir música, do erudito ao popular, de Bach, a Madonna, de Cartola a Villa-Lobos, eu não quero ver ninguém parado, dancem, cantem, vamos rodear e cercar Meca!

A imprensa logo surge em polvorosa ávida por uma entrevista exclusiva com o rebelde do império. A polícia sempre ao lado do poder instituído já cerca os muros de Meca, preparando sua invasão impura e violenta.

Foi quando ao som de “Another Brick In The Wall” do Pink Floyd, que João ouviu sonolento sua Maria gritando:

-Acorda João tá na hora de ir pro trabalho! Já são 4 da manhã!

Com frio, e empunhando seu guarda-chuva, João não parecia o mesmo naquele alvorecer. Despede-se de Maria como fazia todas as manhãs, e segue seu rumo em direção a Meca, com a devoção e a fé de quem necessita de um milagre por dia.

Sorria ao lembrar do seu último trailer, da projeção inconsciente dos seus maiores anseios, e cantarolava canções que naquela madrugada representavam em seu universo a plena liberdade!

João morreu na trágica tarde daquela sexta-feira de janeiro. Ele foi tragado pelo chão no metrô Pinheiros em São Paulo. Foi traído pela cobiça humana, pelo desafeto e desamor ao próximo, pela sagacidade do pequeno grupo que continua a comandar e a usurpar os trabalhadores da grande Meca!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Planejamento Estratégico?



E quando ouço nas ruas frases soltas, “ah! Eu te disse que precisávamos melhorar o nosso planejamento estratégico...”, coisas assim tão modistas, tão rarefeitas e sem sentido.

Quando olho pela janela as crianças brincando e sorrindo, o sol batendo, o vento zunindo, as flores brotando como deveria ser na primavera, um mundo mais alegre e despreocupado com pequenos detalhes sem graça, eu começo a entuir que o mundo anda mesmo um tanto aborrecido.

Planejamento estratégico virou onda. Daqui a pouco ouviremos: para você ir ao banheiro é necessário um planejamento estratégico assado. Para comprar pão na padaria utilize o planejamento estratégico y. E por aí segue o enterro.

Aí, eu vejo o Rufus Wainwright cantando “Going To A Town”, mas ele não canta apenas, ele emociona, ascende uma chama lá dentro onde nenhum verbete empresarial da moda, ou qualquer coisa do tipo auto-ajuda conseguiria alcançar, transpor, luzir!

E logo então, “I'm going to a town that has already been burned down/I'm going to a place that is already been disgraced/I'm gonna see some folks who have already been let down./I'm so tired of America”, como tudo faz sentido.

E Chaplin renova esta sensação.


Poema da Noite

Já chorei vendo fotos e ouvindo musica;

Já liguei só para ouvir uma voz;

Me apaixonei por um sorriso;

Já pensei que fosse morrer de saudade;

E tive medo de perder alguém especial... (e acabei perdendo)

Já pulei e gritei de tanta felicidade;

Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas... "quebrei a cara muitas vezes!"

Já abracei para proteger;

Já dei risadas quando não podia;

Já fiz amigos eternos;

Amei e fui amado;

Mas também já fui rejeitado;

Fui amado e não amei...

“Tell me do you really think you go to hell for having loved?”

Falta mesmo mais verão no cotidiano capitalista das pessoas.

Ah! Planejamento estratégico...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Retratos Perdidos



Folheando um livro sobre a história da Segunda Guerra, achei uma foto emblemática: um menino com seus oito a dez anos passeia junto à uma estrada dias após o término da Guerra.

Ele segue o caminho, mas esquiva seus olhos do acostamento à sua esquerda. Seu olhar ainda inocente foge ao horror de dezenas de corpos espalhados junto à estrada. A foto foi tirada na Alemanha, os mortos estavam presos em um campo de concentração Nazista.

Não é muito difícil imaginar como aquele pequeno alemão cresceu nos anos vindouros de sua vida, e, se até hoje ainda escrevemos sobre um acontecimento tão triste, é razoável acreditar que nós seres humanos ainda somos capazes de atrocidades maiores sem o menor pudor.

Aquela guerra acabou, porém sua herança de dor e ódio parece não ter fim.

Por ventura somos nós tão cínicos a ponto de negar o inegável?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O2



Não tenho muito a dizer hoje. Tive um final de semana agitado, momentos bem divertidos, outros nem tanto. O2, será que existe algo mais precioso do que ele no planeta terra?


O músico francês Jean Michel Jarre, parece ter capitado bem o que representa o ar que precisamos puxar, inalar, respirar.

Michel anda meio sumido ultimamente, mas sua importância para o desenvolvimento da música eletrônica nunca será esquecida.

Aproveitem bem a segunda, porque a próxima é só daqui a oito dias!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eu Sou



“De tanto eu te falar

Você subverteu o que era um sentimento e assim

Fez dele razão pra se perder

No abismo que é pensar e sentir”.


Quem adora correr sozinho pelas ruas,

Sem troféu, apenas para desafiar as articulações, as rugas e os cabelos brancos?

Quem torce pela dignidade e honestidade do Rubens Barrichello, sem dar ouvidos a `massa` acéfala que teima em desdenhar do rapaz?

Quem ainda ousa torcer pelo finlandês que não dá bola pro joguinho medíocre de bussiness da F1 e, que por hora está desempregado graças a um mau caráter espanhol chamado Fernando?

Quem adora filmes em preto e branco, livros de Saramago, biografias de musicos e filmes de Wood Allen quando tudo que vemos nas prateleiras e nas salas escuras são blockbuster vazios e, rasos de conteúdo?

Quem em sã consiência ouve um samba-canção pós moderno dos Los Hermanos acreditando ser uma aversão ao bate-estaca reinante do mundo globalizado?

Quem é mais sentimental que eu?

Eu disse e nem assim se pôde evitar.

Eu sou mesmo...

Um sentimental.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Fui Pescar



No cartaz improvisado e colado sobre a porta da oficina de automóveis estava escrito em tinta avermelhada: “fui pescar e comprar um caminhão. Só volto na segunda-feira”.

Pensei comigo, este sujeito é corajoso e feliz!

Pois é, hoje eu acordei com uma vontade genuína de ir pescar, dar um tempo, jogar tudo pro alto! E quem não senti essa vontade de vez em quando?

Ao olhar para o espelho notei um certo ar de tristeza em meus olhos, um abatimento que todo ser humano `normal` vez ou outra senti na vida. Mas hoje em dia parece ser crime ser autêntico, pensar, dizer, sentir, o que somos e podemos ser.

Isso tudo cansa, tem um limite!

O seu Wilson da oficina está repleto de razão: precisamos ir pescar (cada um à sua maneira) precisamos sonhar enquanto o nosso coração ainda bate, sonhar de olhos abertos como fez um dia o extraordinário Ray Charles.

Talvez, eu ainda não tenha encontrado a minha Geórgia, mas ela está aqui em minha mente, eu sei que está, pois eu a sinto!

Assistir a um show de Ray Charles foi uma das experiências mais fascinantes da minha vida. Ali, à minha frente um mito que padeceu com seus erros por caminhos tortuosos, mas nunca se entregou! Que lindo presenciar a energia e carisma que aquele homem nutria.

Seu Wilson, Ray Charles, cegos para alguns, visionários para outros. Para mim, homens a quem me apego em dias difíceis.

Vou chorar um pouco enquanto ouço Ray e, tantas outras vozes que carrego em mim.

Amanhã. Bem...Amanhã já não me pertence mais!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pop Latino



De novo passeando pelos 90`s. Esta banda Mexicana influenciou bastante gente que despontou para a grande mídia na atual década, inclusive algumas bandas nacionais.


O balanço suave de “Como Te Extrano” ainda soa como uma das melhores sonoridades do pop latino.

Visionários da música, assim poderia apresentar a banda a quem por ventura tenha a curiosidade de ouvir e assistir esta pérola pop da década passada.

Nem só de grunge viveu os anos 90, graças, ou melhor, gracias!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ele Tinha Nome de Rei

Hoje eu vi a Regina, viúva do David, que partiu há quase um ano atrás. Foram alguns minutos apenas, tempo mais do que suficiente para observar que apesar de todo o sofrimento e dor, a Regina seguiu em frente.

Achei tocante o pequeno livro que ela escreveu para prestar um tributo ao marido, agradecendo desta maneira aos amigos que nos dias de angústia de alguma forma ajudaram a ela e ao David, mesmo quando tudo parecia desesperador.

É preciso coragem para suportar um baque desses, e muito amor para suportar o crepúsculo de alguém que nos doou parte de sua vida.

No caso do David, apenas 55 anos. Ele era carismático, dinâmico, otimista, sorridente, encorajador, atencioso, ótimo pai, ótimo esposo, um amigo leve e divertido, e ainda um excelente profissional.

Como não estava por aqui durante o período de sua doença, dedico este post à sua memória.

Ele adorava música, então acho que gostava de Roy Orbison – o “Big O” que compôs uma das mais tristes baladas do rock, “Crying”, (esta versão ao lado da cantora canadense K.D.Lang) que revela um pouco do sentimento de todos que desfrutaram o privilégio de conviver durante algum tempo de suas vidas com o David, que não por acaso levava consigo o nome de rei.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Crianças

Antigamente (nossa! Pareço um velho falando) dia 12 de outubro era lembrado como o dia das crianças. No mundo ‘pós-pós-moderno’ não sei como fica, é ou não é?

Para a criança que nunca deixou de existir dentro de mim é! Então o meu presente é a canção "Piazza New York Catcher" do Belle and Sebastian, com direito a vídeo de animação e tudo mais!

"De todos os presentes da natureza para a raça humana, o que é mais doce para o homem do que as crianças?" (Ernest Hemingway).

domingo, 11 de outubro de 2009

Depois da Chuva

O jazz e seus improvisos. John Coltrane, "After The Rain", a magia de um sax - um instrumento que pode ser comparado a voz humana por sua flexibilidade.

Depois da chuva, depois do frio, o sol o céu azul, um parque, muito verde e o sax de Coltrane, um dia perfeito.

sábado, 10 de outubro de 2009

Saudades

No álbum “Equilibrio Distante” (1996) Renato Russo decidiu fazer uma homenagem à sua família. Italianíssimo, gesticulava, falava pelos cotovelos, sempre em voz alta, de maneira dramática, não negava suas origens.

Este clipe é uma lembrança quase remota de 1996, só lembrei porque enfim amanhã é novamente 11 de outubro.

Quando ouço esta canção sempre noto o quão singelo é a beleza. Simples, como entrar na Igreja do Mosteiro de São Bento no centro de São Paulo, no meio de uma tarde de um dia útil.

Mais do que de repente o silêncio atravessa à sua frente, te atropela e, por alguns minutos tu aprecias de boca aberta e com dor na alma a beleza dos vitrais, das pinturas, do solene santíssimo!

No disco em italiano de Renato, havia gravuras singelas, de anjos, crianças. Era tudo lindo!!! (como diria o poeta em português com aquele sotaque italiano do Bexiga).

E nos labirintos da saudade – uma expressão que cobinava com ele – a gente ouve e vê alguém que não existe mais.

E a arte então se torna sublimemente eterna e, quase se materializa nos recantos inatingíveis da vida de cada um de nós.

Força Sempre!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Encontro

Hoje estréia o novo filme de Tarantino, “Bastardos Inglórios”, e daí? O que isso tem a ver com a belíssima versão de “Se Eu Quiser Falar com Deus” do Gil, na voz do Pedro Mariano?

Provavelmente nada, ou, quem sabe tudo!

Ao piano César Camargo Mariano passeia com destreza pelas notas enquanto seu filho, Pedro, exala emoção pelos poros. Afinal, foi com esta canção que tudo começou, diz Pedro.

Bonito ver a reverência com que Pedro trata o pai chamando-o carinhosamente de maestro, o que César é de fato.

Reverência emoldurada também na interpretação frase a frase: “se eu quiser falar com Deus/tenho que ficar a sós/tenho que apagar a luz/tenho que calar a voz/tenho que encontrar a paz/tenho que folgar os nós/dos sapatos, da gravata/dos desejos, dos receios”, e a emoção vai subindo, e o silêncio se faz mudo no Canecão.
Eu me lembro muito bem a primeira vez que ouvi Gil cantando essa música, o quanto este trecho mexeu comigo, “tenho que ter mãos vazias/ter a alma e o corpo nus/se eu quiser falar com Deus/tenho que aceitar a dor”, e depois a pá de cal nos versos seguintes:

Tenho que me ver tristonho

Tenho que me achar medonho

E apesar de um mal tamanho

Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus

Tenho que me aventurar

Tenho que subir aos céus

Sem cordas pra segurar

Tenho que dizer adeus

Dar as costas, caminhar

Decidido, pela estrada

Que ao findar vai dar em nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Do que eu pensava encontrar”.

Aí a gente para, olha, se vira, deixa o César fazer o último arpejo ao paino, pra depois chorar junto com o Pedro.

Encontrar Deus não é coisa fácil e, talvez, Tarantino saiba fazer isso melhor do que eu.

Talvez...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fim de Tarde

“Não quero ser o mais vendido…nem quero falar só de amor”.

Enquanto rola muita `vitamina de atum` pelo dial das rádios, eu escuto a beleza Sonora dos pernambucanos do Mombojó.

Hit antigo, “o mais vendido”, ainda reverbera no meu ouvido.

A jornalista Bárbara Gancia disse que a CVC está cogitando criar um pacote para visitas ao filho da Ivete Sangalo (A insuportável), achei divertido o tom ácido da cutucada.

Melhor mesmo ouvir os meninos do Mombojó.

We Can Be Heroes



Bowie vocifera: “we can be heroes” e, Willian Bonner (não sei se o nome deste fresco é assim) diz após matéria onde um ser humano salva outro de sua própria espécie: “este sim é um verdadeiro herói”!

Mas, que mania a TV e o jornalismo chapa branca deste país tem de criar heróis para vender em seus noticiários! Santa cretinice!

Adoro o hit de Bowie, adoro o próprio Bowie, o camaleão contra qualquer tentativa do mais do mesmo.

Odeio o politicamente correto, não suporto mais ouvir o “boa noite” do Sr. Âncora Chapa branca, Willian...o que mesmo?

“We can be heroes”....

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Europa é o Nosso Parquinho

Murmúrio espacial, sonoro...

A tenacidade do cronista urbano, do poeta tentando desvencilhar-se de suas amarras.

Eis uma linda balada de amor de Brett.

Londres é mais uma vez o seu cenário predileto, mas aqui ele quer trilhar pela Europa, voar de Heathrow para Houndslow, rumar do leste europeu para França.

“Europe is our playground, London is our town/So run with me baby now”, canta o poeta que parece cansado da metrópole inglesa, ou, daquilo que toda grande polis remete-nos: a solidão por entre grades, camarins, aeroportos, sessões de fotos, estúdios, fronteiras, limites.

A Europa é o nosso parquinho...

Uma guitarra chora enquanto o esguio vocalista arrepia-nos nesta viagem crescente, sem limites sensoriais.

Murmúrio espacial,
Murmúrio sonoro...

domingo, 4 de outubro de 2009

Azymuth

A corrida ontem foi legal, apesar de um trajeto bem monótono. Tinha de tudo um pouco: gente cantando Raul Seixas e Cazuza enquanto corria, DJ's animando os corredores, gente nova, gente bem experiente, enfim - uma festa democrática, como deve ser o esporte.

Inevitável tecer alguns comentários sobre a escolha do Rio de Janeiro como sede dos jogos olímpicos de 2016. Seria maravilhoso acreditar que a cidade, o país, o mundo, a galáxia irão mudar por causa disso, mas os interesses em jogo são os mesmos de sempre: $$$$$$.

Políticos nojentos e corruptos irão faturar bastante ao lado de empresários fraudulentos e, não menos corruptos.

Sim, o povo assisitirá aos jogos, mas pela TV como em qualquer outro evento de tal porte, e o mesmo ocorrerá durante a copa de 2014.

Assim é o Brasil, ou será melhor escrever Brazil com Z.

Na telinha mágica do computador o Azymuth com a sua linda "Voo Sobre o Horizonte", pra combinar com o domingo vagaroso, pra descansar inclusive a alma

sábado, 3 de outubro de 2009

Björk And Me

"All is full of love", da maravilhosa Björk. Acordei com ela e, irei com esta melodia sinuosa, com certo ar misterioso para os 12 Km da prova nortuna da Caixa logo mais.

Depois conto como foi a prova, por hora, escutemos a musa islandesa, bela e inspiradora.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Trovador Solitário

É...

Ele sabia instigar um público! Se Renato estivesse por aqui veria que muita pouca coisa mudou, ou, melhor, nada mudou!

Nesta participação no Projeto “Ação contra a Miséria” – que país é este que precisa organizar shows para lembrar o óbvio? – ele encarna novamente a fase ‘Trovador Solitário’, lembrando o ínicio de sua carreira em Brasília, antes da Legião Urbana, que como diz nota da EMI, pode voltar para uma turnê nacional.

Renato canta trechos das canções, Que País é Este, Por Enquanto, O Mundo Anda Tão Complicado e, Há Tempos.

Adoro o trecho de “Por Enquanto”, “Mesmo com tantos motivos/prá deixar tudo como está/e nem desistir, nem tentar/agora tanto faz/estamos indo de volta prá casa...”.

Uma lágrima sempre cai nessas horas, talvez seja a tal “saudade que eu sinto/de tudo que eu ainda não vi”.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Cat a Poderosa

Charlyn Marie Marshall, esta bela moça no vídeo acima, também é conhecida pelo pseudônimo artístico de Cat Power.

Nesta toada singela, "Lived In Bars", que começa tristonha ao piano e, no final descamba para algo mais festivo, com direito a um ótimo trompete, Cat Power, narra a saga de quem necessita atravessar um mar revolto chamado, álcool, que também pode ser estendido para a roleta-russa das drogas.

Sua trajetória artística é estranha: começou cedo, depois parou. Foi babá por algum tempo e, não resistindo à força da música em sua vida, retornou.

A gente aqui agradece.