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quinta-feira, 1 de maio de 2014

20 Anos



Essa é uma data muito comentada, pois há vinte anos morria na Itália o tricampeão mundial de F1 Ayrton Senna da Silva.

Muito já foi dito e ainda será sobre aquele fim de semana triste de 1994 e, de tantas coisas lidas, uma em particular me chamou a atenção hoje, porque é um texto que gostaria de ter escrito.
 
O texto do jornalista Flávio Gomes intitula-se “Memórias de uns dias de maio”, e abaixo reproduzo a parte da qual penso que Flávio extrai o lado mais humano de uma história tão triste. Flávio Gomes naqueles dias era jornalista da Folha de São Paulo e da Rádio Joven Pan de São Paulo, ele cobria toda a temporada da F1 já havia alguns anos.
Por sorte, Flávio conhecia uma médica que provavelmente trabalhava no mesmo hospital para onde Ayrton havia sido levado naquele domingo, digo por sorte, porque a médica italiana em questão era uma antiga namorada sua de adolescência na cidade de Campinas.
 
A médica Maria Cristina Gervasi de fato trabalhava no IML de Bolonha, local para onde o corpo de Senna e também do austríaco Roland Ratzenberger, morto em um acidente em Ímola no sábado, 30 de abril durante os treinos de classificação para o GP de San Marino, foram levados após atestadas as mortes.   
 “Encontrei a Cristina algumas vezes depois daqueles primeiros dias de maio de 1994. Já não lembro bem quando. Três ou quatro anos depois, talvez. Jantamos uma noite em Bolonha, num belo restaurante numa colina, e em outra oportunidade visitei-a em Casalecchio, onde fiquei comovido com um cantinho de sua casa onde havia na parede uma placa de carro com o escudo da Portuguesa, algumas fotos nossas em porta-retratos e pequenas lembranças de nosso namoro adolescente.
Nos falamos de vez em quando pelo Facebook. Ela se casou novamente e divide o tempo entre a Itália e Zurique, de onde vem seu marido. Acabou de ter um bebê e está feliz da vida. Esta semana, entrei em contato para lembrarmos aqueles dias de 20 anos atrás.
Não foi uma conversa triste e melancólica. Médicos sabem lidar melhor com certas coisas como a morte. Me escreveu:
 
Trabalhar como médico legista lhe permite ver a vida a partir de um ponto de vista diferente. Ou, talvez, você pode apenas ver a sua vida… Corremos atrás de nossos sonhos e ilusões, corremos de manhã à noite, e quantas vezes nos perguntamos que o fazemos? No final, tudo é o resultado de nossas escolhas. Há os que escolhem uma vida de rotina, tranquila, e há aqueles que arriscam suas vidas, e fazem isso de modo bem consciente. E um dia o final da corrida vem, vem para cada um de nós.
Os mortos são todos iguais, não há mortes de série A ou de série B. Dois jovens saíram daqui há 20 anos com seus sonhos e suas esperanças, tirando as esperanças e sonhos de milhões de pessoas. Era o que tínhamos aqui no dia 1° de maio, no Instituto de Medicina Legal de Bolonha, onde eu cursava o último ano de especialização em medicina forense.
Não sou daquelas que seguem os eventos esportivos, por isso não sabia direito o que estava acontecendo quando me vi presa no trânsito da Via Irnerius, incapaz de chegar ao Instituto. 
 
Depois de muito tempo consegui alcançar o portão vigiado pela polícia, que só me deixou entrar quando mostrei minha identidade. Estacionei o carro no lugar de costume, em um pequeno recesso logo atrás do portão de entrada.
Notei os rostos consternados e as lágrimas de dor. Me lembro, na entrada para o necrotério, de várias pessoas que falavam com uma cadência e uma musicalidade que me trouxeram lembranças doces e nostálgicas da minha juventude. Eles falavam português e tinham a bandeira do Brasil nas mãos.
A entrada foi inundada com flores, flores em todos os lugares, nunca vi tantas flores juntas, bilhetes, mensagens… Nesse dia, as atividades normais do Instituto foram suspensas e ficamos na varanda observando esse estranho fenômeno que se desenvolvia sob nossos olhos.
Os dois jovens pilotos estavam na ante-sala da câmara frigorífica, e pareciam dormir. Senna tinha uma ferida costurada na parte frontal da base do couro cabeludo, mas seu rosto estava sereno e já não apresentava muito inchaço. Ratzenberger era de uma beleza típica do Tirol Austríaco. Um belo rapaz. Senna, o grande campeão. Ratzenberger, o piloto que fazia apenas sua terceira corrida. Ambos apaixonados pela mesma coisa, ambos rapazes que fizeram do risco e da velocidade suas vidas, e que estavam ali na nossa frente para mostrar como a existência é efêmera, a realidade concreta da transitoriedade da vida.
Com alguns colegas , oramos por suas almas, que agora corriam em direção a outros objetivos e para os seus entes queridos que precisassem de ajuda e conforto. Pegamos algumas rosas e colocamos nas mãos dos jovens pilotos antes do fechamento dos caixões. A rua estava cheia de pessoas que se amontoavam nos portões. E de jornalistas à espera de notícias. Mas não havia muito o que dizer.
Senna saiu em primeiro lugar, e centenas de pessoas com gritos e aplausos acompanharam o caixão saindo do beco atrás do Instituto. Aplaudiam um grande campeão que perdera a vida na Tamburello, deixando um enorme vazio nos corações de fãs em todo o mundo. No dia seguinte, saiu Ratzenberger. Em silêncio, sem aplausos, lágrimas ou câmeras de TV. Membros de sua família chegaram e nós, do Instituto, o aplaudimos. Aplaudimos o rapaz corajoso que perdeu a vida na busca de um sonho que nunca alcançou. Aplaudimos com todo vigor aquele cuja fama não tinha despertado o clamor do povo.
Os mortos estão mortos, e eles são todos iguais. Não há desculpas e/ou atenuantes para aqueles que “esqueceram” muito rapidamente que por aquela corrida, naquele circuito, dois jovens rapazes haviam perdido suas vidas. E que estavam viajando juntos na sua última corrida para a linha de chegada.
Reunimos todos os buquês, colocamos tudo em vários carros e levamos para o cemitério da cidade, que foi inundado de cores, doando uma beleza fúlgida e fugaz, como fora a vida daqueles jovens pilotos, a túmulos desbotados e esquecidos por suas famílias e amigos. Nesse dia, aqueles mortos puderam rever as cores da vida e o fascínio da natureza, num sofrido contraponto à realidade da morte e da dor”.
A descrição da doutora Cristina é bela e humanística, uma das coisas mais lindas das quais já li sobre a vida, e claro, sobre a morte.
Vitrola: Coldplay – Fix You (Live 2012 from Paris)

domingo, 3 de novembro de 2013

Assim Falou Paulo...


Um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra

Paulo Leminski


Vitrola: Coldplay – Fix You

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pode ser Pior...



Quando você tenta o seu melhor, mas não tem sucesso.
Quando você consegue o que quer, mas não o que precisa.
Quando você se sente cansado, mas não consegue dormir.
Preso em marcha ré.

Quando as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
Quando você perde algo que não pode substituir.
Quando você ama alguém, mas é desperdiçado.
Pode ser pior?

Trilha Sonora
Artista: Coldplay
Música: Fix You

terça-feira, 7 de junho de 2011

Natal em Junho



Faltam mais de seis meses para o natal, agora é que estamos alcançando o inverno latino. Dias desses eu passei de carro com a minha avó pela antiga Rua Primeira. Fazia muito tempo, quase trinta anos que não atravessava aquela rua da minha infância. Foi emocionante, ver uma a uma as mesmas casas do meus amigos, lembrar das pessoas que por ali viveram, muitas já não estão mais aqui neste plano. Fixei com carinho a casa onde guardei as lembranças da minha infância, foi lá que descobri a força da música em minha vida, entendi outras coisas mais complicadas e brinquei muito.

De quebra posso dizer que os natais naquela casa foram inesquecíveis, embora todo natal seja no fundo muito triste, porque o seu sentido parece diluído no consumismo desenfreado.

Coldplay na agulha para o frescor das minhas lembranças.

Trilha Sonora
Artista: Coldplay - Christmas Lights
Música: Christmas Lights

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Yellow Muppets



Um vídeo fofinho... Coldplay by Muppets atacando “Yellow”.

“Olhe pras estrelas,Olhe como elas brilham por você,
E por tudo o que você faz,
Sim, elas eram todas amarelas”.

Sim... hoje é um lindo dia de outono
Eu guardei em minhas retinas as montanhas
o sobressalto
a escalada
as quedas
o levantar quase pródigo
apenas um olhar...

Certas imagens nunca desaparecem de nossa memória.

Trilha Sonora
Artista: Coldplay
Música: Yellow

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Viva la Vida



No meio da multidão estático e febril, olhava para os lados e para cima. Sentia-se cercado por um colorido contagiante, mas não via sentido naquilo.

Então levantou suas mãos aos céus e chorou.
Não eram os dez mandamentos que trazia as mãos quando desceu à terra, eram pequenas porções mágicas, que sua voz suavizou em áridas notas musicais.

Agora é a hora! Novamente no meio da multidão ele cantou a melodia da sua vida e, por isso sorriu.

Trilha Sonora
Artista: Coldplay
Música: Viva la Vida

domingo, 13 de setembro de 2009

Coldplay Introspectivo

Chris Martin canta sobre os problemas do coração apoiado por seu bucólico piano.

“Trouble” é uma das melodias mais tristonhas do Coldplay. Dá até pra imaginar alguém olhando pela janela a imensa São Paulo (ou Tóquio como a musa do blog em “Lost in Traslation”) lá de cima, do 17º andar, o tempo por breves momentos parecerá parado, estagnado em uma imagem avassaladora e, aí virá a constatação: somos tão pequenos e, os meus problemas na mesma medida não existem perto do sofrimento de milhões pelo mundo afora.

O videoclipe é belo, como o sol, a temperatura, os ares de mais um domingo de inverno e, a primavera se aproxima.

A vida é mesmo radiante, mesmo quando nem tudo dá muito certo.