Suas poesias e letras estarão por aqui, guardadas em nossas almas...
VIRGEM
As coisas não precisam de você
Quem disse que eu
Tinha que precisar
As luzes brilham no Vidigal
E não precisam de você
Os Dois Irmãos
Também não precisam
O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Esses nem sabem de você
O farol da Ilha
Só gira agora
Por
Outros olhos e armadilhas
Outros olhos e armadilhas
Eu disse
Outros olhos e armadilhas
Outros olhos (outros olhos)
E armadilhas
O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Não sabem de você
Nem vão querer saber
E o farol da Ilha
Procura agora
Por outros olhos e armadilhas
Outros olhos e armadilhas
Eu disse outros olhos e armadilhas
Outros olhos (outros olhos)
E armadilhas
As coisas não precisam de você
“Se eu fosse um garoto, não importaria tanto, mas sou uma
garota e estou diante do público o tempo todo para que possam zombar e me
aprovar ou desaprovar”. Nina Simone
Assisti dia desses o longa sobre Nina Simone, não sei se
gostei ou não, enfim isso não importa muito. O talento dessa mulher é o que
sempre me fascinou...
As intrigas sobre o filme, inclusive é o de menos, de
brigas e discussões o Brasil está repleto e eu de saco cheio pelos próximos vinte
longos anos, Bolsonaro e seus seguidores, todos podres e insanos quase levaram
a sensibilidade da minha alma pro espaço...
Nina Simone cantando “Wild Is The Wind” vale muito mais do que
qualquer teoria política, aqui é alma, pele, sentimentos, honestidade, dores,
angustias e muita luta por sua raça, seu povo, sua verdade.
Sobre a arrebatadora interpretação alguém cunhou muito
apropriadamente sobre…
“Tão pessoal e íntima, ela se apega a cada palavra e sua
imperfeição proposital e vibrato trêmulo dão a essa música um desespero como
nenhum outro. Seu piano floresce embaixo da melodia, fornece a aura de
turbilhões emocionais que entram e saem, indo e voltando, crescendo e
diminuindo. Uma verdadeira obra de arte de talento virtuoso que só aparece uma
vez em uma geração. Senhora Simone, que sua voz e essa música continuem
eternamente”.
Liberdade para Nina Simone era não ter medo algum!
“Pensamos
em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de
humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem
essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. ”
Charles Spencer Chaplin
Na
cena final, eles caminham por uma estrada ao amanhecer, em direção a um futuro
incerto, mas esperançoso. Quantas vezes em minha vida já me senti andando por essa estrada, mas sempre tenho a nítida certeza, de que sou indigno para tal. Afinal de contas, não sou nem
Ellen e tampouco Carlitos...
Meus nervos vão gritar mais alto
E mesmo sem te ver
O teu cheiro varre a madrugada em mim...
Fazia
frio e o sereno dispersava seu brilho úmido sobre as antigas pedras de paralepipido,
à meia luz, quase fim de madrugada e, ela sozinha caminha sem destino certo,
tal qual órfã longe de abrigo...
Vejo adormecer e repetir um dia de saudade...
A
alvorada não traria tanta esperança e luz desta vez,
E se você ouvisse
alguém dizer que não cometeu suicídio na fase mais sombria de sua vida, apenas
porque se estivesse morto não poderia mais beber.
O que você faria?
Bem, eu ficaria quieto,
pois cada um sabe o tamanho e a profundidade da sua dor, de suas incapacidades,
traumas, impotência frente a problemas e muros que a vida nos impõe diariamente,
enfim cada um de nós convive com sua própria tragédia pessoal e, infelizmente não
há muito como fugir disso.
A frase em questão foi
de Eric Clapton, no auge de sua depressão e alcoolismo. Sim parece difícil acreditar
que alguém tão talentoso e sensível artisticamente possa um dia ter dito isso.
Nem tanto, afinal o
artista quando sofre parece sofrer mais do que nós, levando a fundo a carga
pesada do sofrimento.
Após um hiato de alguns
anos sem gravar e nem realizar shows, o guitarrista ressurgiu durante os anos
70 para registrar talvez a melhor fase de sua música. Com o seminal Derek And
The Dominos gravou um disco pra lá de bonito, repleto de canções marcantes como
a lindíssima Bell Bottom Blues e a antológica e inesquecível Layla.
Anos mais tarde Eric passaria
por mais uma tragédia pessoal com a morte prematura de seu então único filho, Conor
de quatro anos.
Um pouco dessas
referencias e historias estão retratadas no documentário "Life In 12
Bars", sobre a vida pessoal desse gênio das guitarras, que faz questão de
não dissociar seu trabalho e talento de seus momentos dolorosos, prestando
deste modo um relevante serviço a quem imagine por ventura que a vida de um artista esteja imune a um cotidiano repleto de dissabores, dificuldades e até mesmo trágicas passagens nada
glamorosas.
Clapton é humanizado
como pouco vezes o cinema conseguiu, gerando sem dúvida uma empatia direta com o
público, fãs ou não de sua maravilhosa obra artística.
O seminal álbum
do cantor e compositor Marvin Gaye “What’s Going On” – lançado em 1971, é
passeio obrigatório a quem admira a sonoridade do soul e R&B
norte-americano.
Com ele o artista conseguiu alterar sua trajetória musical, saindo
das canções de cunho meramente triviais sobre o cotidiano e adentrando no
terreno arenoso e profundo das lutas sociais e políticas do seu país,
entremeado por referências espirituais e, como toda grande obra de arte, ainda
hoje seus conteúdos permanecem universais.
É como se o
disco fosse narrado por um combatente da Guerra do Vietnã que acaba de retornar
aos Estados Unidos, descobrindo então que os soldados americanos sacrificados
na Ásia foram somente joguetes nas mãos inescrupulosas dos senhores da guerra e de seus interesses capitalistas.
Aqui uma
releitura dos irlandeses do U2, que nunca esconderam a importância da
influência da música negra norte-americana em seu trabalho.
Realizando
uma espécie de arqueologia do rock português, uma maneira de tomar contato com
um pouco do passado cultural recente deste país que agora tento aos poucos
desbravar, mas na realidade os verdadeiros desbravadores são eles e disso já
sabemos a mais de 500 anos.
Formada no
início da década de 80, a banda suscitaria algumas polêmicas por seu visual
incomum para época, sendo inclusive acusada de fascistas.
Participarão
do grupo Paulo Pedro Gonçalves (guitarra), Carlos Maria Trindade (teclas), Tozé
Almeida (bateria), Pedro Ayres Magalhães (baixo) e Rui Pregal da Cunha (voz).
A sonoridade
dos Heróis do Mar encontram eco nas vertentes em voga naquele período no cenário
musical europeu e norte-americano: Pop rock; synth pop; new romantic; new wave, ecletismo que renderam 6 discos em sua carreira que foi findada em 1989.
Ainda hoje
são lembrados nas rádios portuguesas por sua influência e importância para a
cena do rock português. Em 1983 foram eleitos como a melhor banda de rock na
europa continental
Esquecida
pelo tempo (como quase tudo no Brasil), a canção "Juvenília" do grupo
RPM pode ser classificada na categoria de músicas subestimadas por seu tempo.
Felizmente, esse
mesmo tempo é um antídoto capaz de redimir certos equívocos (mas não todos), e nesse
caso ouvir Juvenília na era Temer/Patos Amarelos enquanto olhamos para a
situação surreal na qual o país mergulhou (talvez afundou seja o termo mais
adequado) – graças sobretudo, as mãos preconceituosas e a ignorância latente da
nossa classe média (não poderíamos alterar para classe abaixo da média?); torna
essa missão quase que naturalmente óbvia.
A grande
questão, no entanto é saber se a juventude brasileira atual é capaz ainda de
interpretar textos, compreender contextos históricos, apreciar poesias, ou
mesmo uma simples letra de música que na época dava voz a um sentimento de não
pertencimento, estranhamento, insatisfação dos jovens daquele país que tentava
sair da UTI após duas décadas e meia de ditadura militar, sim a mesma que
tantos agora clamam para retomar o comando de um Brasil chafurdado na lama da
hipocrisia, injustiça social e desenfreada corrupção. Aqui qualquer semelhança
não é mera coincidência!
Cada qual
possui a sua própria resposta e motivos para elencar essa sequência infindável
de fatos reais, que por vezes supõe e beiram a irrealidade.
Mas enfim, as
frases que mais me pegam nessa síntese melancólica sobre um país seus desmandos
e consequentes desdobramentos são:
“Sinto um
imenso vazio e o Brasil/que herda o costume servil/não serviu pra mim”, ou
ainda, “Parte o primeiro avião/e eu não vou voltar/e quem vem pra ficar/pra
cuidar de ti/terra linda/sofre ainda a vinda de piratas/mercenários sem direção/e
eu até sei quem são, sim eu sei/e você sempre faz confusão, diz que não/e vem,
vem chorando/vem pedir desculpas/vem sangrando/dividir a culpa entre nós”.
Quem dera
Juvenília fosse apenas e tão-somente uma canção ingênua, uma modinha de uma
época já passada, um hit radiofônico que tivesse dado bastante dinheiro aos seus
músicos e produtores e pronto.
Não é esse o
caso, primeiro porque é uma bela canção, que passou sim, despercebida durante o
furacão RPM nos anos 80, época que tantos ainda insistem em denominar de
geração perdida (o que falar então dos dias atuais), e segundo por sua força
motriz residir exatamente no contexto histórico-político-literário de sua
letra.
E assim
seguimos cantarolando aqui e ali com o RPM, enquanto uma maioria esmagadora
prefere desafinar gritando a sofrência dos neos sertanejos, emergentes sociais
que tão bem representam uma elite que continua a ignorar a literatura, a arte,
a filosofia, a história, até porque para eles o que importa no final das contas
é mesmo o o trivial biombo status/dinheiro.
Nos últimos meses venho sentindo cada vez mais a sensação incômoda de ter me tornado um forasteiro em meu próprio país.
Após décadas de luta pela democracia, por uma distribuição de renda mais justa, por maior igualdade social, ficou evidente o retrocesso que o país sofreu nos últimos três anos, logo após o primeiro de diversos golpes impetrado por representantes da elite vil que domina está terra a mais de quinhentos anos.
O Brasil não é para amadores já dizia o intelectual!
Desemprego, queda da renda, desilusão com tudo e quase todos, apenas aumentaram a minha nítida sensação de solidão, de estar alijado da sociedade, de estranhamento de tudo que acontece ao redor, e isso evidentemente causa logo uma depressão em todos e quaisquer sentidos.
Enfim, esmureci, assim como muito dos meus amigos de geração! O desencanto é latente, pois o país mergulhou em uma escuridão de conservadorismo, de pilhagem jamais vista antes em nossa história.
Neste período ouvi dezenas de nãos, milhares de talvez, zilhões de bem feito, de pessoas das mais variadas áreas, inclusive, algumas que certamente habitam o inferno e ainda não foram comunicadas de sua condição quase mórbida em plena vida! Azar delas, quero apenas distância desse tipo de gente mal amada, preconceituosa, defeituosa da alma e ruim, muito ruim da cabeça.
Mas enfim é o que tenho para hoje, e parafraseando a minha querida Marina Lima em recente entrevista, me sinto um forasteiro em meu próprio país! É triste, mas é real, e dói!
E quando isso acontece você tem duas opções: ficar no país e começar tudo de novo, buscando, teimando em construir alguma ponte para alguma nova e tênue esperança.
Ou então simplesmente partir para longe, também para recomeçar do nada, levando consigo uma pontinha de ânimo de pelo menos sentir-se resignado em poder dar ao seu filho a oportunidade de crescer em um lugar onde haja o mínimo de algo que no Brasil virou mera e pálida ilusão:
Fraternidade, igualdade e liberdade.
Exatamente os pilares que inauguraram a modernidade no ocidente, e tudo o que o Brasil perdeu nos últimos meses e não sei enquanto um pequeno conhecedor da história se algum dia voltaremos a ter nessa terra, que trata muito mesquinhamente seus filhos que não nasceram ricos.
E ser rico é o sonho da maioria da classe média tupiniquim, custe o que custar! Isso é de uma pobreza intelectual e social sem precedentes, e empurra para o charco qualquer ideia diferente e que coloque de alguma maneira em risco essa mentalidade que bem representa a elite do atraso, que rasgou a constituição, com a ajuda de políticos e empresários corruptos, além da nova casta judiciária do país para satisfazer sua sanha perversa de explorar e escravizar a maioria dos seus cidadãos, mantendo assim os seus interesses acima de qualquer outro direito.
A miséria é o lugar do povo! Assim pensam esses canalhas!
Atravessar o oceano, atravessar as incertezas, sobretudo atravessar a desconfiança da maioria, mas se há algo que me move adiante é perceber que apesar de tudo ainda existe poesia, cá dentro do meu peito, da minha alma!
Que Deus me ilumine neste novo caminho, que tire daqui de dentro qualquer ódio, magoa ou tristeza desmedida, para que enquanto um imigrante, um forasteiro em terra estranha eu consiga amar a vida e superar os obstáculos, lutando sim mas sem perder a ternura jamais.
O cara passou pelo Brasil aos quarenta e cinco do segundo
tempo, já que a única passagem do Genesis pelo Brasil foi exatamente no ano em que
o Corinthians saiu da fila, 1977 e, isso já faz bastante tempo.
Aos 67 anos o cantor, compositor, instrumentista e hitmaker
Phil Collins, aceitou o desafio de provar (provavelmente a si próprio) que
apesar de tantos problemas com sua saúde ainda pode sentir-se produtivo
de algum modo e dentro de suas limitações, o que pode parecer fácil para alguém
que um dia já foi podre de rico, mas cada um sabe aonde aperta o seu calo e o quanto pesa a sua história pessoal.
Nunca me esqueço de quando comprei o álbum do Genesis, “Invisible Touch” no já distante ano de 1986. Décimo terceiro disco de estúdio da
banda, ousou ser um registro pop com qualidades raras para astros do rock, que quando arriscam neste terreno, nem sempre acertam o alvo.
O álbum hoje parece agradar aos antigos fãs da banda, mas
não tenho essa certeza em relação a 1986, acredito e me lembro que muitos fãs
da banda torceram bastante o nariz para o álbum.
Olhando agora com o benefício do tempo, é mais fácil em compreender
que canções acessíveis como "Land of Confusion", “Invisible Touch” eram
destinadas na busca de novos fãs - enquanto faixas mais longas como
"Tonight, Tonight, Tonight" e "Domino" foram talhadas na direção dos admiradores da época progressiva do Genesis durante a década de 1970.
E o que dizer das baladas deste disco?
"In Too Deep” e “Throwing It All Away” são belos
exemplares do cuidado do Genesis e de Phil para com suas melodias mais sensíveis e açucaradas.
O disco termina com a intrigante instrumental “The
Brazilian”, alguma espécie de homenagem a alguém do Brasil? Não sei dizer, talvez, mas é
uma faixa pouco citada pela critica e fãs e que demonstra a sonoridade ímpar de
“Invisible Touch” dentro da discografia do Genesis.
Por essas e outras, a passagem de Phil Collins pelo país
merecia mesmo uma recepção emotiva de seus admiradores.
Gravada originalmente por Elvis Costello e The Attractions,
lançada no álbum Armed Forces em 1979, “Oliver’s Army”, continua sendo o single
mais bem sucedido de Costello no Reino Unido, onde durante três semanas figurou
na segunda colocação do hit parede de novos Singles.
Alguns críticos de música, sugerem que o título da canção
faz menção a Oliver Cromwell, cujo novo modelo de exército era um precursor do
exército britânico moderno.
A canção baseou-se na premissa de que "sempre
conseguem um menino da classe trabalhadora para matar", após uma visita de
Costello a Belfast, Capital da Irlanda do Norte.
Para muitos a composição tornou-se um hino ‘anti-ocupação’
e ‘antirracista’. O vídeo de Oliver’s Army foi veiculado no primeiro dia de
transmissão dos EUA da MTV, em 1 de agosto de 1981.
Elvis Costello, cujo nome de batismo é Declan Patrick Aloysius MacManus, é um dos grandes artistas britânicos surgido
no final dos anos 70, com seu rock que engendra elementos do punk, reggae, ska
e soul music, tendo lançado discos memoráveis como sua estreia em 1977, My Aim
Is True, para muitos especialistas uma das melhores estreias do rock mundial de todos os tempos.