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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Veronika Decide Viver




Às vezes eu sou Veronika arpejando o piano
como se aquele fosse o único momento de brilho da minha existência.

Vezenquando eu também sou Veronika, mas martelando, maltratando o mesmo piano com a raiva de uma multidão enfurecida, como se aquele fosse o retrato sombrio do que poderia ter feito e não fiz...

Nos dois casos eu toco uma melodia que se tornou minha,
logo eu que não componho muito além da pálida poesia
que é meu retrato de tolices, temporais intermináveis, um peso excessivo sobre uma vida apenas mediana, quase sem sorrir...

Mas é vida cara Veronika! (falando com os botões).

Eu sou toda Veronika, porque não consigo me separar da dor, da angústia, da tristeza e da alegria que pode ser uma breve vida neste mundo tão lindo, tão apavorante, falso ou legitimo, duradouro ou fugaz...

Eu sou Veronika internada neste zoológico em que os homens fingem sorrir para sobreviver, é quando uma mentira passa ser verdade e pronto.

Pagam caro por ter ou não exercer fé...

Há uma penumbra neste quarto em que habito... preciso gritar, preciso respirar, preciso doar... sim precisamos de tudo e de nada, de Deus e do infinito – um dos deuses mais lindos!

Para suportar o cotidiano repleto de zumbis no metro, nos trens, nas ruas, nos carros, no trabalho, onde você também existe e convive comigo e com outros animais expostos a radioatividade humana.

Eu sou Veronika acreditando que o meu tempo de vida está diminuindo a cada nova tempestade, a espera do diluvio final, o eterno mito da destruição em massa, da purificação do mundo.

Seja primavera, outono, verão ou inverno... sou eu e mais ninguém.

Mas sou Veronika tentando enxergar o brilho laranja do sol da madrugada fria raiando e aquecendo-me com seu fraco calor,

Sou a prova e a contraprova avassaladora da existência divina...

Veronika Decides To Die Piano Piece/Song

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Raul Seixas Esbofeteia a Classe Média



Raulzito. Eis aí um artista popular brasileiro com letras maiúsculas, na minha opinião até mais popular do que Roberto Carlos (mas que heresia moço!).

Ouro de Tolo é clássico dos anos 70 – ditadura, milagre brasileiro, família, religião – lembram disso na aula de história?

Pois é, Raul Seixas era o ídolo preferido dos adolescentes do começo dos 80’s.

Eu tinha dois colegas de classe na escola, o Júlio César e o Marcelo Passos, que eram enfeitiçados pelo Raul. De em vez em quando lá estavam os dois burlando a segurança para adentrar em um show do Raul, era bem divertido ouvi-lós contando as histórias e aventuras dos shows do Raul Seixas. Algo místico para eles, na época um pouco distante para a minha realidade, mas eu curtia ouvir aquilo tudo bem adolescente, fantasioso, mas com um fundo bem real.

Com esta canção Raulzito cravou os dois pés no ego inflado da classe média brasileira – e ego é como aquele boneco inflável, o João Bobo –

Balança, balança, e não sai do lugar.

Uma lembrança após mais de vinte anos da morte do maluco beleza, e cada vez fica mais claro, com a distância que só tempo nos cofere, quem era quem na dupla Raul Seixas, Paulo Coelho. Um era a honestidade, a transparência altiva travestida de loucura. O outro o marqueteiro, a publicidade a favor de alguma causa monetária, é claro. O áudio do discurso de Raul no final do vídeo diz tudo, preste atenção.