Mostrando postagens com marcador bastardos inglórios. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bastardos inglórios. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Bastardos Não Inglórios



Tarantino é o cara! Em “Bastardos Inglórios” ele retorna á sua grande forma. Não falo aqui de cinema ‘fast food’, trata-se de culinária nobre.

Subverter a história com agá é coisa para poucos – e aí entra em cena Quentin Tarantino “brincando” com detalhes que nos assombram.

Três estórias que quando se esbarram brilham, ou melhor, explodem em um apoteótico desenlace final.

Esqueça o politicamente correto, ele não faz parte da cartilha de Tarantino – e quem nunca desejou um segundo sequer na vida em queimar o seu pior inimigo?

Mas não se trata disso.

Bastardos Inglórios resgata o próprio cinema – o jeito de se fazer um cinema acessível sem que se caia na tentação da receita pronta fácil dos blockbusters. Com maestria sua obra resgata a linguagem, o sonho, a fantasia, o humor negro refinado. Se faltava algo épico na telona em 2009, Tarantino a preencheu!

Se a vida imita a arte, sob o ponto de vista de Tarantino ela sempre será divertida.

Ao menos para nós espectadores.

Trilha Sonora
Artista: KRAFTWERK
Música: THE MODEL

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Encontro

Hoje estréia o novo filme de Tarantino, “Bastardos Inglórios”, e daí? O que isso tem a ver com a belíssima versão de “Se Eu Quiser Falar com Deus” do Gil, na voz do Pedro Mariano?

Provavelmente nada, ou, quem sabe tudo!

Ao piano César Camargo Mariano passeia com destreza pelas notas enquanto seu filho, Pedro, exala emoção pelos poros. Afinal, foi com esta canção que tudo começou, diz Pedro.

Bonito ver a reverência com que Pedro trata o pai chamando-o carinhosamente de maestro, o que César é de fato.

Reverência emoldurada também na interpretação frase a frase: “se eu quiser falar com Deus/tenho que ficar a sós/tenho que apagar a luz/tenho que calar a voz/tenho que encontrar a paz/tenho que folgar os nós/dos sapatos, da gravata/dos desejos, dos receios”, e a emoção vai subindo, e o silêncio se faz mudo no Canecão.
Eu me lembro muito bem a primeira vez que ouvi Gil cantando essa música, o quanto este trecho mexeu comigo, “tenho que ter mãos vazias/ter a alma e o corpo nus/se eu quiser falar com Deus/tenho que aceitar a dor”, e depois a pá de cal nos versos seguintes:

Tenho que me ver tristonho

Tenho que me achar medonho

E apesar de um mal tamanho

Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus

Tenho que me aventurar

Tenho que subir aos céus

Sem cordas pra segurar

Tenho que dizer adeus

Dar as costas, caminhar

Decidido, pela estrada

Que ao findar vai dar em nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Do que eu pensava encontrar”.

Aí a gente para, olha, se vira, deixa o César fazer o último arpejo ao paino, pra depois chorar junto com o Pedro.

Encontrar Deus não é coisa fácil e, talvez, Tarantino saiba fazer isso melhor do que eu.

Talvez...