E quando ouço nas ruas frases soltas, “ah! Eu te disse que precisávamos melhorar o nosso planejamento estratégico...”, coisas assim tão modistas, tão rarefeitas e sem sentido.
Quando olho pela janela as crianças brincando e sorrindo, o sol batendo, o vento zunindo, as flores brotando como deveria ser na primavera, um mundo mais alegre e despreocupado com pequenos detalhes sem graça, eu começo a entuir que o mundo anda mesmo um tanto aborrecido.
Planejamento estratégico virou onda. Daqui a pouco ouviremos: para você ir ao banheiro é necessário um planejamento estratégico assado. Para comprar pão na padaria utilize o planejamento estratégico y. E por aí segue o enterro.
Aí, eu vejo o Rufus Wainwright cantando “Going To A Town”, mas ele não canta apenas, ele emociona, ascende uma chama lá dentro onde nenhum verbete empresarial da moda, ou qualquer coisa do tipo auto-ajuda conseguiria alcançar, transpor, luzir!
E logo então, “I'm going to a town that has already been burned down/I'm going to a place that is already been disgraced/I'm gonna see some folks who have already been let down./I'm so tired of America”, como tudo faz sentido.
E Chaplin renova esta sensação.
Poema da Noite
Já chorei vendo fotos e ouvindo musica;
Já liguei só para ouvir uma voz;
Me apaixonei por um sorriso;
Já pensei que fosse morrer de saudade;
E tive medo de perder alguém especial... (e acabei perdendo)
Já pulei e gritei de tanta felicidade;
Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas... "quebrei a cara muitas vezes!"
Já abracei para proteger;
Já dei risadas quando não podia;
Já fiz amigos eternos;
Amei e fui amado;
Mas também já fui rejeitado;
Fui amado e não amei...
“Tell me do you really think you go to hell for having loved?”
Falta mesmo mais verão no cotidiano capitalista das pessoas.
Ah! Planejamento estratégico...
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