sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eu Sou



“De tanto eu te falar

Você subverteu o que era um sentimento e assim

Fez dele razão pra se perder

No abismo que é pensar e sentir”.


Quem adora correr sozinho pelas ruas,

Sem troféu, apenas para desafiar as articulações, as rugas e os cabelos brancos?

Quem torce pela dignidade e honestidade do Rubens Barrichello, sem dar ouvidos a `massa` acéfala que teima em desdenhar do rapaz?

Quem ainda ousa torcer pelo finlandês que não dá bola pro joguinho medíocre de bussiness da F1 e, que por hora está desempregado graças a um mau caráter espanhol chamado Fernando?

Quem adora filmes em preto e branco, livros de Saramago, biografias de musicos e filmes de Wood Allen quando tudo que vemos nas prateleiras e nas salas escuras são blockbuster vazios e, rasos de conteúdo?

Quem em sã consiência ouve um samba-canção pós moderno dos Los Hermanos acreditando ser uma aversão ao bate-estaca reinante do mundo globalizado?

Quem é mais sentimental que eu?

Eu disse e nem assim se pôde evitar.

Eu sou mesmo...

Um sentimental.

Um comentário:

Clarice Lispector disse...

VOCÊ REALMENTE É!

Lendo as postagens recentes, passei dois dias sem vir aqui, essa me fez lembrar de um trecho do "meu" livro "uma aprendizagem". Tenho a lhe dizer:

"Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca...
Escuta! Eu te deixo ser... Deixa-me ser!"

Jonathas, em um outro poema (Pranto para comover Jonathan), a "colega" Adélia Prado definiu muito bem o que você é.
Sabemos das suas virtudes...Dos seus defeitos...
Mas, você está muito além do terreno. Haja sensibilidade. É uma "hemorragia de emoções". Digno como poucos que eu pude ouvir, um dia que fosse, a voz, a respiração...

Boa semana.

Ah, toh chegando aí para a mostra internacional de cinema de são paulo. Tem alguns títulos que não posso perder. Abraços.