Aconteceu quando eu trabalhava em uma cia.aérea no aeroporto de Guarulhos durante os anos 90. Eu fazia o translado por dentro da pista de passageiros vindos de países da América do Sul que não podiam desembarcar em São Paulo, pois estavam apenas realizando uma conexão por estas bandas.
Certa vez encontrei uma passageira Bósnia vinda da Argentina, estava realizando a sua viagem de volta para Sarajevo após a guerra.
Então perguntei a ela o que esperava encontrar em sua cidade. (acho que foi uma pergunta infeliz para aquele momento). Ela apenas olhou para mim, sorriu enquanto seus olhos enchiam d’água. Não precisava dizer mais nada. O que vi através dos seus olhos era um misto de tristeza, revolta e muita esperança por dias melhores. Ela contou que havia perdido diversos amigos e parentes durante o conflito, mesmo assim era a sua terra natal, continuava amando incondicionalmente seu povo, apesar da guerra.
Toda guerra é estúpida, brutal e insana. Esta canção do U2 me faz recordar daquela noite, daqueles quinze minutos em que conversei com alguém que havia vivido a pior experiência possível sobre o que é uma guerra, sobre o tempo de recomeçar das ruínas.
Dici che il fiume
Trova la via al mare
E come il fiume
Giungerai a me
Oltre i confini
E le terre assetate
Dici che come fiume
Come fiume...
L'amore giungerà
L'amore...
E non so più pregare
E nell'amore non so più sperare
E quell'amore non so più aspettare
Is there a time for tying ribbons
A time for Christmas trees
Is there a time for laying tables
And the night is set to freeze
Artista: U2 Feat. Luciano Pavarotti
Música: Miss Sarajevo
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