sexta-feira, 23 de abril de 2010

Gran Torino, o Desafio



Dias desses passei à tarde na sala escura do cinema. Que delícia!
Assisti dois filmes que ainda não havia curtido na telona.

Hoje falarei de “Gran Torino” (2008) do genial ator e, diretor norte-americano Clint Eastwood. Não perco nenhum de seus filmes desde “The Bridges of Madison County”/As Pontes de Madison (1995), uma pérola da obra de Eastwood.

Neste longa, Clint vive o personagem Walt Kowalski, um polaco-estadunidense veterano da Guerra da Coréia, que tem problemas familiares, realçados após a morte da esposa.

Depois disso ‘Wally’ continua a morar em sua casa, contrariando os desejos dos filhos, que expressam a vontade de que ele vá morar em algum retiro para idosos. A velha questão de como a sociedade ocidental descarta seus anciões.

Kowalski mantém a sua rotina: ele, ex-funcionário da Ford, faz ocasionalmente consertos em residências e suas distrações são saborear uma cerveja na varanda e ir mensalmente ao barbeiro. Não tem amigos nem planos para o futuro.

Sozinho em um bairro do subúrbio de Detroit, nutre antipatia por seus vizinhos asiáticos, xenofobia que ele trouxe da guerra. Kowalski credita aos imigrantes a devastação da economia e do modo de vida estadunidense e não esconde seu desprezo ao ver o filho dirigir uma Toyota, bem como aos vizinhos da casa ao lado da sua.

Sua rotina, no entanto será alterada radicalmente após aproximar-se de dois jovens vizinhos, os irmãos Sue e Thao. Sue lhe introduz à cultura hmong, etnia do Sudeste Asiático da qual faz parte.

Daí em diante assistimos um desdobramento de coragem para retroceder quando descobrimos que estamos errados, fé e fidelidade nos laços de amizade erguidos a partir do autoconhecimento, da abertura a outros olhares e, no prazer em dividir experiências.

Durante a exibição lembrei bastante do meu pai. Compreendi que as dores de uma vida estão enraizadas muitas vezes por falta de um abrigo, de um porto seguro, que a família (que deveria ser esta rocha) em certos momentos desfaz, omite, finge não ver covardemente. A sensação de desamparo deve ser terrível.

“Gran Torino” é um filme comovente, sutil, afetivo, e desafiador para todas as gerações, sobretudo para as mais jovens. 

Trilha Sonora
Artista: Jamie Cullum
Música: Gran Torino

2 comentários:

:) disse...

Nossa, obrigada pelo elogio feito em meu blog!
Falando em seu post, pegou em um dos meus pontos fracos: "Cinema"..esse filme está na minha lista de filmes preferidos. Clint Eastwood sempre demonstrando em seus filmes para que veio ao mundo, adorei seu blog, passei grande parte da noite o lendo :)

acervopop disse...

Então volte sempre...