domingo, 25 de abril de 2010

"Apenas o Fim"



Pois é...

Falar de amor pode até ser clichê, mas em “Apenas o Fim” (2009) o amor é quase um atestado de idoneidade entre dois jovens universitários da classe média carioca.

Em plena faculdade Antônio (Gregório Duvivier) é procurado por sua namorada (Erika Mader), que lhe avisa que pretende fugir de casa e recomeçar a vida em outro local. Ele tenta convencê-la do contrário, sem sucesso. Os dois concordam em passar a próxima hora juntos, relembrando momentos do passado e imaginando o futuro.

Primeiro filme dirigido por Matheus Souza, “Apenas o Fim” é composto pela simplicidade. Uma única locação, o campus da PUC no Rio de Janeiro, pouco dinheiro investido para um longa, boas idéias e longos e divertidos diálogos que podem esconder aspirações maiores que apenas entreter o público em uma sala de projeção de cinema.

Cheio de referências ao universo pop de uma geração, como "Cavaleiros do Zodíaco", "Power Rangers" e Backstreet Boys, o cineasta e roteirista afirma que o filme é para ser visto por todos.

E lá pelas tantas quando parece que o filme vai murchar, surgem frases que comprovam a estirpe de um bom roteiro:

- Você é uma fraude, sabia? Uma fraude!
Bem bonitinha, mas uma fraude.

- Você foi feliz comigo de verdade?
- Não. Mas a culpa é minha!

- O que você mais gosta de mim?
- Eu gosto do jeito que você toca flauta com o nariz.

- Você não é tão diferente assim, preciso te informar isso.
- Boa parte desse monstro que sou hoje é culpa sua.

- Eu sou aquela vontade que dá, de repente, de tomar Fanta Uva.
- Você é o Menthos.

- Qual o homem mais bonito do mundo pra você?
- Chico e o Johnny Depp.
- Não pode ser outro?

- Você vê filmes demais. Vai acabar me amando pra sempre.

- A gente se perdeu no momento em que a gente se encontrou.

- Vocês mulheres tem uma visão completamente equivocada do que nós pensamos sobre as mulheres. Qual a mulher que a gente mais respeita? Não é a nossa mãe que mostra o peito pra gente logo no primeiro encontro?

- Descobrir que a vovó Mafalda era homem
foi traumático para toda uma geração.

- Eu vou sentir falta das suas mãos quentinhas.
- E eu do seus pés, sempre gelados.

- Você acha que iria gostar de mim se eu não fosse tão complicada?
- Acho. Gostaria sim.

- A única diferença entre a arte e a terapia
é que se eu deixar de escrever um dia, não pago a sessão.

- Você é meu chicletinho mastigado.

- O único lado bom de morrer de amor
é que você continua vivo.

- Você acredita em Deus?
- O problema não é saber se ele existe ou não.
É saber quando ele tá blefando.

- Desculpe. Eu não sei o que é ficar cansado de você.

- O que você acha mais importante: amor ou sexo?
- A primeira opção. Mas qual foi mesmo a primeira coisa que você falou?

- Se você ficasse eu faria de tudo para eliminar todos os meus defeitos,
mesmo não sabendo direito quais são.

E já no final do filme uma revelação devastadora:

- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora? Agora é o resto das nossas vidas.

Daí sobe a música dos Los Hermanos, Antônio então senta-se e assisti a namorada partir enquanto a melancolia vira arte.

Pois é...

-Você me ama?
- Falar sobre amor é clichê.
- Falar que falar sobre amor é clichê é que é clichê.

Na dúvida é melhor assistir de novo, porque em "Apenas o Fim" Matheus Souza conseguiu ir além do mero entretenimento.

Trilha Sonora
Artista: Los Hermanos
Música: Pois é

Um comentário:

Marcos disse...

Filme interessante, foge da mesmice favela, miseria, drogas que assolam o cinema nacional.