Vasculho algo, mas encontro outra coisa. Algo que me remete a um ambiente claus-tro-fó-bi-co...
Foi o que senti ouvindo esta versão dos Deftones para Drive do The Cars (anos 80). As imagens do vídeo são do filme Paixão à Flor da Pele (Wicker Park) – 2004, não assisti e penso que não assistirei, mas na vida muitas vezes é assim:
Você procura algo e termina esquecendo o que buscava, porque no final das contas as surpresas valem sempre muito mais a pena.
Diálogos Invisíveis é um vídeo exercício. Rodado na câmera de uma máquina fotográfica digital não possuí uma qualidade de imagem adequada. Imagem tremida, dificuldade no foco, subindo para a web então as imagens ficam quase irreconhecíveis.
Mas é apenas uma brincadeira, e brincar é legal porque não é sério, não tem peso, responsabilidade, porém tento contar uma ideia, uma estória de um diálogo invisível – daqueles que quase sempre temos com nosso próprio eu em dias difíceis, seja por existência da dor, angustia, tristeza, irritação, ou qualquer motivo onírico.
O texto é uma mescla de fragmentos do escritor Jorge Furtado, do cineasta Federico Fellini e de algumas ideias próprias.
Pronto, agora decepem a minha cabeça, me diverti bastante e tenho tantas outras ideias para rodar mais à frente. Quem sabe um dia possa realizar isso tudo com qualidade técnica e, claro muito mais estudo e técnica.
Tive uma semana meio estranha, oscilando entre a alegria, a dor, o medo e certo cansaço, afinal 2011 está partindo. Por isso mesmo estive um bocado ausente do meu cantinho terapêutico preferido. (este combalido blog).
Um querido amigo, que acho eu, está morando na cidade (luz) que visitarei daqui a mais ou menos um mês, me escreveu um recado que me fez ter certeza de que a tal semana foi mesmo diferente.
Esqueci por completo, mas quinta-feira 24 de novembro completou exatos 20 anos da despedida de Freddie Mercury, ou melhor, Farrokh Bulsara e ele. Não quero ser repetitivo (mas serei) como passou rápido, quase um piscar de olhos... (exagerado!).
Intuição, lembrança, saudades, ou todas juntas, o certo é que na quarta e na quinta, fiquei me ‘distraindo’ editando algumas imagens que compilei em um vídeo como parte de um exercício de quem sabe um dia extrair de dentro de mim alguma vocação para filmagens e textos mais alinhavados (cinema?) isso é cinema, mas apenas engatinho, sem nenhum compromisso a não ser a ‘autoflagelação’:
- Tá vendo, você é mesmo um burro, não consegue enquadrar a imagem no ângulo correto, etc e tal (risos).
Voltando a Freddie, ele como sempre foi uma das inspirações para a tal brincadeira que qualquer dia, se tiver coragem (bem, isso eu tenho) postarei por aqui para que meus amigos decepem a minha cabeça e me tirem essa idéia de que tenho algum talento para as artes. (+ risos).
Agradeço a Flávio por devolver a minha consciência a data de partida do menino Farrokh.
Francis Albert Sinatra emula as dores desta vida...
O cineasta pernambucano Camilo Cavalcante rodou o curta metragem que leva o nome da canção imortalizada na voz do Blues Eyes.
My Way (2010), conta através da canção a história de um homem sem nome vivido pelo ator Sílvio Pinto. Este homem representa o homem comum e seus dilemas. My Way simula o contraste entre Multidão versus solidão, carnaval e melancolia.
Paisagens bucólicas, gente menos estressada, mas olho a TV e vejo Galvão Bueno, Cláudia Leite, um tal de Cigano (UFC/a nova idiotice da moda e, ainda chamam aquilo de esporte), quanta babaquice...
Desligo a TV e pego um HQ do Will Eisner, bem mais interessante, arte contemporânea de primeira.
The Spirit é a história de um detetive mascarado, Denny Colt, um herói sem superpoderes que protege os habitantes da cidade fictícia de Central City. Já por este aspecto percebe-se que Eisner cria um universo fictício preso a realidade das pessoas comuns, daquelas que passam por nós nas ruas diariamente sem que nunca saibamos os seus nomes e, suas histórias pessoais.
A série se destacou pela inovação dos enquadramentos quase cinematográficos, os efeitos de luz e sombra e as inovadoras técnicas narrativas, além da qualidade do roteiro e da arte. Sempre a presença de belas mulheres, cenas hilariantes, melodramáticas, mas que enfatizavam, sobretudo o aspecto humano dos personagens
Na última palestra motivacional da Empresa Feliz Com Todos S.A, o Sr. Felicidade é Tudo de Oliveira Jr. versou sobre o tema: Como ser Feliz mesmo desempregado...
Todos os participantes ouviram impassíveis por quase três horas as teorias do ‘feliz’ palestrante. Após o termino foram chamados pelo numero de suas senhas, um a um, e receberam a noticia:
Agradecemos o seu esforço e dedicação, mas infelizmente os seus serviços foram dispensados por esta empresa nesta data. Seja ‘feliz’ mesmo assim...
A partir de agora não conhecemos mais você! A derradeira frase não foi dita é claro!
Mudanças... sempre elas! Gritou um dos funcionários dispensados. Vou pra casa, agora tenho bastante tempo preparar alguma palestra motivacional...
O nome do programa era The Tube, e por lá passaram diversos artistas da música pop oitentista. Este é um dos registros do Style Council no programa. O programa marcou época porque os artistas podiam tocar ao vivo suas canções, quase sempre divulgação de singles e álbuns.
Meus superpoderes acabaram. Estou em crise, não encontro mais minhas pílulas anti-tédio. Já li muito depoimento em redes sociais mais ou menos assim...
“Disconect to Conect” é o nome da campanha que o governo japonês lançou recentemente para combate ao vicio em redes sociais. Nossa existe isso? E como...
Uma rápida olhada no Facebook e você já detecta quanta gente está doente e não percebe. Criaram uma vida paralela, alguns desabafam em inglês, outros não se cansam de postar mensagens de autoajuda, ou com cunho religioso, outros preferem o futebol, ou simplesmente postar tudo que acontece em suas vidas:
“Pessoal olha aí o meu almoço de hoje”. Só faltam dizer a hora em que peidam (desculpe a grossura), mas a coisa é bem assim mesmo.
Se eu jogar essa mensagem no facebook serei morto virtualmente com todo o tipo de argumento raso, chulo e superficial.
Melhor mesmo ser prudente, pois quando estamos ‘conectados’ muitas vezes deixamos de viver uma vida real do lado de cá do monitor.
Tecnologia é bom, se nós a comandamos, e não o inverso.
“Hoje o ser humano precisa ter uma experiência autentica na sua vida. E tá faltando isso. A gente pensa só em ter a maldita casa, o maldito carro, os bens, o status, a marca da roupa e, a gente esquece que no fundo tudo isso não é propriedade, é muito provisório.
A minha casa não tem estrada e nem tem luz lá em Parati e, enquanto eu estiver vivo não vai ter, então os meus vizinhos ficam loucos: Imagina precisamos do progresso! Não, progresso tenho eu que não preciso de nada disso. Um dia eu quero ser rico o suficiente pra não precisar ter mais nada, não quero ter mais nada: Nem carro, nem casa, nem fazenda, nem imóveis, e nesse dia eu serei rico”.
Dei uma espiada no SWU versão 2011 que acontece em Paulínia, aqui próximo de São Paulo. No palco esta noite estavam os ‘rapazes’ do Duran Duran... Aqui uma lembrança do que os ingleses deixaram como herança para a música pop.
Come Undone, marota, sinuosa, uma bela balada... O show foi aceitável.
Sou um neurótico assumido, não nego, e isso não escondo de ninguém. Esta sequência de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (Annie Hall/EUA 1977) é uma das minhas prediletas do Sr. Woody Allen.
Ah! Se a vida fosse assim...
Outro dia tive que esperar em uma fila por quase cinquenta minutos para retirar um documento (passaporte) e à minha frente duas mulheres falavam pelos cotovelos. (Nossa! Jura?)
Papo vai, papo vem, e uma instruía a outra sobre como seria mais fácil tirar o visto americano sem burocracia, pagando uns modestos R$ 750,00 para um tal despachante “fera” indicado pelo pai da mulher língua solta. O despachante era tão bom que sabia disser até que tipo de roupa você deve vestir para conseguir o cobiçado visto. A falante justificou a si própria com a pérola: É caro sim, mas afinal de contas o cara faz tudo por você, ele só não viaja no seu lugar, o resto deixa tudo com ele! Entendeu? (Eita classe média!).
Naquela altura do campeonato eu já não sabia se ria ou chorava. Queria apenas retirar o meu passaporte e cair fora o quanto antes.
É constrangedor perceber o que as pessoas não fazem para ir até Miami sem dor de cabeça, sem precisar falar a verdade no consulado americano. Mentir neste caso é tão natural quanto ir até a padaria comprar uns pãezinhos. É bem a cara do nosso povo que pensa ter algum dinheiro no bolso, os fins sempre justificam os meios e tudo bem. Depois a 'culpa' é só dos governantes, e apenas eles e somente eles são os corruptos nessa história.
Uma era casada (a mais falante), mas não de papel passado e, isso frustraria sua tentativa desesperada de gastar nos States um bocado de reais e fugir um pouco do nosso país, como se alguém lhe impedisse de ir de vez daqui pra qualquer outro lugar. Eu, por exemplo, a mandaria para uma ilha deserta, já que ela mesmo disse que não suportaria a ideia de ficar em uma ilha deserta sem ter nada o que fazer, entenda-se, gastar muito dinheiro, mas bota muito nisso, para tentar compensar suas frustrações. É o marketing da felicidade a qualquer preço, e a felicidade aqui não parece ter outra fisionomia a não ser a de $$$$$$$$.
A ‘coitada’ tinha uma cara de sofrimento tão fake que nem para figuração de velório acho que a pobre ‘mediana’ serviria. A outra, que mais ouvia do que falava, parecia também perceber que aquele papo estava meio tedioso, mas eram amigas de faculdade que não se viam há anos. Bem, o azar foi todo meu é claro.
No fim das contas me lembrei da cena de “Annie Hall” e descobri durante cinquenta minutos como é duro a vida fora da sala escura. Ah! Woody Allen.... Você nos acostumou muito mal...
Mas luminosidade deve existir mesmo lá pelas bandas de Miami!
O disco “O que você quer saber de verdade” mal acabou de chegar às lojas e uma saraivada de criticas já recai sobre Marisa Monte. Acho que temos mais uma...
De fato já faz tempo que Marisa Monte parece ter ligado o piloto automático em sua carreira: bonita, bacana, honesta, mas...
Sempre penso que devemos cobrar de quem pode nos dar mais, neste caso, talento. Penso ainda ser difícil por vezes convencer um artista já consagrado, a arriscar mais numa carreira que flui com tranquilidade, ou seja, sucesso, prestígio e tudo de bom e ruim que essas coisas carregam consigo.
Sabe aquela coisa de que se não faltar comida a pessoa não irá correr atrás? Talvez os grandes talentos às vezes padeçam dessa ‘preguiça’, ou então, errem feio quando resolvem optar pelo comodismo. Mudar pra quê?
É o craque que se acomoda com a fama, as mulheres, o dinheiro fácil e nunca mais volta a bater um bolão. É o piloto de F1 que se contenta sempre com o segundo lugar, ou então, é a cantora que descansa sobre os louros de boas vendas e de uma ótima reputação junto aos fãs, quase sempre passionais, exagerados, que aplaudem até mesmo a flatulência do seu ídolo.
Mas eu não vou perder o meu tempo dizendo que o disco novo de Marisa Monte é chato, insosso e batido. (Iiihhhh já disse)
A cena musical brasileira atravessa mesmo uma fase horrenda, apesar de muitos dizerem o contrário, mas minha impressão ainda é a primeira. Nada, ou quase nada, me comove na atual conjectura musical tupiniquim. Que Pena!
Sim, o vídeo acima é da faixa título do novo disco de Marisa Monte, talvez o melhor e único bom momento do álbum. Quem sabe no próximo Marisa nos traga algo de surpreendente, por hora apenas mais do mesmo.
Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
Carlos Drummond de Andrade
* A palavra gauche (lê-se gôx), de origem francesa, corresponde a "esquerdo" em nosso idioma. Em sentido figurado, o termo pode significar "acanhado", " inepto". Qualifica o ser às avessas, o "torto", aquele que está à margem da realidade circundante e que com ela não consegue se comunicar.
Trilha Sonora Artista: The Carpenters Música: Solitaire
A guitarra do cearense Fernando Catatau deslizando sobre ferro, fogo e água. Solos não usuais, andamentos entrecortados, sonoridade psicodélica... Uma viagem!
Pois ao som das guitarras de Fernando, quase antevejo cenas de faroestes e, daí me recordo de uma frase de Frank Capra, “O filme é uma doença”, poderia acrescentar: música, literatura, artes em geral. Possuído fui ao nascer por essas sensibilidades e, lá vou de volta a Oz mais uma vez...
“Se todos fossem como eu, não precisaria destetar os outros”.
E será que não é isso mesmo?
A hipocrisia comanda a festa, seja pro bem ou pro mal. Não preciso me esconder atrás de fajutas encenações. Enquanto isso vou de Police, é um bom jeito de variar climas.
Ok. Tive um dia chato pra dedéu. Sabe aquela coisa de cuidar de um monte de lata, aquilo que chamamos de carro, (eu odeio a supervalorização dos automóveis/mas amo a beleza que muitos deles nos apresentam pelas ruas e, principalmente nas pistas). Mas enfim, ficar três horas e lá vai pancada esperando pelo conserto de um automóvel é mesmo coisa pra quem é apaixonado pela ‘tranqueira’. Me chame pra tomar uma cerveja, para uma exposição, para o teatro, cinema, para correr no parque, mas não para consertar o carro.
Mas é a vida né! O vídeo do Richard me lembra aquele povo que vai a Vegas passear, e jogar um pouco de suas frustrações anêmicas para fora. Prefiro Paris, Berlim, Londres, arriscar em outras praias me parece mais divertido. Isso mesmo, mas que cara chato!
O duo californiano Girls, “do delicado/atormentado” Chris Owens, lançou recentemente o álbum “Father, Son, Holy Ghost”. A faixa que escutamos agora é a bela “My Ma” com direito a guitarras anos 70.
O som é denso, como densa no frigir dos ovos é a própria vida. Uma balada que não possuí muito a atmosfera de São Francisco, não pelo menos para os turistas. Por hora, viajarei no solo dessa guitarra com sonoridade rasgada.
Já nem lembrava mais desta colaboração entre os ingleses do Duran Duran e o brazuca Milton Nascimento. Ela aconteceu no ano de 1993, a canção “Breath After Breath” traz na produção além dos artistas envolvidos, o pitaco sempre salutar de Peter Gabriel. Não deixa de ser uma produção globalizada – Inglaterra/Brasil/Argentina (locação escolhida para ambientar o videoclipe/As cataratas do lado dos hermanos).
O Duran Duran está chegando ao Brasil para participar do Festival SWU, e o faz em ótimo momento artístico, não franza a sua testa, é verdade. Envelhecer com sabedoria é para poucos, e os ingleses provaram isso nos últimos anos, principalmente com seu último disco de estúdio “All You Need Is Now” (2011) uma aula de pop elegante atual com auto referência.
Enquanto o país perde seu tempo discutindo a relação entre uma dupla chinfrim "sertaneja", eu prefiro respirar alento com os eternos garotos ingleses e o nosso Bituca. Talento neste caso não falta, sobra.