Eu realmente não nasci para fazer parte do ‘coro dos contentes’, e como tem gente neste mundo que possuí um otimismo que beira a demência.
Ok, também existem os chatos como eu, e daí né? Cada um no seu quadrado...
O escambau! Eu nasci pra encher o saco dessa gente que acha graça em tudo, desde que possam lucrar com algo é claro.
Check up para carro... hahahaha, ou, ho, ho, hooo!
Carro não é gente, embora alguns sejam melhor companhia do que muitos seres humanos. Ihhh! Será que eu me encaixo nesta descrição? (Talvez).
Pois é, achei graça e fotografei... A publicidade produz coisas esdrúxulas e, os caras ainda recebem dinheiro por isso.
No dia em que o meu carro me convencer que ele é alguém digno de um check up eu o levarei ao Sírio Libanês.
Será que ele poderá ficar em um quarto particular? Conseguirá ele passar no teste ergométrico? É melhor o Kassab não ler esse texto, pois poderá criar um novo imposto. O Check up car.
Ok. Tive um dia chato pra dedéu. Sabe aquela coisa de cuidar de um monte de lata, aquilo que chamamos de carro, (eu odeio a supervalorização dos automóveis/mas amo a beleza que muitos deles nos apresentam pelas ruas e, principalmente nas pistas). Mas enfim, ficar três horas e lá vai pancada esperando pelo conserto de um automóvel é mesmo coisa pra quem é apaixonado pela ‘tranqueira’. Me chame pra tomar uma cerveja, para uma exposição, para o teatro, cinema, para correr no parque, mas não para consertar o carro.
Mas é a vida né! O vídeo do Richard me lembra aquele povo que vai a Vegas passear, e jogar um pouco de suas frustrações anêmicas para fora. Prefiro Paris, Berlim, Londres, arriscar em outras praias me parece mais divertido. Isso mesmo, mas que cara chato!
Não é todo dia que a gente consegue expressar algo minimamente inspirador, aliás, nem sei se de fato eu consigo essa verbalização textual, sou bem crítico em relação as minhas capacidades. Então por um acaso feliz me caiu na tela essa banda, Tribes e, essa canção, When My Day Comes...
Puxa vida, às vezes, ou sempre (sei lá eu) o cosmos conspira ao seu favor. Não fui atrás de muitas informações sobre o grupo, isso não importa muito neste instante.
Gostei do som das guitarras rasgando um agudo hipnótico, certo frenesi, me deu vontade de dançar. Achei a voz do cantor interessante, também em agudo, longe de perfeita, é suja, vibrante, entusiasma e isso já me basta.
Inevitável traçar este paralelo entre a banda do Reino Unido e a minha inspiração, ou, a falta de, para escrever, ou apenas rascunhar pensamentos, impressões sobre o cotidiano.
Andei lendo um bocado por esses dias, adoro quando tenho este tempo, essa disposição, a vontade e disciplina de aguçar minhas curiosidades, envenenar-me mais um pouco de algo que não conhecia ainda.
Nestes períodos tendo a ficar mais calado do que já sou (se é que isso de fato seja possível), e aí tome percepções diárias.
Vejo pessoas doces, que por alguma insegurança ou pela pressão do trabalho, ficam retraídas, renegam seu próprio brilho e ocultam tanta beleza dentro de si, mas tudo está lá pulsando, querendo ganhar as ruas, o mundo, ou talvez, apenas a sua própria sombra.
Olho para as ruas laterais e transversais de onde escrevo agora, e não consigo compreender como essa cidade tão pequena pode ter tantas, eu disse TANTAS, lojas de carros – novos, usados, recauchutados, sei lá mais o que – num perímetro de no máximo 2Km.
Então o ‘metido’ e ‘pedante’ aqui entra em ação e pensa:
Quem dera fossem todas essas lojas de automóveis, livrarias. Sim, lojas de livros, grandes, médias, ou até pequenas, como a charmosa ‘livraria da esquina’ da personagem de Meg Ryan (Kathleen Kelly) no filme (You've Got Mail, 1998) ‘Mensagem Para Você’...
Mas como posso ser tão tolo assim? Viajou? Bebeu? Cheirou? Perdeu a razão Jonathas Nascimento?
De repente eu me tornaria uma espécie de Joe Fox (Tom Hanks) do mesmo longa, mas quem em sã consciência trocaria carros por livros neste país que adora ocupar-se tanto com a educação, a cultura e as artes do seu povo.
É... acho melhor eu pensar noutra coisa, afinal a noite está caindo bela e estrelada no céu do interior paulista.
Logo mais os donos de todos os carros reais e imaginários desta pacata cidade irão se divertir queimando combustível ao redor da praça principal, numa procissão sem velas e santos.
A felicidade como se vê é apenas uma questão de esquadrinhar espaços na vida.