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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Baby



London Grammar - Wasting My Young Years

Chiara,

Ouço essa canção pensando em sua delicadeza
em sua desesperada procura por um amor real
um amor que faça sentido diria o antigo poeta
e você corre fugindo do naufrágio dos seus pais e amigos
talvez nem colegas sejam...


Ludovica,

Ouço essa canção sofrendo com teus olhos verdes
vividos de esperança e transbordando juventude
mas que apenas encontraram desprezo e indiferença em sua jovem existência
você é alguém que procura afeto e amor desinteressados
e isso é imperdoável para quem te cerca...

Naquela noite que conheci vocês
tive a nítida impressão que ali à frente na tela da TV
haviam tão somente
duas jovens lindas querendo apenas uma vida plena
sendo autênticas e correndo riscos
afinal viver sempre será arriscado
sobretudo, para quem ama a vida

Um outro poeta sussurrou em meus ouvidos noutro dia...

A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais

Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas
Pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite
Revólver, cheira cachorro
Os humilhados do parque
Com os seus jornais

Carneiros, mesa, trabalho
Meu corpo que cai do oitavo andar
E a solidão das pessoas
Dessas capitais
A violência da noite
O movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre
Que canta e requebra
É demais!

Cravos, espinhas no rosto
Rock, hot dog
Play it cool, baby
Doze jovens coloridos
Dois policiais
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida

Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais

Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais

Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais”...

Essa é a minha profissão de fé,
Amar e mudar as coisas sempre!



Belchior – Alucinação

sábado, 21 de outubro de 2017

Era uma vez um homem e seu tempo



Sob a luz do teu cigarro na cama
Teu rosto rouge, teu batom me diz João, 
o tempo andou mexendo com a gente sim
John, eu não esqueço, 
a felicidade é uma arma quente
Quente, quente...

Era uma vez um homem e seu tempo
sua voz
suas canções
suas histórias
suas verdades...

Belchior - Comentário a respeito de John

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Tudo Outra Vez


Ficarei sempre com a memória da retina, guardada aqui dentro de minhas lembranças…

Aquele primeiro encontro no Theatro José de Alencar, num show repleto de emoções sinceras.

Admirei muito a sua coragem de deixar tudo para trás, para viver em paz seus derradeiros anos de vida, pois dessa vida levamos apenas o amor dentro de nós...

Saudades...


Belchior – Tudo Outra Vez

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Nas Paralelas...


Em Paralelas Belchior conseguiu entregar a sua poesia urbana de maneira sensível
enredando situações que qualquer um já viveu ou provavelmente viverá...

“E no escritório em que eu trabalho
e fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor”

Dá um nó sempre que penso
que me permito parar e refletir o que de fato fazemos com o sagrado ar
que respiramos diariamente...

Será que vale mesmo a pena?

O cantor canta de maneira suave a canção, fugindo um pouco de sua característica😔
mais eloquente, pois “Paralelas” parece suplicar, quase sussurrar pelo encanto sutil...

“E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu

No apartamento, oitavo andar
Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu”.

São palavras belas, combinando com a harmonia e melodia e
terminando bucólica:

“Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão”...

A vida precisa de paixão, e também necessita de tempo para reflexão, poesia, música, arte,
tempo para doar aos que amamos...


Belchior – Paralelas

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Sonhar


Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver

Quatro da madrugada, ela percebe algo diferente em seu quarto...
Abre seus pequenos e negros olhos e avista pequenas luzinhas de neon a brilhar.

Para, fica deitada, atordoada e mesmo assim consegue ouvir uma canção que parece distante, mas está logo ali ao seu lado, quase que a beijando...

Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão

E o refrão reaparece esmagando o seu sono juvenil...

Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído, completara o meu destino.

E assim caminham os jovens em seus corações selvagens, a serem desbravados hora a hora, dia a dia, madrugada a fora, ou enquanto o combustível queimar!

Cerrou seus olhos e voltar a sonhar, aquela noite ela nunca mais esqueceu!


Vitrola: Belchior – Coração Selvagem

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Abrorrecido


E caminhando pela Avenida das Ilusões hoje cedo me veio à mente o seguinte:
O sábio poeta deixa bem claro que a vida dita madura é de fato muito aborrecida...
Mas eu não me canso de dizer, que sou apenas o que sou e nada mais...

Eu sou apenas um rapaz
Latino-Americano
Sem dinheiro no banco
Sem parentes importantes
E vindo do interior


Só me lembro do meu pequeno menino...
Isso sim é vida, o resto é vaidade meus caros, pura vaidade!


Vitrola: Belchior - Apenas um rapaz latino americano

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Na Hora do almoço


Hector Babenco durante sua última entrevista ao Programa Roda Viva da Tv Cultura falou sobre a sobrevivência, presente em muitas de suas personagens.

- A idéia da não violência em grandes agrupamentos de pessoas, ou seja, por que numa praia que você tem um espaço por metro quadrado dividido por duas pessoas ninguém quando passa andando joga areia no outro? Por que num elevador onde você têm 10 pessoas ninguém agride? Por que numa cela que tem 14 pessoas, mas é um lugar para apenas 4 pessoas ninguém mata ninguém? 

Há um código de respeito, o que é meu é meu, há horário para ir ao banheiro. O ser humano tem uma capacidade fantástica de se reorganizar no espaço que ele tem para sobreviver. A sobrevivência é o único critério, não porque são educados. Porque ele sabe que se não há um código de respeito mútuo o caos se instala e o caos gera a violência e, a violência é insana e saí do controle e gera a morte.

Cena 1
Elucubrando sobre o assunto hoje na hora do almoço pensei: Talvez, seja isso que permita eu sentar a mesa de um restaurante para dividir espaço ao lado de pessoas que nunca vi e nunca mais verei na minha vida.

Cena 2
Talvez, seja isso que me impeça de reclamar da minha sogra quando ela (sem querer é claro) quase engasga o meu filho com mamadeira de água.

Cena 3
Talvez ainda, seja exatamente isso que me segure de jogar uma pedra no carro do motorista animal que quase me atropela sobre a faixa de pedestres quando o sinal esta fechado para o trafego de carros.

Vitrola: Belchior – Na hora do almoço


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Hey You


Do you live
Or you just exist?
Did you live
Or you just existed?

Meio feriado, o trabalho nos consome, embora seja bom estar sempre ativo cavoucando aqui e ali, flertando com o perigo, sonhando com o futuro. Ah! O passado nosso eterno porto seguro manda um recado:

Viver é melhor do que sonhar!  

Será mesmo?

Vitrola: Thalles - Everybody Dies

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Novo Sempre Vem...


Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Vitrola: Mott the Hoople –  All The Young Dudes


sábado, 15 de setembro de 2012

Tudo outra Vez



A vida, sim a vida
Precisa ser um pouco louca
Se não parecerá apenas
Uma sequencia inócua de terças-feiras...

Houve uma época onde o som que a juventude curtia era deste naipe.
Belchior e suas poesias, seus dilemas e contradições.
Hoje a gente é obrigado a ouvir da boca da juventude que tudo é legal, bacana!

Luan Santana... é legal!
Paula Fernandes... é legal!
Michel Telló... é ótimo!
As letras também são legais?

Eu quero tchu, eu quero tcha
Eu quero tchu tcha tcha tchu tchu tcha
Tchu tcha tcha tchu tchu tcha...

Essa é a juventude que irá comandar o país? Iletrados, repito,
ILETRADOS, é o mínimo a dizer.

Discordem pelo amor de deus, achem coisas horrorosas e outas lindas, mas discordem, conversem, discutam, xô apatia!

Outro dia uma garotinha de seis anos me abordou onde trabalho, na casa móvel dos sonhos e perguntou:

-Moço você tem algum livro dos Titãs?

Meus olhos encheram d’água e eu pensei: O mundo ainda possuí alguma luz... alguma ingenuidade criativa.

-Moço a música que eu gosto mais deles é Flores!

Que lindo!

Vitrola: Belchior – Tudo outra Vez