Hector Babenco durante sua última entrevista ao
Programa Roda Viva da Tv Cultura falou sobre a sobrevivência, presente em
muitas de suas personagens.
- A idéia da não violência em grandes agrupamentos
de pessoas, ou seja, por que numa praia que você tem um espaço por metro
quadrado dividido por duas pessoas ninguém quando passa andando joga areia no
outro? Por que num elevador onde você têm 10 pessoas ninguém agride? Por que
numa cela que tem 14 pessoas, mas é um lugar para apenas 4 pessoas ninguém mata
ninguém?
Há um código de respeito, o que é meu é meu, há horário para ir ao
banheiro. O ser humano tem uma capacidade fantástica de se reorganizar no
espaço que ele tem para sobreviver. A sobrevivência é o único critério, não porque
são educados. Porque ele sabe que se não há um código de respeito mútuo o caos
se instala e o caos gera a violência e, a violência é insana e saí do controle
e gera a morte.
Cena 1
Elucubrando sobre o assunto hoje na hora do almoço
pensei: Talvez, seja isso que permita eu sentar a mesa de um restaurante para
dividir espaço ao lado de pessoas que nunca vi e nunca mais verei na minha vida.
Cena 2
Talvez, seja isso que me impeça de reclamar da
minha sogra quando ela (sem querer é claro) quase engasga o meu filho com mamadeira
de água.
Cena 3
Talvez ainda, seja exatamente isso que me segure
de jogar uma pedra no carro do motorista animal que quase me atropela sobre a
faixa de pedestres quando o sinal esta fechado para o trafego de carros.
Vitrola: Belchior – Na hora do almoço
Um comentário:
A cena 2 é um arquétipo universal. Eu escreveria: talvez, seja isso que me impeça de também tentar engasgar a minha sogra... Rsrs.
Babenco e a lembrança da direção impecável do ator William Hurt em interpretação antológica no filme "O Beijo da Mulher Aranha...
As interpretações de Belchior...
Esse post gerou nostalgia...
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