Nos idos dos oitenta Rita Lee deixou vir à tona seu lado mais romântico. Junto com Roberto de Carvalho criaram canções que pareciam fadadas ao descarte efêmero do fast food musical. No entanto a qualidade da parceria sobreviveu ao tempo e continua embalando amores antigos e novos com a mesma voracidade de três décadas atrás.
A vovó Rita tem de fato muita ‘coisinha’ bacana para mostrar aos seus netos...
E dá-lhe Rita...
Trilha Sonora Artista: Rita Lee Música: Mania de Você
O nome dela é Rio… diz a letra dos “novos românticos” ingleses.
Não dá pra discordar que os videoclipes do Duran Duran eram quase perfeitos: locações em lugares paradisíacos, mulheres bonitas, vestimenta top para os garotos da banda. Além do mais a música dos caras era bem representativa da fusão eletrônica/orgânica.
Há um relato de voz naquela voz,
tão retorcida voz, toda ela espanto.
o corpo que é voz tem um esgar
que deixa de ser corpo e é só voz.
se munch se dissesse, rediria
a voz candente, noite de gravura,
que é gravura e voz que firma a tela.
intensos tão meandros destes traços
que num itálico do grito a fala sente
o homem ser só grito, sem mais homem.
Às seis da manhã a noite terminou. Para ele a vida dava o seu último suspiro, sem nenhuma gloriosa despedida, nem sequer lágrimas de remorso, ou dores por seu passado de amarguras.
Dias antes o último adeus. Ciente da proximidade inevitável do fim juntou suas derradeiras forças para ir de encontro ao seu cofre particular em um renomado banco.
Resgatou dele um objeto guardando no bolso direito de seu casaco de couro. Ao chegar em casa discou para o número desejado e deixou um recado na secretaria eletrônica, era uma espécie inconsolável de dizer adeus.
Partiu sem vê-lo, nem mesmo ao longe. Sentiu apenas o perfume cítrico que costumava inalar quando o encontrava secretamente em noites e dias inesquecíveis.
As cinco e vinte daquela madrugada pediu ao seu enfermeiro que colocasse a sua canção predileta no Cd Player instalado propositalmente ao lado de seu leito:
Toque repetidamente até o raiar do dia, ou até cessar a minha respiração. Foi enfático, mesmo agonizando, o corpo, a alma, o coração.
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine
No silêncio da manhã sobre o móvel do quarto - já vazio - o misterioso objeto: um porta retrato guardado como troféu, nele a imagem que carregou consigo para a eternidade.
Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo.
Quando Paul Weller e sua trupe subiram ao palco no Wembley Arena naquele 13 de julho, enfim eu conseguia um pouco mais além do que ouvir suas canções nas rádios.
Gosto das guitarras de You’re The Best Thing, embora essa não seja nem de longe a sua melhor versão. O Style Council não foi o projeto mais memorável de Weller, o The Jam era bem mais arrojado, original e espontâneo.
Mesmo assim a banda conseguiu lá o seu brilho e seus quinze minutos de fama.
Pensei que ela
fosse um dia mais diferente
do que esses dias
que eu costumo viver
Pensava ela no casamento
Eu no futebol
Era dezembro ainda me lembro o sol.
Ela dizia que parecia uma despedida
Calçou os sapatos, vestiu minha roupa
Já não cabia mais
Enquanto isso na lanchonete
Ela dizia que parecia uma despedida
Calcei os sapatos, vesti sua roupa
Já não cabia mais
Enquanto isso na lanchonete
Os dois se encontravam
E renascia...
Pensava ela na alegria
Eu no feriado
Ela dizia que esquecia
Não acredito não
Ainda me lembro era domingo.
Trilha Sonora Artista: Vanguart Música: Enquanto Isso na Lanchonete
Saio do paraíso saudoso da paz e da maneira simples e pacata de seus moradores. Vou pela estrada imaginando que a invenção célere da vida pós-moderna me aguarda tal qual o punhal de um assassino sedento por sangue e violência.
Parto pela primeira vez entristecido, mesmo indo para casa, o que comprova a tese de que apenas sofisticação, agito, narcisismo, e tantas outras “glórias” fajutas de fato não combinam muito com a minha maneira de enxergar o mundo.
Em compensação tenho um último compromisso pessoal neste ano em que a vida foi tão generosa comigo. Os 15 Km da São Silvestre me aguardam, e eu estou com a mesma ansiedade e dúvidas de um peregrino quando inicia uma caminhada por Santiago de Compostela, ou qualquer outra trilha que tire o ser humano por alguns dias da órbita angustiante do trabalho/dinheiro/poder...conjunções sempre perigosas e, quase sempre inúteis.
E assim vou me reinventando a cada manhã, faça sol, chuva, porque o trivial é vital no ciclo desta vida, engana-se que pensa diferente.
No ipoda então ouço a voz de Otis Redding rolando doce e rasgada na linda “Try A Little Tenderness”, enquanto pela janela do onibus os pingos da chuva constroem desenhos inusitados...
Onde trabalho presencio diariamente o fascínio que a figura de Michael Jackson exerce sobre as pessoas. Não precisa ser nenhum especialista para tecer tal comentário, mas repito, impressiona a comoção persistente que Jackson ainda hoje, pouco mais de um ano após sua morte continua exercendo sobre as pessoas comuns.
Suas referências artísticas perambulam entre Fred Astaire e James Brown e a partir de então trilhou um caminho próprio. Michael deu seu grito de liberdade artístico em 1979 com o lançamento do seu álbum “Off The Wall” uma jóia de muitos quilates produzida pelo mago e amigo pessoal Quincy Jones.
O que se viu adiante foi um artista que abandonou a singeleza de suas raízes para dar vazão à megalomania bem característica do show business, mas é bom frisar: seu talento não conseguiu ser ofuscado pelos sucessivos escândalos em sua atormentada vida pessoal.
Então eu imagino que Jackson tenha sido genial na condução perfeccionista de sua arte, sem no entanto ter o mesmo êxito na administração de sua saúde e sanidade.
Ainda me lembro aos três anos de idade O meu primeiro contato com as grades O meu primeiro dia na escola Como eu senti vontade de ir embora Fazia tudo que eles quisessem Acreditava em tudo que eles me dissessem Me pediram pra ter paciência Falhei Gritaram: - Cresça e apareça
(O Reggae- Renato Russo)
Uma das cenas inesquecíveis do cinema foi imortalizada por Judy Garland em O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, MGM – EUA 1939), exatamente quando sua personagem Dorothy ao lado de seu cão Totó (que curiosamente era uma cadela na vida real) entoa de maneira comovente a canção “Over The Rainbow”.
Somewhere over the rainbow
Way up high
There’s a land that I heard of
Once in a lullaby
Somewhere over the rainbow
Skies are blue
And the dreams that you dare to dream
Really do come true (…)
Este filme sempre me intrigou. Talvez por ter sido rodado trinta anos antes da minha chegada ao mundo. Prefiro entanto creditar esse fascínio ao fato de sua narrativa conter um subtexto recheado de conflitos existenciais que forçam o ser humano a realizar a travessia da ponte da vida dos sonhos infantis para a margem estreita e árida do mundo adulto. O conhecido ritual da passagem.
Você pode indagar: mas qual é o elo entre Renato Russo, Judy Garland ou Dorothy (a atriz ficou tão marcada pelo filme que nunca mais se livrou da sombra de sua personagem mais famosa), e o mundo de OZ?
Aqui entra em cena o escritor indiano Salman Rushdie – aquele mesmo que escreveu o livro Versos satânicos (1989), que causou controvérsia no mundo Islâmico devido a este livro ter sido considerado ofensivo ao profeta Maomé. Em 14 de Fevereiro de 1989, a fatwa ordenava a sua execução proferida pelo Aiatolá Ruhollah Khomeini, líder do Irã, chamando o seu livro de "blasfêmia contra o Islã". Para além disso Khomeini condenou Rushdie pelo crime de "apostasia" - fomentar o abandono da fé islâmica - o que de acordo com a Hadith é punível com a morte. Isto porque Rushdie comunicava através do romance que já não acreditava no Islã.
Khomeini ordenou então a todos os "muçulmanos zelosos" o dever de tentar assassinar o escritor, e os editores do livro. Devido a perseguição Rusdhie foi forçado a viver no anonimato durante mais de uma década.
O autor indiano escreveu um ensaio intitulado “The Wizard Of Oz” parte integrante da coleção British Film Institute – Classics Series – (1992). Nele Rushdie confidencia que em sua infância ao assistir pela primeira vez “O Mágico de Oz” ainda em Bombaim, na Índia, sua vida começou a ganhar um novo sentido: ” O mágico de Oz (o filme, não o livro, que não li quando menino) foi minha primeira influência literária. Mais do que isso: lembro o que senti quando foi aventada a possibilidade de freqüentar escola na Inglaterra, algo tão excitante quanto qualquer viagem para além do arco-íris”.
O que torna a leitura deste rápido ensaio interessante é o ponto de vista peculiar de Rushdie acerca da obra cinematográfica dirigida por Victor Fleming – que abandonou as filmagens antes de seu final para rodar outro clássico “E o Vento Levou” também lançado em 1939. O filme é uma adaptação para o cinema do livro intitulado “The Wonderful Wizard of Oz” de autoria de L.Frank Baum, lançado originalmente em 1900. Frank Baum teria batizado seu mundo mágico inspirado pelas letras O-Z da última gaveta de seu arquivo particular.
Baum foi um sujeito que conheceu a fama e a desgraça em apenas duas décadas. Quando morreu em 1919 nem sonhava que vinte anos depois parte dessa história ficaria tão conhecida.
Após um tornado na cinzenta Kansas (no filme a vida em Kansas é retratada em preto e branco), Dorothy vai parar com sua casa e seu cachorro na fantástica Oz, onde as coisas são coloridas, bonitas e mágicas. Porém, o seu maior desejo é retornar de volta para casa, para isso ela deve encontrar um mágico, que lhe mostrará como realizar esse seu desejo. Para chegar até ele, contudo, Dorothy viverá uma aventura inesquecível através do caminho de tijolos amarelos acompanhada por outras personagens como o Homem de Lata que deseja possuir um coração; o Leão Covarde em busca da coragem dos seus ancestrais; e o esperto Espantalho que nunca é levado a sério. Essa é a sinopse mais rasa e óbvia da película.
A leitura de Rushdie traz um novo olhar para essa história que curiosamente foi rescrita para o cinema pelas mãos dos escritores Noel Langley, Florence Ryerson e Egar Allan Woolf, até alcançar a sua versão final. Aliás, no ensaio o autor indiano conta um pouco das tumultuadas histórias de bastidores – algumas bem tristes e bizarras, outras quase inacreditáveis tamanha as coincidências – como o fato do ator Frank Morgan que interpretou o Professor Marvel e o Mágico de Oz ter usado em cena uma sobrecasaca comprada em uma loja de roupas usadas que havia pertencido a nada mais nada menos que L.Frank Baum! (acredite se quiser!).
Mas qual é a visão diferenciada de Salman Rushdie?
Aqui transcrevo o trecho que julgo primordial para compreender que por trás de uma fábula que evoca uma suposta segurança fornecida pela família como na cena final quando Dorothy diz textualmente, “there’s no place like home” [Não há lugar como o nosso lar], pode existir um outro ideal mais convincente para o filme:
“O Mágico de Oz é um filme cuja força motriz é a inadequação dos adultos, mesmo dos adultos bons. No início do filme, a fraqueza deles força uma criança a assumir o controle do próprio destino (e do de seu cachorro). Assim, ironicamente, ela começa o processo de se tornar adulta também.
A jornada de Kansas a Oz é um rito de passagem de um mundo em que os pais substitutos de Dorothy, tia Em e tio Henry, não têm a capacidade de ajudá-la a salvar seu cachorro, Totó, da saqueadora Miss Gulch para um mundo onde as pessoas são do seu tamanho e no qual ela nunca é tratada como criança, mas sempre como heroína.
Ela conquista esse status por acaso, é verdade, não tendo desempenhado papel algum na determinação com que sua casa esmaga a Bruxa Má do Leste; porém, ao final da aventura ela, sem dúvida, cresceu o suficiente para calçar aqueles sapatos - aqueles famosos sapatos de rubi. "Quem haveria de dizer que uma menina como você iria destruir a minha bela perversidade?", lamenta a Bruxa Má do Oeste enquanto derrete - um adulto que se torna menor que uma criança e deixa seu lugar para ela. Enquanto a Bruxa Má do Oeste "diminui", vê-se Dorothy crescer.
A meu ver parece mais satisfatória essa explicação do poder recém-conquistado de Dorothy sobre os sapatos de rubi do que as razões sentimentais fornecidas pela inefavelmente chocha Bruxa Boa Glinda, e depois pela própria Dorothy, naquele final enjoativo que considero pouco fiel ao espírito anárquico do filme”.
Aqui então traço um paralelo entre a letra de Russo e a aventura de Dorothy Gale [ventania em inglês]. O cinza monocromático da Kansas pré-tornado não difere muito do deslocamento social causado a uma criança em seu primeiro dia na escola. E a inadequação dos adultos em relação às verdadeiras necessidades de uma criança não destoa nem um pouco da ficção para os acelerados dias do século 21.
Na leitura de Rushdie a Dorothy de Kansas age ainda como uma criança, ou seja, de maneira imatura: “Tia Em está passando a descompostura que é o prelúdio de um dos momentos imortais do cinema. Você sempre fica aflita à toa...vê se acha um lugar onde não arranje problemas! Então Dorothy pergunta a seu cão: Algum lugar onde não existam problemas. Você acha que existe um lugar assim, Totó? Deve haver”. Em seguida ela canta “Over The Rainbow” o hino que celebra a fuga, a busca por um outro lugar no mundo, em oposição ao desejo humano de fincar raízes.
Já quando se depara com os problemas na colorida Oz, essa mesma menina os enfrenta como uma nova atitude. Dorothy amadureceu. Cresceu!
Ao final do ensaio o autor nos brinda como uma visão mais real do que representaria um lugar como Oz para Dorothy:
“Então Oz finalmente tornou-se o lar; o mundo imaginado tornou-se o mundo real, como se torna para todos nós, porque a verdade é que tão logo deixamos para trás os lugares de nossa infância e começamos a construir nossas vidas, armados apenas com o que temos e somos, compreendemos que o verdadeiro segredo dos sapatinhos de rubi não é que “não há lugar como nosso lar”, mas, antes, que não existe mais tal lugar como o lar:salvo, é claro, o lar que criamos, ou os lares que são criados para nós, em Oz: que é em qualquer parte, e em toda parte, mas não no lugar de onde começamos”.
O adulto que nega a uma criança a importância da mesma para sua vida, está criando um ser humano traumatizado e partido pela dor da negligência! Não ouvir, ou melhor, não estar o suficientemente desarmado para se abrir ao mundo e dificuldades de uma insegura criança é o mesmo que projetar uma casa sem os seus alicerces.
E quantas crianças cresceram sem conseguir ultrapassar o ritual da passagem à maturidade pela inabilidade dos seus responsáveis? E quantos adultos ainda estão peregrinando pelos divãs psiquiátricos a procura dos poderes mágicos de seus sapatinhos de rubis?
“Me pediram pra ter paciência/Falhei/Gritaram: - Cresça e apareça!”.
Oz sempre esteve dentro de nós; mas para alguns ainda não havia chegado o dia do vendaval; o dia em que o preto e branco torna-se colorido e a vida então ganha um saboroso novo sentido, e com uma surpreendente força real!
Nesta canção de Bowie – que foi regravada pelo Nirvana em seu acústico para a MTV (1993) pouco antes da precoce morte de Kurt Cobain em 1994 – ouvimos uma linha inspirada de contrabaixo.
Se você tiver que prestar atenção em algo nesta canção para além da voz sedutora de Bowie então ouça os detalhes da linha melódica do contrabaixo elétrico, uma delicia de aula prática de como trazer uma boa cozinha para frente do palco sem forçar nenhuma barra.
“Método... Método”, dizia o poeta quase agonizante em um estúdio de gravação.
Se ouvirmos com atenção esta balada de Renato Russo, perceberemos que a mensagem é bem simples: “viva tudo o que puder”. Alguns meses após a gravação, já debilitado pela doença, Renato partiria deixando um disco muito triste como último trabalho.
“Esperando Por Mim” é um raio x dos últimos dias de vida deste artista tão intenso.
É de fato muito dificil ouvir o disco “A Tempestade” (1996) porque nele escutamos o canto do cisne de Renato, até o fim sincero, disso ninguém pode se queixar.
Trilha Sonora Artista: Legião Urbana Música: Esperando por Mim
Nas doze badaladas eu de repente me recordei de “Adios Nonino” do majestoso Astor Piazzolla.
Melancolia à flor da pele, e quem foi que disse que los hermanos não sabem bailar e jogar futebol?
Fala sério! Simplesmente Divino!
Festival de jazz de Montreal 1980. Acompanham Piazzolla e seu Bandoneón, os músicos: Pablo Sigler (piano), Oscar Lopez Ruiz (Guitarra), Hector Console (Contrabaixo) e, Fernando Suarez Paz (Violino).
A sabedoria aos 96 anos de idade. Uma das vantagens de manter os pés na estrada é a de conhecer pessoas que provavelmente não conheceria, caso estivesse preso em um escritório na caótica São Paulo (que eu amo diga-se de passagem). Assim sendo a figura da Dona Leonor é factual, ou melhor, visceral.
“Meu filho a vida não deve ser nem triste/nem alegre/apenas viva/lute por aquilo que vale a pena”.
Lembrei da metáfora do bambu: Eles possuem os seus nós, mas crescem acima das emendas. Pode vir sol, chuva, vento, tempestades, eles vergam é verdade, mas não caem.
The Killers para celebrar a lucidez da Dona Leonor. Quem vive apenas procurando ‘felicidade’, esquece que a vida é simples.
Entre em campo e jogue meu filho, o resto... Bem, o resto...
E amanheceu um dia tão triste. Se é que um dia vivo pode ser considerado triste. Eu ligo o meu velho 'radio gaga' e ouço Brett rasgando sua alma na canção "Leaving" um bonus que eu ainda não conhecia.
Nem tudo está perdido, penso em voz alta para mim mesmo...
Por quantos séculos habitaremos ainda este planeta?
Por quantos segundos continuarei a sentir essa sensação de abondono?
Por quantas horas ouvirei o lamento do cantor, do poeta, da minha própria alma?
Assisti dia desses o documentário "The U.S. Vs John Lennon". Confesso que ao final me deu uma baita vontade chorar, e muito.
John Lennon foi um artista especial. Dos Beatles foi aquele que teve coragem de pisar em terrenos digamos, não muito confortáveis. Sua verve inventiva foi capaz de gerar situações impensadas, atitudes políticas e sociais de confronto contra o poder constituído, sobretudo quando mudou-se para Nova-Iorque com Yoko Ono.
Quando John foi assassinado, o mundo chorou, ou parte dele. No próximo dia 8 serão exatos trinta anos sem a presença física de John, já que sua música e sua coragem artística continuarão perpétuas enquanto houver injustiça neste planeta.
Clássico dos anos 90 da música alternativa, "The Boy With The Arab Strap" foi também a primeira música do Belle And Sebastian que ouvi na vida. Valeu a pena!
A banda foi rotulada com adjetivos tais como, 'o primor das composições fofas'. Pode até ser, fofos e descolados.
De um jeito, ou, de outro, a banda é presença constante durante as minhas viagens a bordo do meu ipod.
Arnaldo Jabor com sua ironia cínica e corrosiva deu a partida: “Seja um idiota, a idiotice é vital para a felicidade”. Então sejamos idiotas, fechemos nossos olhos, ignoremos pelo menos por alguns instantes a dura realidade cotidiana, se for possível é claro!
Daria para esculhambar muito, escrever sobre acontecimentos bizarros e bárbaros que acontecem no Brasil. Prefiro, no entanto propor um brinde:
Um brinde a nossa capacidade étnica, a nossa coragem invejável, aos nossos devaneios!
Saúde, povo brasileiro!
Trilha Sonora Artista: Legião Urbana Música: Perfeição