"E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena".
Olhou para a TV e franziu a testa, então deu as costas e saiu.
Ganhou às ruas, avistou um taxi e acenou para o chofer.
-Boa noite! Daqui pro Méier por obséquio e, de preferência na manha do gato.
Foi quando o "sobrenatural de Almeida" o visitou antes da meia-noite.
Seus olhos já cansados pelas turbulências da vida olharam de relance para alguém de áurea cintilante, olhar meigo e fixo, sedutor e determinado. Ele não resistiu à tentação:
-Alô... qual o nome da belezura?
Deu para ouvir o silêncio em toda a Guanabara – segundos de intenso suspense...
-Idalina. Ao seu dispor cavalheiro.
Naquele duplo Ás entre a sedução e a fantasia, a cartada final parecia ter hora certa para chegar.
Bebidas e copos sobre a mesa enquanto o sol já queria dizer bom dia.
Saíram da boate entrelaçados pelas mãos, embora soubessem que o jogo estava perto do seu fim.
Deu empate no tempo final de jogo! Mas tal qual um clássico que se preze – aquele não teria sido o encontro derradeiro, os ventos carregavam um perfume diferente pelo ar.
Novidade é seu nome quando acontece de repente.
Em sua roda de amigos as únicas palavras concretas foram: Enfim! Paulo conheceu o amor!
Parece ter encontrado aquilo que nunca teve na vida, um romance.
PS: Sobrenatural de Almeida foi uma expressão cunhada por Nelson Rodrigues em suas crônicas esportivas
Trilha Sonora
Artista: Los Hermanos
Música: Último Romance
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