sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Na Neblina



Da janela observo a neblina.
Densa, esbranquiçada, úmida e voraz
Cinco horas de uma tarde de inverno
Ela chega bem de mansinho
E aos poucos vai caindo sobre nós:

Se houver sol
Será esquecido
Se houver mar
Não será visto
Se houver chão
Então levitaremos

Vamos flutuar sob a neblina?

É como me faz sentir a toada de Suba
Que desapareceu repentinamente
Em meio à neblina
Deixando ao fundo o som
Para que eu pudesse ver
A incorporação da tal:
Neblina.

Um comentário:

Orestes disse...

Sou um dos personagens mais repleto de bondade humana e mais parecido com você (autor do blog) da história do cinema. Faço parte de um dos filmes de Theo Angelopoulos (grande homenageado da mostra de cinema de SP desse ano). Num dos filmes exibidos, "Paisagem na Neblina", sou o protagonista. Sou um artista que vaga pelas ruas da Grécia. Em busca de bondade como a minha. Em busca de afeto. Perdido na neblina. Essa postagem me fez lembrar de mim mesmo e da minha solidão. Fui consumido pela minha própria humanidade exagerada. Onde está Suba? Estou indo viajar e só vejo neblina por todos os lados...Bom final de semana!