Saiu de casa aflita quase se esqueceu da própria bolsa. Percorreu as ruas até encontrar a avenida.
Foi na escadaria do Metrô que uma moça carreando um vistoso arranjo de flores do campo cruzou o seu caminho. Ela sorriu em sua direção e logo prosseguiu rumo a seu destino. Não tardou a chegar, visto que desceu duas estações à frente.
Já era quase hora do almoço, fazia frio e chovia quando adentrou no prédio em estilo Art Déco. Ansiosa apressou seus passos antes que a chuva a encharcasse de vez.
Encontrou alguém a quem chamava de guru. Ele lia cartas e búzios e, dele ouviu o que queria e também previsões menos otimistas.
Após quarenta minutos acenou com a cabeça, sorriu, sacou a carteira e pagou a conta.
Sentia-se bem, porém sabia que sua vida não poderia permanecer por mais tempo pendurada na dependência psicológica de um desconhecido.
Bateu em retirada, refugiou-se na quitanda da esquina enquanto aguardava a chuva passar. Bebeu um refrigerante, fumou um cigarro e concluiu:
Procurava por um santo, mas encontrara apenas um homem comum, e não houve nada de cósmico neste encontro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário