“Hoje o ser humano precisa ter uma experiência autentica na sua vida. E tá faltando isso. A gente pensa só em ter a maldita casa, o maldito carro, os bens, o status, a marca da roupa e, a gente esquece que no fundo tudo isso não é propriedade, é muito provisório.
A minha casa não tem estrada e nem tem luz lá em Parati e, enquanto eu estiver vivo não vai ter, então os meus vizinhos ficam loucos: Imagina precisamos do progresso! Não, progresso tenho eu que não preciso de nada disso. Um dia eu quero ser rico o suficiente pra não precisar ter mais nada, não quero ter mais nada: Nem carro, nem casa, nem fazenda, nem imóveis, e nesse dia eu serei rico”.
Dei uma espiada no SWU versão 2011 que acontece em Paulínia, aqui próximo de São Paulo. No palco esta noite estavam os ‘rapazes’ do Duran Duran... Aqui uma lembrança do que os ingleses deixaram como herança para a música pop.
Come Undone, marota, sinuosa, uma bela balada... O show foi aceitável.
Sou um neurótico assumido, não nego, e isso não escondo de ninguém. Esta sequência de “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (Annie Hall/EUA 1977) é uma das minhas prediletas do Sr. Woody Allen.
Ah! Se a vida fosse assim...
Outro dia tive que esperar em uma fila por quase cinquenta minutos para retirar um documento (passaporte) e à minha frente duas mulheres falavam pelos cotovelos. (Nossa! Jura?)
Papo vai, papo vem, e uma instruía a outra sobre como seria mais fácil tirar o visto americano sem burocracia, pagando uns modestos R$ 750,00 para um tal despachante “fera” indicado pelo pai da mulher língua solta. O despachante era tão bom que sabia disser até que tipo de roupa você deve vestir para conseguir o cobiçado visto. A falante justificou a si própria com a pérola: É caro sim, mas afinal de contas o cara faz tudo por você, ele só não viaja no seu lugar, o resto deixa tudo com ele! Entendeu? (Eita classe média!).
Naquela altura do campeonato eu já não sabia se ria ou chorava. Queria apenas retirar o meu passaporte e cair fora o quanto antes.
É constrangedor perceber o que as pessoas não fazem para ir até Miami sem dor de cabeça, sem precisar falar a verdade no consulado americano. Mentir neste caso é tão natural quanto ir até a padaria comprar uns pãezinhos. É bem a cara do nosso povo que pensa ter algum dinheiro no bolso, os fins sempre justificam os meios e tudo bem. Depois a 'culpa' é só dos governantes, e apenas eles e somente eles são os corruptos nessa história.
Uma era casada (a mais falante), mas não de papel passado e, isso frustraria sua tentativa desesperada de gastar nos States um bocado de reais e fugir um pouco do nosso país, como se alguém lhe impedisse de ir de vez daqui pra qualquer outro lugar. Eu, por exemplo, a mandaria para uma ilha deserta, já que ela mesmo disse que não suportaria a ideia de ficar em uma ilha deserta sem ter nada o que fazer, entenda-se, gastar muito dinheiro, mas bota muito nisso, para tentar compensar suas frustrações. É o marketing da felicidade a qualquer preço, e a felicidade aqui não parece ter outra fisionomia a não ser a de $$$$$$$$.
A ‘coitada’ tinha uma cara de sofrimento tão fake que nem para figuração de velório acho que a pobre ‘mediana’ serviria. A outra, que mais ouvia do que falava, parecia também perceber que aquele papo estava meio tedioso, mas eram amigas de faculdade que não se viam há anos. Bem, o azar foi todo meu é claro.
No fim das contas me lembrei da cena de “Annie Hall” e descobri durante cinquenta minutos como é duro a vida fora da sala escura. Ah! Woody Allen.... Você nos acostumou muito mal...
Mas luminosidade deve existir mesmo lá pelas bandas de Miami!
O disco “O que você quer saber de verdade” mal acabou de chegar às lojas e uma saraivada de criticas já recai sobre Marisa Monte. Acho que temos mais uma...
De fato já faz tempo que Marisa Monte parece ter ligado o piloto automático em sua carreira: bonita, bacana, honesta, mas...
Sempre penso que devemos cobrar de quem pode nos dar mais, neste caso, talento. Penso ainda ser difícil por vezes convencer um artista já consagrado, a arriscar mais numa carreira que flui com tranquilidade, ou seja, sucesso, prestígio e tudo de bom e ruim que essas coisas carregam consigo.
Sabe aquela coisa de que se não faltar comida a pessoa não irá correr atrás? Talvez os grandes talentos às vezes padeçam dessa ‘preguiça’, ou então, errem feio quando resolvem optar pelo comodismo. Mudar pra quê?
É o craque que se acomoda com a fama, as mulheres, o dinheiro fácil e nunca mais volta a bater um bolão. É o piloto de F1 que se contenta sempre com o segundo lugar, ou então, é a cantora que descansa sobre os louros de boas vendas e de uma ótima reputação junto aos fãs, quase sempre passionais, exagerados, que aplaudem até mesmo a flatulência do seu ídolo.
Mas eu não vou perder o meu tempo dizendo que o disco novo de Marisa Monte é chato, insosso e batido. (Iiihhhh já disse)
A cena musical brasileira atravessa mesmo uma fase horrenda, apesar de muitos dizerem o contrário, mas minha impressão ainda é a primeira. Nada, ou quase nada, me comove na atual conjectura musical tupiniquim. Que Pena!
Sim, o vídeo acima é da faixa título do novo disco de Marisa Monte, talvez o melhor e único bom momento do álbum. Quem sabe no próximo Marisa nos traga algo de surpreendente, por hora apenas mais do mesmo.
Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
Carlos Drummond de Andrade
* A palavra gauche (lê-se gôx), de origem francesa, corresponde a "esquerdo" em nosso idioma. Em sentido figurado, o termo pode significar "acanhado", " inepto". Qualifica o ser às avessas, o "torto", aquele que está à margem da realidade circundante e que com ela não consegue se comunicar.
Trilha Sonora Artista: The Carpenters Música: Solitaire
A guitarra do cearense Fernando Catatau deslizando sobre ferro, fogo e água. Solos não usuais, andamentos entrecortados, sonoridade psicodélica... Uma viagem!
Pois ao som das guitarras de Fernando, quase antevejo cenas de faroestes e, daí me recordo de uma frase de Frank Capra, “O filme é uma doença”, poderia acrescentar: música, literatura, artes em geral. Possuído fui ao nascer por essas sensibilidades e, lá vou de volta a Oz mais uma vez...
“Se todos fossem como eu, não precisaria destetar os outros”.
E será que não é isso mesmo?
A hipocrisia comanda a festa, seja pro bem ou pro mal. Não preciso me esconder atrás de fajutas encenações. Enquanto isso vou de Police, é um bom jeito de variar climas.
Ok. Tive um dia chato pra dedéu. Sabe aquela coisa de cuidar de um monte de lata, aquilo que chamamos de carro, (eu odeio a supervalorização dos automóveis/mas amo a beleza que muitos deles nos apresentam pelas ruas e, principalmente nas pistas). Mas enfim, ficar três horas e lá vai pancada esperando pelo conserto de um automóvel é mesmo coisa pra quem é apaixonado pela ‘tranqueira’. Me chame pra tomar uma cerveja, para uma exposição, para o teatro, cinema, para correr no parque, mas não para consertar o carro.
Mas é a vida né! O vídeo do Richard me lembra aquele povo que vai a Vegas passear, e jogar um pouco de suas frustrações anêmicas para fora. Prefiro Paris, Berlim, Londres, arriscar em outras praias me parece mais divertido. Isso mesmo, mas que cara chato!