domingo, 23 de janeiro de 2011

Belas Artes



Às vezes é uma vida inteira que passa lá na tela, e outras tantas presas ali nas cadeiras...

A recente polêmica do fechamento do Cine Belas Artes em São Paulo, traz de novo à tona esta bela cena do cinema.

Não quero julgar o mérito da questão, apenas lembrar que muito de nós viveu momentos inesquecíveis em salas escuras, que na verdade contem um brilho tão intenso que nem percebemos que ali habita certo breu.

A reação da população foi feroz, e com isso o Belas Artes poderá até ser tombado, tomara.

Neste momento Totó ressurge logo ali à minha frente...

Trilha Sonora
Artista: Ennio Morricone
Música: Cinema Paradiso

Um comentário:

Anônimo disse...

duas faces que descobri em duas das salas do belas artes que nunca saem da minha memória e sempre irão resurgir:

1.o belo rosto da atriz francesa irène jacob (vivendo a modelo suiça valentine)no filme da minha vida "trois couleurs:rouge";

2. a hipnotizadora interpretação dessa extraordinária atriz britânica emily watson (na pele da antológica bess mcneill) em "breaking the waves".

lembro que ambos filmes vi em uma retrospectiva realizada em 1997 e depois, totalmente sem rumo, andei pela paulista na esperança de rever um grande amor...naquela época vivia como hoje: uma pena solta no ar que o vento sopra para onde quer...

o autor da postagem é muito feliz ao escolher a última cena de "nuovo cinema paradiso" com essa trilha inesquecível do genial morricone para homenagear o belas artes.

em "cinema paradiso" o diretor giuseppe tornatore faz uma releitura de um dos livros mais ricos da literatura mundial: "odisséia" de homero. na verdade, tornatore fica fixado na trajetória de ulisses e a eterna espera de penélope (na cena do encontro da velha máe com totó, nos trinta minutos finais do filme - aquela mulher tece uma colcha de tricô que se desenrola até o portão daquela casa na sicília). em outra cena, visualmente impressionante, totó ver ao filme "ulisses" projetado à beira do rio à espera da sua amada elena e a chuva cai e elena chega...mas,é como alfredo conta na lenda do jovem que esperou por sua amada, durante 100 dias sob chuva e sol, em frente à sua janela: no 99º dia ele foi embora. mas, por que no último dia ele desistiu? (fica intrigado totó). a resposta o próprio filme e a vida real nos dão.

nossas vidas são de "esperas" (como a de penélope por ulisses) e, na verdade, nunca estamos prontos.

valentine; bess; salvatore (totó), elena, ulisses e penélope se encontraram nessa noite dentro de uma memória que está sempre à espera do seu telêmaco!

que o belas artes possa ser o telêmaco da cidade de são paulo. tanto os cinemas como a cidade merecem!