Às
seis da manhã a noite terminou. Para ele a vida dava o seu último suspiro, sem
nenhuma gloriosa despedida, nem sequer lágrimas de remorso, ou dores por seu
passado de amarguras.
Dias
antes o último adeus. Ciente da proximidade inevitável do fim juntou suas
derradeiras forças para ir de encontro ao seu cofre particular em um renomado
banco.
Resgatou
dele um objeto guardando no bolso direito de seu casaco de couro. Ao chegar em
casa discou para o número desejado e deixou um recado na secretaria eletrônica,
era uma espécie inconsolável de dizer adeus.
Partiu
sem vê-lo, nem mesmo ao longe. Sentiu apenas o perfume cítrico que costumava
inalar quando o encontrava secretamente em noites e dias inesquecíveis.
As
cinco e vinte daquela madrugada pediu ao seu enfermeiro que colocasse a sua
canção predileta no Cd Player instalado propositalmente ao lado de seu leito:
Toque
repetidamente até o raiar do dia, ou até cessar a minha respiração. Foi
enfático, mesmo agonizando, o corpo, a alma, o coração.
And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine
No
silêncio da manhã sobre o móvel do quarto - já vazio - o misterioso objeto: um
porta retrato guardado como troféu, nele a imagem que carregou consigo para a eternidade.
Vitrola: The Smiths – There is a Light That Never Goes
Out
Em
sua parte final o texto toca na ferida da inutilidade em que ferramentas tão
bacanas quanto um blog, o facebook e, outras inovações tecnológicas tornaram-se
em mãos e mentes despreparadas, aliás como ocorre com tudo neste país que
jamais priorizou a educação. Isso tudo me faz recordar uma vez mais daquela
citação de Einstein: (acho que é dele).
"Temo
o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa humanidade. O mundo só terá uma
geração de idiotas".
Pois
bem, esse dia chegou.
E
a vida nunca ‘foi tão de gado’ como nesses dias estranhos, repletos de imbecis
digitais que apenas falam, falam, falam e nunca dizem absolutamente nada.
Hoje
em dia liberdade de expressão é confundida com excesso de palavras vazias, fúteis,
inúteis e sem nenhum proposito além da imbecilidade da busca de quinze segundos
de fama. Os reality shows invadiram as redes sociais, saíram das telas da Tv e
espalharam-se pelo rebanho bovino de mentes e almas obtusas.
Não
contente recorro à outra máxima, essa de origem árabe:
“A
ignorância é vizinha da maldade”. Mesmo tentando ser otimista, não tenho mais nenhuma dúvida sobre a
afirmação.
A
inspiração de Jamie para esta bela canção não deve ter sido muito diferente da
minha em escrever este post, mas ele é um grande artista e sabe expressar
melhor seus sentimentos, suas criticas, suas ideias.
Talvez
eu não fosse tão bonzinho quanto ele...
If I ruled the world,
Every man would be as free as a bird.
Every voice would be a voice to be heard,
take my word we would treasure each day that occurred
Não
creio que eu deixasse certo tipo de gente cantar livremente como os pássaros, desfrutando da natureza, do que é belo e livre. É preciso desprendimento, equilíbrio, e muito amor para ser Dono do mundo e não
cometer injustiças.
Certo
seria que todos os dias pelo menos durante cinco minutos choveria... água
purifica, limpa, refresca, seduz...
Mas
também nasceriam milhões de rosas de todas as cores em todos os canteiros deste
planeta, do mais simples alcançando os jardins dos palácios de reis e
rainhas... as rosas não falam já dizia Cartola, mas elas simplesmente exalam os
perfumes do amor.
Eis
Jamie exaltando a vida, os sonhos, a vida como ela é, e não é.
Há vozes. Há braços. Há poesia na música de Cullum.
The
U.S. vs. John Lennon é um documentário que mostra o lado ativista do casal John
Lennon e Yoko Ono. Nesse documentário existem imagens do músico juntando milhares de
pessoas para protestar contra a Guerra do Vietnã e, ainda uma suposta tentativa
do governo do escroto Richard Nixon de espionar Lennon e calá-lo a qualquer
preço.
O embate do casal Lennon e Yoko contra a Guerra do Vietnã obviamente incomodou
toda a indústria armamentista americana e seus defensores. Aqui fica claro uma coisa: Alguns artistas são apenas artistas, outros transcendem e colocam seus nomes no seleto rol de seres humanos que enxergam para além do vil metal e seu conforto, sua conformação social, lutam por ideias e sonhos que não são apenas seus.
Perto
do final ouve-se a bela “How”, uma canção de Lennon que sempre apreciei, mas só
agora pude compreender o seu real enredo. A morte de John Lennon deixou este
planeta menos sábio, por isso mesmo acho que cada lágrima vertida durante este
ótimo documentário foi válida.
Dia
desses eu me lembrei de trinta anos atrás. E com o passar da vida o passado vai
ficando distante, diferente, romantizado, ou então, ele era mesmo tão
bonito e bacana quanto acreditamos agora perto dos 50?
Saudades!
Saudosismo?
Não
importa. O Abba foi uma das primeiras bandas pop que ouvi na vida com o meu
radinho azul, pequenininho, mas suficiente para me fazer crer que eu adorava
aquilo que dele ecoava durante as manhãs preguiçosas da minha inesquecível infância.
Acho que essa herança irá adiante logo, logo.
Uma
vez ouvi o Bono – vocalista do U2 – dizendo que o Abba era parte importante de
sua formação musical e cultural. Ele tinha razão, fez parte da vida de milhões
de pessoas durante os anos 70 e 80.
Dancing
Queen é um hit perfeito porque é dançante, romântico e harmonioso e, além de
tudo trata-se de uma grande canção pop.
Um
frescor invade o ambiente. Ele, discreto, apenas tenta respirar relaxadamente
antes de ouvir os gritos:
-Saia...
saia daqui agora!
Pressa,
ansiedade, raiva, o que virá a seguir?
Nada
além de um passeio solitário às margens do famoso rio na noite de chuva fina e
frio imenso. O fato é que uma volta para arejar ideias e sem a incomoda
sensação de falta de ar, aquela que sentimos quando tudo está errado e nada
parece fazer sentido, pode ser mais agradável do que o calor aconchegante da cama antiga.
Quando
criança amava ouvir esta canção dos Beatles. Ficava triste, não compreendia
ainda a sua letra, mas eu a achava triste e bela. É curioso como algumas fagulhas
nunca se apagam e jamais deixam de acompanhar-nos pelos caminhos deste mundo.
Sabe
aquele dia em que você acorda sorrindo sem motivo? Talvez hoje tenha sido este
dia e, acredite hoje é domingo e não tem lasanha!
O
cardápio foi churrasco na casa da irmã, aquelas reuniões em família, uma
delicia porque todo mundo fala bem e mal de todo mundo e no final do dia é
beijinho pra cá e beijinho pra lá, afinal é como diziam os Titãs:
Família
êh! Família ah!
Família!
oh! êh! êh! êh!
Família
êh! Família ah!
Família!
hiá! hiá! hiá!...
E
agora no fim do dia ao som dos escoceses fofinhos do Belle & Sebastian sonhando
com uma sopinha cremosa francesa pra combinar com o friozinho do verão
paulistano.
Pensando
bem acho que isso é felicidade dominical!
Vitrola:
belle & sebastian - we are the sleepyheads
Lembranças
da infância, direto do passado surge em minha memoria à série televisiva “The
Partridge Family” ou A Família Do-Re-Mi.
A sitcom narrava o dia-a-dia de uma
família composta por uma mãe viúva e seus cinco filhos vivendo na cidade de San
Pueblo, uma fictícia cidade da Califórnia.Inicialmente o programa teve uma vaga
inspiração no grupo The Cowsillis, uma banda familiar real dos anos 60. Houve
até um contato com os membros da banda, mas as negociações não foram adiante,
porque a mãe do grupo teria de ficar fora, pois a atriz Shirley Jones já havia
sido contratada para interpretar a mãe da família dos músicos.
A
série foi apresentada originalmente nos Estados Unidos, pela rede ABC, entre 25
de setembro de 1970 a 23 de março de 1974, num total de 96 episódios, de
aproximadamente 30 minutos cada, em quatro temporadas. No Brasil foi exibido
pela Rede Globo onde fez um enorme sucesso e é lembrado até os dias de hoje.
-O
ser humano que viverá 150 anos já está entre nós!
Ok.
Um viva para a nanociência, outro para a nanotecnologia e um outro ainda para aquela
categoria de noticia que adora fazer as nossas mentes ‘nanarem’ literalmente: A
‘Nano falácia’!
Obviamente
eles não informaram as massas ligadas na telinha que isso não será disponível para
todo ‘bichinho de orelha’, pois faz parte do projeto dar esperança a todos, a
todos mesmos, para no frigir dos ovos apenas os poucos gatos pingados de sempre
usufruírem das benesses do sistema. Afinal de contas esse é o espirito deste
mundo, cada vez mais engraçado e divertido (só para não dizer o contrário).
No
decorrer da matéria, algum cientista guru da seita ‘otimistas sem fronteiras’
avisa que é provável que o ser humano possa viver eternamente.
Então
baseado nessas premissas ‘neoteconologicascientificas’ proponho um exercício de
imaginação em direção ao nosso próprio futuro de ‘velhinhos’ da idade imortal:
Teremos
monitores medicinais de última geração superpotentes ‘vigiando’ a nossa saúde
24 horas por dia, além de robozinhos que dentro de nós impedirão entre outras
coisas o surgimento do câncer.
Se
isso será possível contra doenças maiúsculas, imaginem então como será trivial
controlar e impedir coisas do tipo: Sabe aquela unha encravada? Já era! E aquela
dor nas costas? Humm... já era! Ou então aquela gota, aquela dorzinha de cabeça
do final da tarde de toda segunda-feira? Nunca mais é claro! Já pensou que
legal não ter mais que comprar remédio na farmácia ali da esquina e,
principalmente ir bem menos ao médico e ao hospital para aquela bateria de
exames intermináveis?
Até
os vasos sanitários serão equipados para dar uma mãozinha na nossa saúde, ou
seja, nem mesmo naquela hora sagrada do cotidiano teremos descanso do tal dedo
duro tecnológico! Que praga heim!
Pois
é, apenas fico pensando no que nós futuros aposentados do futuro iminente da
humanidade faremos para nos divertir sem doenças, sem visitas às farmácias, aos
hospitais e médicos de nossa estimação e, ainda considerando que essa noticia
seja mesmo verdadeira o que faremos na nossa velhice se nem mais os nossos
amigos irão morrer.
Já
pensou nisso: velhice sem direito a uma despedida daquele querido amigo que ‘infelizmente’
não teve a mesma sorte que você e partiu dessa pra melhor?
Xiii.....
é o fim da indústria da morte! Adeus caixões, coroas de flores, vagas em condomínios
de cemitérios, crematórios e todo e qualquer ritual ligado a morte. Seria a
morte da morte! Estranho né?
Ainda
bem que eu não estarei mais por aqui para viver neste mundinho sem graça, sem
riscos, sem doença, sem preocupações estressantes com o futuro, etc e tal.
Bem... neste caso e em outros da atual vida
coxinha terráquea, cada vez me convenço mais de que Albert Einstein foi mesmo
um gênio da raça:
-"Temo
o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa humanidade. O mundo só terá uma
geração de idiotas".
Ou
ainda, “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que
respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta”.
Depois
dessa nada mais me resta do que ouvir a baladinha funk que fala da tal Joanna! Fui!