terça-feira, 29 de janeiro de 2013

As Luzes do Amanhecer



Às seis da manhã a noite terminou. Para ele a vida dava o seu último suspiro, sem nenhuma gloriosa despedida, nem sequer lágrimas de remorso, ou dores por seu passado de amarguras.

Dias antes o último adeus. Ciente da proximidade inevitável do fim juntou suas derradeiras forças para ir de encontro ao seu cofre particular em um renomado banco.

Resgatou dele um objeto guardando no bolso direito de seu casaco de couro. Ao chegar em casa discou para o número desejado e deixou um recado na secretaria eletrônica, era uma espécie inconsolável de dizer adeus.

Partiu sem vê-lo, nem mesmo ao longe. Sentiu apenas o perfume cítrico que costumava inalar quando o encontrava secretamente em noites e dias inesquecíveis.

As cinco e vinte daquela madrugada pediu ao seu enfermeiro que colocasse a sua canção predileta no Cd Player instalado propositalmente ao lado de seu leito:

Toque repetidamente até o raiar do dia, ou até cessar a minha respiração. Foi enfático, mesmo agonizando, o corpo, a alma, o coração.

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine

No silêncio da manhã sobre o móvel do quarto - já vazio - o misterioso objeto: um porta retrato guardado como troféu, nele a imagem que carregou consigo para a eternidade.

Vitrola: The Smiths – There is a Light That Never Goes Out

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Gado na Rede



Sobre a tragédia, o assassinato de jovens ontem em Santa Maria (RS), li muito sobre o ocorrido. Recomendo o lúcido texto do jornalista Flávio Gomes em seu blog: http://flaviogomes.warmup.com.br/2013/01/cinismo-e-inutilidade/

Em sua parte final o texto toca na ferida da inutilidade em que ferramentas tão bacanas quanto um blog, o facebook e, outras inovações tecnológicas tornaram-se em mãos e mentes despreparadas, aliás como ocorre com tudo neste país que jamais priorizou a educação. Isso tudo me faz recordar uma vez mais daquela citação de Einstein: (acho que é dele). 

"Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa humanidade. O mundo só terá uma geração de idiotas".

Pois bem, esse dia chegou.

E a vida nunca ‘foi tão de gado’ como nesses dias estranhos, repletos de imbecis digitais que apenas falam, falam, falam e nunca dizem absolutamente nada.
Hoje em dia liberdade de expressão é confundida com excesso de palavras vazias, fúteis, inúteis e sem nenhum proposito além da imbecilidade da busca de quinze segundos de fama. Os reality shows invadiram as redes sociais, saíram das telas da Tv e espalharam-se pelo rebanho bovino de mentes e almas obtusas.

Não contente recorro à outra máxima, essa de origem árabe:

“A ignorância é vizinha da maldade”. Mesmo tentando ser otimista, não tenho mais nenhuma dúvida sobre a afirmação.

Vitrola: Cássia Eller – Admirável gado novo

domingo, 27 de janeiro de 2013

Neblina e Garoa



Numa tarde típica de inverno (mesmo sendo verão) me sai da cachola esta lembrança cinematográfica...

John Travolta e Cynthia Rhodes do obscuro “Staying Alive” (1983) direção de Sylvester Stallone.

Parece perfeito para um dia triste...

Vitrola: Cynthia Rhodes-Finding Out the Hard Way

sábado, 26 de janeiro de 2013

E Se...



Eu se eu dominasse por um dia este mundo?
O que eu faria?

A inspiração de Jamie para esta bela canção não deve ter sido muito diferente da minha em escrever este post, mas ele é um grande artista e sabe expressar melhor seus sentimentos, suas criticas, suas ideias.

Talvez eu não fosse tão bonzinho quanto ele...

If I ruled the world,
Every man would be as free as a bird.
Every voice would be a voice to be heard,
take my word we would treasure each day that occurred

Não creio que eu deixasse certo tipo de gente cantar livremente como os pássaros, desfrutando da natureza, do que é belo e livre. É preciso desprendimento, equilíbrio, e muito amor para ser Dono do mundo e não cometer injustiças.

Certo seria que todos os dias pelo menos durante cinco minutos choveria... água purifica, limpa, refresca, seduz...

Mas também nasceriam milhões de rosas de todas as cores em todos os canteiros deste planeta, do mais simples alcançando os jardins dos palácios de reis e rainhas... as rosas não falam já dizia Cartola, mas elas simplesmente exalam os perfumes do amor.

Eis Jamie exaltando a vida, os sonhos, a vida como ela é, e não é.

Há vozes. Há braços. Há poesia na música de Cullum.

Vitrola: Jamie Cullum - If I Ruled The World

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

How



The U.S. vs. John Lennon é um documentário que mostra o lado ativista do casal John Lennon e Yoko Ono. Nesse documentário existem imagens do músico juntando milhares de pessoas para protestar contra a Guerra do Vietnã e, ainda uma suposta tentativa do governo do escroto Richard Nixon de espionar Lennon e calá-lo a qualquer preço. 

O embate do casal Lennon e Yoko contra a Guerra do Vietnã obviamente incomodou toda a indústria armamentista americana e seus defensores. Aqui fica claro uma coisa: Alguns artistas são apenas artistas, outros transcendem e colocam seus nomes no seleto rol de seres humanos que enxergam para além do vil metal e seu conforto, sua conformação social, lutam por ideias e sonhos que não são apenas seus.   

Perto do final ouve-se a bela “How”, uma canção de Lennon que sempre apreciei, mas só agora pude compreender o seu real enredo. A morte de John Lennon deixou este planeta menos sábio, por isso mesmo acho que cada lágrima vertida durante este ótimo documentário foi válida.

Como posso ir para frente quando não sei
Para qual lado estou virado?
Como posso ir para frente quando eu
Não sei para qual lado virar?
Como posso ir para frente adentrando em algo
Do qual não estou certo?

Como posso ter sentimentos quando eu não sei
Se são sentimentos?
Como posso sentir qualquer coisa se
Eu não sei como sentir?
Como posso ter sentimentos quando
Meus sentimentos sempre me foram negados?

Você sabe a vida pode ser longa
e você tem que ser tão forte
e o mundo é tão difícil
às vezes sinto que já tive o bastante.

Como posso dar amor quando eu não
sei o que é que estou dando?
Como posso dar amor quando eu
simplesmente não sei como dar?
Como posso dar amor quando amor é algo
que eu jamais tive?

Você sabe a vida pode ser longa
e você tem que ser tão forte
e o mundo é tão difícil
às vezes sinto que já tive o bastante.

Como nós podemos ir em frente quando nós
não sabemos para que caminho estamos indo?
Como nós podemos ir em frente quando
nós não sabemos que caminho seguir?
Como nós podemos ir em frente adentro
em algo que nós não temos certeza?

Vitrola: JOHN LENNON - HOW?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Desfecho



Em mais uma tarde de tédio
eu encontrei uma canção
que falava de ódio, amor inverso
magoas e culpas
e a sombra seria a única coisa
que alguém ofertaria
feito um brinde
ao desprezo
ao esquecimento...

Achei tão triste a frase no final:

I'd go with you if you asked me to
But we wouldn't get too far
Two strangers in the dark

Talvez um desfecho cruelmente
Melancólico.

Vitrola: Wild Nothing - Shadow

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Não Sei



O que eu preciso?
O que você precisa?
Do que nós precisamos?

não sei não... sabe?

Eu vou é descansar o meu coração...

Vitrola: Los Hermanos – Pois é

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Há Trinta Anos...



Dia desses eu me lembrei de trinta anos atrás. E com o passar da vida o passado vai ficando distante, diferente, romantizado, ou então, ele era mesmo tão bonito e bacana quanto acreditamos agora perto dos 50?

Saudades!
Saudosismo?

Não importa. O Abba foi uma das primeiras bandas pop que ouvi na vida com o meu radinho azul, pequenininho, mas suficiente para me fazer crer que eu adorava aquilo que dele ecoava durante as manhãs preguiçosas da minha inesquecível infância. Acho que essa herança irá adiante logo, logo.

Uma vez ouvi o Bono – vocalista do U2 – dizendo que o Abba era parte importante de sua formação musical e cultural. Ele tinha razão, fez parte da vida de milhões de pessoas durante os anos 70 e 80.

Dancing Queen é um hit perfeito porque é dançante, romântico e harmonioso e, além de tudo trata-se de uma grande canção pop.

Vitrola: Abba – Dancing Queen

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ao Raiar do Dia



“Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim”...

Um frescor invade o ambiente. Ele, discreto, apenas tenta respirar relaxadamente antes de ouvir os gritos:

-Saia... saia daqui agora!

Pressa, ansiedade, raiva, o que virá a seguir?

Nada além de um passeio solitário às margens do famoso rio na noite de chuva fina e frio imenso. O fato é que uma volta para arejar ideias e sem a incomoda sensação de falta de ar, aquela que sentimos quando tudo está errado e nada parece fazer sentido, pode ser mais agradável do que o calor aconchegante da cama antiga.

E foi assim... até a aurora do passo seguinte.

Vitrola: Kid Abelha – Nada Tanto Assim

domingo, 20 de janeiro de 2013

Fagulhas



Quando criança amava ouvir esta canção dos Beatles. Ficava triste, não compreendia ainda a sua letra, mas eu a achava triste e bela. É curioso como algumas fagulhas nunca se apagam e jamais deixam de acompanhar-nos pelos caminhos deste mundo.

Até mesmo os mais sinuosos...

“But still they lead me back
To the long winding road”.

Vitrola: Zizi Possi - The Long and Winding Road.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Hide in Your Shell



Vamos lá!

Às vezes eu me pareço uma concha
fechado para o mundo
e lutando para que ele não me magoe
ainda mais do que já fez até então.

Às vezes
quase sempre
eu a concha
finjo não enxergar
aquelas luzes que piscam e lampejam
a me dizer:

-venha pra cá e tente ser feliz!

Vou ser daqueles que participa do concurso dos velhinhos
contando ‘vantagem’ em cada senão,
mas enquanto eu choro
alguém está vendendo lenços
e Roger arpejando sua lamuria sonora.

Vitrola: Roger Hodgson – Hide in Your Shell

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Canção de Ninar



Um amante à moda antiga…

Eis Freddie cantando a doce canção lá pela metade dos anos 70...

I can dim the lights
And sing you songs full of sad things
We can do the tango just for two
I can serenade and gently play
On your heart strings
Be your valentino just for you

Bela e encantadora!
Alguém deseja cantar pra eu ninar?

Vitrola: Queen – Good Old Fashioned Lover Boy

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

LUA ADVERSA



Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles

Vitrola: Spirit – Taurus

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Roads



Deus sabe como eu adoro a vida.
quando o vento gira sobre as costas
encontra-se um outro dia
eu não posso pedir por mais...

Essa bem que poderia ser a minha prece matinal, pois eleva o espírito acalma a alma e, além do mais, faz com que eu veja outras planícies.

Beth a sua voz é uma dádiva divina!

Vitrola: Portishead - Roads

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

I'm Your Puppet



Na tela grande a saga de um cara com seu charme desajeitado que de repente apaixona-se pela garota que vai se casar...

Eu apenas lembro que naqueles dias chuvosos e excitantes

“I’m Your Puppet” soava em meus ouvidos como um clássico perdido, e lá no escuro do cinema talvez eu perguntasse em silêncio à minha mente:

-Cadê você?

Vitrola: Dan Penn & Spooner Oldham - I'm Your Puppet

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Someone



Eu quero alguém para amar...
alguém que coloque na minha vitrola
Sarah Vaughan exalando Misty
naquelas manhãs de tédio cinza
me lembrando que lá fora 
o azul me aguarda
com um abraço de amor.

Vitrola: Corinne Bailey Rae - I'd Do It All Again

domingo, 13 de janeiro de 2013

Fim de Domingo



Sabe aquele dia em que você acorda sorrindo sem motivo? Talvez hoje tenha sido este dia e, acredite hoje é domingo e não tem lasanha!

O cardápio foi churrasco na casa da irmã, aquelas reuniões em família, uma delicia porque todo mundo fala bem e mal de todo mundo e no final do dia é beijinho pra cá e beijinho pra lá, afinal é como diziam os Titãs:

Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família! hiá! hiá! hiá!...

E agora no fim do dia ao som dos escoceses fofinhos do Belle & Sebastian sonhando com uma sopinha cremosa francesa pra combinar com o friozinho do verão paulistano.

Pensando bem acho que isso é felicidade dominical!

Vitrola: belle & sebastian - we are the sleepyheads

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Do-Re-Mi



Lembranças da infância, direto do passado surge em minha memoria à série televisiva “The Partridge Family” ou A Família Do-Re-Mi. 

A sitcom narrava o dia-a-dia de uma família composta por uma mãe viúva e seus cinco filhos vivendo na cidade de San Pueblo, uma fictícia cidade da Califórnia.Inicialmente o programa teve uma vaga inspiração no grupo The Cowsillis, uma banda familiar real dos anos 60. Houve até um contato com os membros da banda, mas as negociações não foram adiante, porque a mãe do grupo teria de ficar fora, pois a atriz Shirley Jones já havia sido contratada para interpretar a mãe da família dos músicos.

A série foi apresentada originalmente nos Estados Unidos, pela rede ABC, entre 25 de setembro de 1970 a 23 de março de 1974, num total de 96 episódios, de aproximadamente 30 minutos cada, em quatro temporadas. No Brasil foi exibido pela Rede Globo onde fez um enorme sucesso e é lembrado até os dias de hoje.

Parece que foi ontem... (menos né!). 

A Família Dó Ré Mi - Abertura

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Amanheceu Folk



Acontece que hoje
amanheceu folk
e eu não avistei o céu
sendo assim
me veio à mente você
e seus poemas franceses.

Haverá ainda um dia de samba em minha vida?

Vitrola: Gustavo Cabeza - Stubborn

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Alison



Eu não sou Elvis
Presley
nem Costello,
mas quando me sinto assim
solitário numa dessas tardes chuvosas de verão
pego a guitarra
e solto as feras:

-“Qual é a graça de paz, amor e compromisso?”

Mas se você fosse aquela garota
que sentou ao meu lado naquela viagem
e não parou de falar, falar, tagarelar
eu apenas lhe diria:

Alison,
Este mundo está mesmo acabando com você...
com a gente.

Eu nunca beijei uma garota de nome Alison
será que ainda beijarei?

Vitrola: ELVIS COSTELLO – Alison

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Shine



Eu andei pelas ruas
investigando o nosso destino
flertando com pequenos detalhes
com a sutil pureza das crianças
ou tremendo ao olhar o céu majestoso de estrelas
que me lembraram você...

Foi então que tateando no escuro
em busca de abrigo
achei incertezas ainda mais obscuras
e aquela antiga sensação de fobia,

eu tenho medo de quase tudo
enquanto você é tão corajosa!

Aceleramos tudo na vã ilusão
que o tempo era o nosso prisioneiro
e que a vida não passava de um joguete de cartas marcadas
tristezas, perdas, sufocos, amores e desencontros
até o dia em que algo aconteceu:
de repente as coisas encaixam-se misteriosamente
não é mágica, nem milagres,
o tempo continua seu fluxo continuo
o rio segue a corredeira
mas nossos olhos passam a acreditar  
naquele pequenino feixe de luz
que bate à janela
a cada alvorecer.

Vitrola: Keane - She Has No Time

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A Eternidade da nanotecnologia e suas consequências



Na Tv os apresentadores sorridentes avisam:

-O ser humano que viverá 150 anos já está entre nós!

Ok. Um viva para a nanociência, outro para a nanotecnologia e um outro ainda para aquela categoria de noticia que adora fazer as nossas mentes ‘nanarem’ literalmente: A ‘Nano falácia’!

Obviamente eles não informaram as massas ligadas na telinha que isso não será disponível para todo ‘bichinho de orelha’, pois faz parte do projeto dar esperança a todos, a todos mesmos, para no frigir dos ovos apenas os poucos gatos pingados de sempre usufruírem das benesses do sistema. Afinal de contas esse é o espirito deste mundo, cada vez mais engraçado e divertido (só para não dizer o contrário).

No decorrer da matéria, algum cientista guru da seita ‘otimistas sem fronteiras’ avisa que é provável que o ser humano possa viver eternamente.

Então baseado nessas premissas ‘neoteconologicascientificas’ proponho um exercício de imaginação em direção ao nosso próprio futuro de ‘velhinhos’ da idade imortal:

Teremos monitores medicinais de última geração superpotentes ‘vigiando’ a nossa saúde 24 horas por dia, além de robozinhos que dentro de nós impedirão entre outras coisas o surgimento do câncer.
Se isso será possível contra doenças maiúsculas, imaginem então como será trivial controlar e impedir coisas do tipo: Sabe aquela unha encravada? Já era! E aquela dor nas costas? Humm... já era! Ou então aquela gota, aquela dorzinha de cabeça do final da tarde de toda segunda-feira? Nunca mais é claro! Já pensou que legal não ter mais que comprar remédio na farmácia ali da esquina e, principalmente ir bem menos ao médico e ao hospital para aquela bateria de exames intermináveis?

Até os vasos sanitários serão equipados para dar uma mãozinha na nossa saúde, ou seja, nem mesmo naquela hora sagrada do cotidiano teremos descanso do tal dedo duro tecnológico! Que praga heim!

Pois é, apenas fico pensando no que nós futuros aposentados do futuro iminente da humanidade faremos para nos divertir sem doenças, sem visitas às farmácias, aos hospitais e médicos de nossa estimação e, ainda considerando que essa noticia seja mesmo verdadeira o que faremos na nossa velhice se nem mais os nossos amigos irão morrer.

Já pensou nisso: velhice sem direito a uma despedida daquele querido amigo que ‘infelizmente’ não teve a mesma sorte que você e partiu dessa pra melhor?

Xiii..... é o fim da indústria da morte! Adeus caixões, coroas de flores, vagas em condomínios de cemitérios, crematórios e todo e qualquer ritual ligado a morte. Seria a morte da morte! Estranho né?

Ainda bem que eu não estarei mais por aqui para viver neste mundinho sem graça, sem riscos, sem doença, sem preocupações estressantes com o futuro, etc e tal.

Bem... neste caso e em outros da atual vida coxinha terráquea, cada vez me convenço mais de que Albert Einstein foi mesmo um gênio da raça:

- "Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à nossa humanidade. O mundo só terá uma geração de idiotas".

Ou ainda, “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta”.

Depois dessa nada mais me resta do que ouvir a baladinha funk que fala da tal Joanna! Fui!

Vitrola: Kool and the Gang - Joanna

domingo, 6 de janeiro de 2013

Não Fosse Isso



não fosse isso
e era menos
não fosse tanto
e era quase

Paulo Leminski

Vitrola: Glenn Miler – Moonlight Serenade