terça-feira, 4 de setembro de 2012

Jonathas Dylan



Hoje amanheci Dylan, de corpo e alma, Bob Dylan. Provavelmente o músico mais importante do século 20 por sua influência ainda hoje no cenário do que chamamos música pop. Mas o que seria da tal música popular contemporânea sem a existência de Bob Dylan?

Bem... difícil imaginar, mas com certeza os Beatles não teriam uma segunda metade do seu trabalho tão relevante quanto tiveram depois de compreenderem a essência visceral da obra de Dylan, isso é o mínimo que posso dizer.  

Like a Rolling Stone foi lançada em 1965 no álbum “Highway 61 Revisited”, é a canção onde Dylan consegue traduzir muito de sua inquietação artística, deixa fluir toda sua inadequação ao mundo.

Dylan nasceu em Duluth  e cresceu em Hibbing, ambos no estado de Minnesota, e desde cedo percebeu que ali nada, absolutamente nada o agradava. Foi assim que intuitivamente começou a buscar seu lugar neste mundo de deus, e um dia depois de muitas idas e vindas chegou à Nova Iorque. Seus passos foram constantes na busca por espaço para expressar sua visão sobre o que via cotidianamente nos Estados Unidos e no mundo.  

Woody Guthrie, um artista esquecido que usava um violão com a inscrição “Esta máquina mata fascistas” foi a maior inspiração de Dylan em sua carreira e vida. O fato de encontrar Woody internado em um manicômio acentuou ainda mais seus questionamentos sobre o que era normal, certo ou errado na sociedade consumista, elitista e preconceituosa da América branca do século 20.  

Há um ponto que me agrada muito neste artista: sua indagação sobre qual o beneficio que um artista “alegre” traz para a vida real? 

Entenda-se aqui que o alegre sem critérios, sem questionamentos, onde tudo parece maravilhoso sempre – beira a idiotização, a alienação completa do real, logo, esse artista sem critérios não pode ir além da falta de compromisso e, por isso mesmo que Ivetes, Claudinhas, Luans e etc fazem tanto sucesso neste estágio da sociedade da informação e da falta de conhecimento. Pensar é tudo que a maioria das pessoas não quer fazer hoje em dia quando estão fora de suas jornadas trabalhistas, então “ocupam” suas mentes com o nada, aliás ninguém pode no mundo atual ficar sem fazer nada, o ócio virou crime, e pensar na própria vida idem... Você precisa de entretenimento... é a mensagem constante nos meios de comunicação, redes socias e o escambau a quatro. 
  
Por essas e outras hoje e sempre eu sou Bob Dylan, sem me esconder, deixando mesmo que muitas pessoas me achem chato, emburrado, sei lá  o quê! ah! não sou nada disso, apenas não estou aqui a passeio... 

Jonathas Dylan prazer... ao seu dispor!

Vitrola: Boby Dylan – Like Rolling Stone

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