Era um poeta urbano que
adorava criar sobre os sentimentos simples dessa nossa vida que a cada dia fica
mais rápida e nervosa, e às vezes sem graça nenhuma.
Cazuza o meu dia não seria o
mesmo sem a sua poesia, e tem gente que enxerga um otimismo idiota e retardado
na arte critica de reflexão, é a maldita mania de da autojuda, tem gente que vê
a Ana Maria Braga em tudo...
Hoje eu sou Oskar Schell,
Tenho 9 anos de idade
Amo meu pai, não reparo muito na minha mãe
Estou em uma jornada atrás de um enigma
Existe a chave
Existe o caminho
Existem fantasmas
Existe o medo.
Veio à dor
A saudade
A revolta
E a grande busca.
Então conheci muitas pessoas
Diversas cores e dores
Descobri que o mundo é mesmo
Uma expedição
Não achei a fechadura
Mas encontrei consolo
Na aventura mais humana de todas,
O amor.
Trilha Sonora Artista: Erik Satie Música: Gymnopedie No. 1
A
fotografia de Anton Corbijn é que mais me chama a atenção neste videoclipe do
U2. Belíssima! O preto e branco seduzem meus olhos.
Seguindo
estrada afora em direção a uma Ilha, seria Lost? Acho que não. Levar sonhos
para mim é uma missão, difícil, ainda mais porque às vezes o meu mau humor é
latente, mas de repente algumas mágicas acontecem e isso muda tudo, mesmo!
Chico
Anysio morreu na tarde desta sexta-feira (23) no Rio de Janeiro, aos 80 anos. Estamos
ficando órfãos da pequena e seleta galeria de gênios deste país. Chico Anysio foi,
sobretudo alguém autentico, corajoso, irrequieto, um artista da estirpe dos
dragões, pessoas que falam o que pensam e sustentam suas ideias até o final
custe o que custar.
É
curioso olhar a Fênix Prateada cobrindo o fato – a morte de Chico Anysio. Num
país sem memória deve ser fácil para os paus mandados da diretoria global
pensar que todos serviçais brasileiros são iguais. Pessoas chatas em geral
possuem uma memória prodigiosa, ou no mínimo atenta.
Durante
praticamente toda a primeira década de 2000 a Rede Globo deixou Chico na
geladeira, principalmente por suas criticas a própria emissora, como se ele não
pudesse colocar o dedo nas feridas da emissora, logo ele, um dos fundadores da
TV brasileira.
Em
2000 em uma entrevista concedida a Revista Istoé Chico disparou sua
metralhadora na direção da então diretora global Marluce Dias da Silva:
“A
doutora Marluce me trata bem, é muito delicada comigo. Profissionalmente, acho
que não gosta do meu trabalho. Talvez me considere superado. Tenho consciência
do meu talento, do meu valor”, disse Chico à revista. A globo não pensava o mesmo, azar deles.
Posteriormente
criticou com propriedade a contratação a peso de ouro da emissora carioca de
nomes insossos da TV como Serginho Groisman, Luciano Huck e Ana Maria Braga.
Todos plenamente dispensáveis de qualquer grade de programação de uma televisão
que valorize a inteligência e a educação enquanto valores universais.
A
genialidade do cearense da pequena Maranguape no Ceará foi fazer-nos rir de
nossas próprias mazelas e desgraças. Com seus 209 personagens (filhos que
ganharam vida própria) Chico nos fez rir dos absurdos, da pilantragem, da arrogância,
e da falta de caráter dos nossos políticos. Nos fez rir também da soberba e
vaidade dos artistas da nossa televisão, das personas que utilizam a religião
para explorar ao próximo, e criou até um personagem “sério” que não nos fazia
rir e sim refletir - o Profeta (vídeo acima).
Não
é exagero dizer que quando olhávamos para as personagens criadas por Chico
Anysio enxergávamos a nós próprios, o Brasil.
Todos
fomos algum dia ou ainda seremos Salomé, Bozó, Bento Carneiro, Pantaleão,
Alberto Roberto, Coalhada, Washington, Urubulino, Véio Zuza, Roberval Taylor,
Professor Raimundo, Nazareno, Justo Veríssimo, Nicanor, Linguinha, Painho, e
fomos também seus alunos na Escolinha do Professor Raimundo.
Aproveite
a vida!
Sem dúvida Chico sabia bem o que isso representava. E agora saberemos na
dolorida prática como este país vive perigosamente a ausência de artistas completos e generosos,
quanto mais de genialidades universais como o querido e insuperável Francisco
Anysio de Oliveira Paula Filho.
O Céu está gargalhando de nós brasileiros. Obrigado Chico Anysio!
• Talharim de queijo gorgonzola e creme de Folidol CE 60
Sobremesa
• Pudim de Arsênico
• Bolo trufado de Níquel e Chocolate
Se depois de comer isso tudo você ainda resistir, então você está pronto para assistir qualquer entrevista do “emérito” empresário Eike Batista.
Pedindo uma ligeira licença poética ao caro Humberto:
“Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada.
Fidel, Eike e Sarney tiram sarro de você que não faz nada.
Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada”.
Então só me resta o singelo mantra:
Tudo bem, até pode ser que os dragões sejam moinhos de vento tudo bem, seja o que for seja por amor às causas perdidas por amor às causas perdidas...
Um temporal antes, a devoção depois. Os corações foram acessos pela poesia catártica do inglês que preferiu se refugiar em São Francisco na Califórnia, e assim viver distante da família real britânica.
Era domingo, a igreja estava tomada e os fieis compareceram em grande número. Tudo quase perfeito apesar de muita coisa estar fora de seu devido lugar, afinal o show é no Brasil, o eterno país do improviso.
Na abertura vários vídeos de artistas que inspiraram o anfitrião da noite. Então às 21h04 o cara pisa o palco vestindo jeans e uma camisa bege de colarinhos grandes: Delírio!
Um show de Morrissey em pleno domingo à noite faz realmente você lembrar de algum ritual religioso. O telão não funcionou, o som era deficiente, não havia ar-condicionado, a acústica do local era péssima, mas e daí? O cara lá na frente cantando era Steven Patrick Morrissey, 52, em plena forma física e artística.
Não custou para que todos estivessem cantando os hinos do “reverendo” Mozz. O show é simples esteticamente, e isso não quer dizer que o cenário seja feio, muito pelo contrário. Em tempos de mega shows aqui e ali, onde quase sempre a música é relevada a terceira importância, Morrissey destoa. O que importa é cantar suas músicas deixando o foco ao que no final das contas mais interessa:
First Of The Gang To Die, You Have Killed Me, Black Cloud e When Last I Spoke To Carol. As inevitáveis Everyday Is Like Sunday, Speedway, You're The One For Me, Fatty.
Os sucessos inesquecíveis dos Smiths, o turbilhão emocional de I Know It's Over, How Soon Is Now?, o hino de amor da juventude ‘perdida’ dos anos 80– There Is A Light That Never Goes Out, cantada em coro pela plateia, e mais no final a delicadeza comovente de Please, Please, Please Let Me Get What I Want.
Depois de 1 hora e meia Mozz disse adeus ao som de One day goodbye will be farewell,
Always be careful
when you abuse the one you love
The hour or the day no one can tell
But one day "goodbye" will be "farewell"
And you will never see
the one you love again
You will never see
the one you love again
E tomara que essas palavras não sejam uma profecia de Mozz e que logo ele retorne por essas bandas, para mais uma vez salvar nossas vidas, pelo menos por um domingo no ano.
Depois do show não teve jeito, nada de carne, apenas uma salada antes de dormir.
Trilha Sonora
Artista: Morrissey
Música: Please, Please, Please, Let Me Get What I Want
Astral lá em cima. É domingo, não está aquele sol dos infernos lá fora (graças a Deus), e o outono está cada vez mais perto. Hoje tem Morrissey em São Paulo, isso se a quota de ingressos para vegetarianos for toda vendida é claro (rsrsrs).
Este som é de uma trupe inglesa que gosta de mesclar musica eletrônica, indie rock e hip hop entre outras experimentações. E que a semana seja ótima, apesar de viver no Brasil – o país onde ninguém pode falar mal de nada, já que a natureza é prodiga, as pessoas são “alegres”, e tudo é divino e maravilhoso....
Pois é, quinta-feira pode quem sabe ser um dia bom! E assim vou olhando a paisagem simples que beira a ferrovia, a mesma sensação de vinte anos atrás, o mesmo cheiro, a mesma nota, e tantas outras histórias para contar.