“Eu era um garoto de 20 anos que nada sabia de nada. Mas que chorou ao ouvir “Love of my Life”. Talvez eu soubesse de tudo”.
Flávio Gomes (Jornalista)
A frase resume bem a fragilidade humana, aquela mesma que fazemos tanta questão de esconder por quase uma vida inteira.
O ano era 1985. O cenário um imenso terreno em Jacarepaguá na cidade maravilhosa. O Rock in Rio completou 25 anos e parece que foi ontem. Eu tinha os meus 15, era apenas um pirralho. Não fui ao evento produzido pelo publicitário Roberto Medina. Uma pena, pois queria muito ter me juntado aquela multidão sedenta por novas descobertas, em busca de sonhos, muita música e, experiências.
Passados um quarto de século não é difícil perceber que nosso mundo continua alimentando uma cultura obcecada pela juventude.
Gostaria de chegar aos cem anos para olhar à frente e ter certeza que o novo é sempre antigo. Carmen Herrera, 94 anos, é uma artista cubana-americana que pinta quadros desde a década de 1930, mas só conseguiu vender o seu primeiro quadro recentemente, em 2004.
Ora, é preferível estar aberto ao tempo a trancafiar-se dentro dele. Não sou refém, e o tempo passa para todo mundo, embora as percepções acerca dele sejam individualizadas.
Ainda não vendi o meu primeiro “quadro” tampouco debutei na literatura, mas como o detentor da frase acima –já chorei bastante enquanto ouvia música e, por isso mesmo posso confessar aos 40: eu era um garoto que provavelmente soubesse tudo sobre a vida aos 15 anos.
Que venha então o tempo, adicional, complementar, e com ele tudo o que ainda posso fazer para viver feliz à minha maneira.
Artista: Queen
Música: Love of My Life
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