domingo, 17 de maio de 2009

Os Embalos Continuam

John Travolta vive a personagem que o consagrou no cinema, o sensual, inteligente e, problemático, Tony Manero no longa “Saturday Night Fever” (EUA, 1977) dirigido por John Badham.

A saga do vendedor de uma loja de tintas, no Brooklyn, durante o dia e, dançarino imbatível nas pistas das discotecas à noite, parece à primeira vista algo singelo e raso demais para ser levada a sério.

Porém, enquanto os globos espelhados da trama refletiam suas luzes coloridas sobre as salas escuras dos cinemas do mundo e, Travolta vivenciava um drama particular na vida real – sua namorada a atriz, Diana Hyland, agonizava em decorrência de um câncer terminal – Tony Manero evocava o grito de liberdade de milhões de jovens suburbanos que sem perspectiva de vida perambulavam pelos subúrbios de Nova Iorque, quase sempre envolvidos com a prostituição, a marginalidade e, as drogas como única forma de expressão para suas frustrações pessoais.

Oriundo de uma família ítalo-americana, Manero era um rapaz com potencial suficiente para atravessar a ponte que separava o subúrbio da cobiçada “Meca” da Ilha de Manhattam.

“A nova geração corre alguns riscos; se forma no colégio, procura um emprego, resiste aos problemas. E uma vez por semana, nas noites de sábado, ela explode”, assim escreveu o jornalista Nik Cohn numa matéria de capa para o jornal New York Times intitulada “Tribal Rites of the New Saturday Night" ("Ritos Tribais da Nova Noite de Sábado"), justamente o artigo que serviu como inspiração para que John Badham rodasse “Os Embalos de Sábado à Noite”.

Além de transformar a disco em febre e, Travolta em herói para jovens de todo o mundo, “Saturday Night Fever” retrata com realismo as questões sociais de uma metrópole e seus espaços urbanos pré-definidos.

A trilha sonora dos Bee Gees é outro ponto alto do filme, mas Saturday Night Fever deveria ser lembrado mais pelas problemáticas sociais que emergem em sua trama e, que parecem hoje redimensionar uma profundidade que não foi vista no final da década de 70.

Este post é dedicado a um outro Tony, também de sobrenome italiano, Bombarda, que assim como o seu xará Manero, saiu do subúrbio para lutar com dignidade e ousadia por seu espaço em uma metrópole muito parecida com Nova Iorque.

Vida longa ao Tony Bombarda!

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa lembrança! Final dos 70!!!