domingo, 3 de maio de 2009

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A primeira vez agente nunca esquece! Bordão publicitário batido, mas que de vez em quando ainda funciona.

Corri por uma sinuosa e desafiante estrada. Foram apenas 5Km, muito para uns e, pouco para muitos.

Estava ansioso, queria testar os meus limites. A manhã da última sexta-feira 1° de maio não poderia ser mais bela do que foi.

Outono, friozinho leve, céu divinamente azul na cinza São Paulo. O horizonte conspirava a meu favor no lindo Parque do Carmo em meio ao verde e, ao sol.

Quando foi acionada a sirene de largada a minha única certeza era a da alegria. Lembrei dos dias difíceis de um ano atrás, mas fiquei feliz por está no meio de uma multidão novamente. Ali, anônimo, eu desafiava a mim mesmo e, claro, ao tempo.

De cara um quilometro inteiro só de subida, mantive o meu ritmo firme e, acreditei, ‘saltei no escuro’.

Foi com esse espírito que comecei a caminhar no ano passado diante a uma teimosa e perigosa depressão.

Eram duas as minhas opções: pular no escuro, ou, permanecer imerso em minhas próprias dores.

Optei pela primeira. Não foi fácil, mas alguma coisa aconteceu de lá pra cá.

Quando alcancei o quarto quilometro tudo começou a parecer mais fácil. As dores sumiram, a minha mente estava forte e confiante.

Cruzei a chegada dando um sprint final (quem diria), estava inteiro e ainda briguei para melhorar o meu próprio recorde pessoal. Vibrei muito, pois venci um desafio.

Aprendi que o mundo não vai mudar por causa das minhas dores e, tampouco pelas minhas vitórias.

Mas despende apenas da minha própria força pintar um mundo com um pouco mais de cor e vida.


Fiquei na honrosa 115° posição entre 195 guerreiros que fazem da corrida uma rotina saudável, divertida e prazerosa.

É apenas um recomeço, mas para mim representa um pouco mais que isso: estou vivo!

Um comentário:

Anônimo disse...

oi jonathas, parabéns por todas essas conquistas em tão pouco tempo. a opção pela vida, pular no escuro para alcançar cores, é sempre um sinal de humanidade e mente saudável. alguns pensam que só os fracos deprimem. mera ilusão. é preciso ser muito forte e ter muita coragem para que o corpo possa, célula por célula, entrar em luto. pois, sair desse escuro e se permitir pular em outro escuro (no sentido que a gente não sabe o que vai encontrar)é sinônimo de muita humanidade. essa você tem "pulando" pelas veias, por todos os poros da sua pele. suas artérias e veias sejam abençoadas em todas essas jornadas. imagino elas e todo seu corpo correndo e vibrando na maratona. belo resultado. no mesmo dia, 01 de maio, fiquei encantado com a "performance" das mulheres finalistas do troféu são paulo de atletismo no ibira...todas, como você, vencedoras!!! bom domingo.