A canção Atlantic, dos ingleses do Keane, é uma perfeita tradução de beleza sonora, às vezes convertida em bucólica melancolia.
Quando surgem os primeiros acordes de piano, as luzes advertem que o clima está propício para revelar o quanto a música pop ainda pode nos emocionar.
"Espero que todos os meus dias/sejam iluminados por seu rosto/Espero que todos os anos/segurem firmemente nossas promessas".
Entoa Tom Chaplin com sua concisão vocal, e ao mesmo tempo, com uma refinada delicadeza artística. A bateria marcial ao fundo enfeita a melodia enquanto os telões exibem cenas de um olho humano, azul profundo como o oceano, piscando como se a vida passasse em apenas poucos segundos.
Então acontece a esperada quebra de andamento e, com ela veem à tona a poesia e o falsete delineado de Chaplin enredando que a vida solitária pode ser bastante estéril:
"Eu preciso de um lugar/onde eu possa fazer minha cama/Um colo de amantes onde/eu possa descansar minha cabeça/Porque agora a sala está girando/O dia está começando".
É uma pena, pois o show aproxima-se do fim.
Um comentário:
"sejam iluminados por seu rosto"...que eu nunca vou esquecer. o fim começou faz tempo. antes mesmo do Keane.
Postar um comentário