“Só os que um dia perderam a cabeça sabem raciocinar "
(Oscar Wilde)
Talvez essa seja uma das variáveis que fazem hoje do belga, Brian Molko, um artista despido, que se entrega e, se revela como poucos sobre o palco e, em suas letras.
À frente dos vocais da banda britânica Placebo, o dândi Molko construiu uma reputação respeitável no cenário do indie rock.
Esta canção, “Peeping Tom”, carrega em si um turbilhão de sentimentos, em uma terna e comovente interpretação de Molko.
Me faz lembrar um amigo poeta, Nivandro Vale (Radioteca), que curiosamente também canta, compõe e sabe muito bem traduzir as emoções que carregamos na alma. Ele adora o Placebo.
I'm weightless
I'm bare
I'm faithless
I'm scared
Eu estou vazio,
Eu estou nu,
Eu estou sem fé,
Eu estou com medo.
Quem nunca sentiu isso na vida?
Grande Placebo!
2 comentários:
despido de toda coragem...vazio de toda fé...envolvido pelo medo. como disse joão, só a um sentimento capaz de superar todo o medo...o amor! Ele se referia ao Amor. não apenas ao sentimento de amor. noite nua. vazia. está só começando na "paulicéia desvairada".
a noite há muito se foi...agora me sinto menos nu e posso comentar a cena do clip que ilustra essa postagem e a canção "peeping tom". em "cinema paradiso" temos, na relação platônica entre totó e elena, uma pequena metáfora a questão da "espera". alfredo conta para totó a história de um jovem que prometera esperar que o grande amor da sua vida saisse à porta para aceitá-lo. durante 1 ano, todos os dias e todas as noites, no sol e na chuva, o rapaz ficou a esperar na porta da casa da moça que amava. faltava apenas 1 dia para ele cumprir a promessa quando decidiu se retirar e ir embora para sempre. totó fica indignado e pergunta a alfredo: "mas, como? ele desistiu, depois de passar por frio e fome, no último dia?" afonso: "exatamente. e não me pergunte a moral dessa história porque eu não sei". totó viveu na pele a própria história em sua espera por elena. ele também desistiu de esperar e foi embora. mas, desde a primeira cena de cinema paradiso, temos toda referência à espera de penélope por ulysses!!! a mãe e o pai que espera o filho voltar para casa no final do dia ou depois de uma longa viagem...a espera da mulher pelo marido, ou vice versa...uma eterna espera. na verdade, talvez essa seja a "moral", ninguém precisa satisfazer a expectativas de ninguém. nenhuma pessoa pode precionar ou querer antecipar o tempo da outra. totó descobriu que a gente quer ver livre a quem se ama. quando ele deixou de precionar, elena foi ao seu encontro na sala de projeção do pequeno cinema paradiso. aconteceu de novo...
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