Um dia de cada vez, uma noite para se viver a cada
entardecer… Com esse lema ela não perdia seu tempo racionalizando muito suas
paixões, seus encontros e desencontros, mas naquela noite um fato novo abalaria
aquela certeza travestida de rocha e amuleto existencial.
Meia luz, meia-noite, uma quinta-feira quase perdida. No
balcão alguém pede ao barman uma dose do melhor Bourbon da casa...
Depois disso e, de muitos olhares e alguns sorrisos - ela deixa de lado qualquer certeza em troca de uma conversa macia, alegre e sem muita pretensão. Alguém acabara de lhe evidenciar uma repentina vocação...
Na manhã seguinte ela percebeu o inevitável:
Sim, o amor estava ao seu lado, e dividia a mesma cama que ela naquele dia nublado de fim de inverno.
Vitrola: Don’t Let Me Be Lonely Tonight - James Taylor
Toninho, o Tico para os amigos – sempre que Hyldon estremecia
as caixas de som de qualquer bailinho dos anos 70, algo acontecia
repetidamente...
Ele sempre me contava a mesma história... Um amor que ele
guardava com carinho e do qual fazia questão de continuar alimentando. Tudo era
marcante, mas quando “As Dores do Mundo” chegavam em seus ouvidos era
automático ver seus olhos marejados e sua boca verbalizando a sua alma
machucada por aquele amor de outrora, da Cida de BH e da única noite em que os dois
dançaram de rostinho colado a canção pela primeira e última vez...
Tico já partiu e a Cida da história deve estar por aí
vivendo outras paixões...
Vitrola: As Dores do Mundo - Hyldon