Às vezes eu preciso voar, mesmo que os meus pés não saiam do chão. Voar é percorrer os pensamentos mais livres, eu sobrevoo meus delírios e medos, talvez assim um dia eu encontre aquilo que não sei dizer,
Esta
noite um mar de gente saiu às ruas para dizer que as coisas como estão precisam
ser alteradas...
O
povo nas ruas é como deve ser... Chega de comodismo, muitas coisas estão
erradas, muito roubo, muita corrupção, tudo tem um limite... Prefiro ver os jovens protestando a vê-lôs babando por aquele timinho tosco do sargento Felipão.
Nossa
primavera é quase no inverno, mas enfim chegou!
Eu
gosto da canção! Parece-me obvia para este dia, mas...
Não
é bem o dia que mais aprecio no ano, longe disso, mas estou aprendendo a gostar
mais desses dias de passagem, lembranças, planos futuros... Acho que começo a envelhecer!
Caras
como eu
Estão
ficando chatos
Como
solas de sapatos
Que
se gastam
Com
o passar do tempo
Com
o tempo eu já sei que provavelmente terei menos anos pela frente dos que já
respirei... ainda dá pra comer bastante poeira pelas estradas, pelos bailes da
vida, diria o Milton! E assim vou oscilante...
Se
tivesse que completar a letra do Tony (que é perfeita) acho que a minha última
estrofe seria assim:
Caras
como eu
estão
descobrindo a fé
nas
inesperadas viradas da vida
sem
esperar nenhum milagre
além
de respirar mais sereno
sorrir
um pouco mais
e
dançar conforme o vento e a ocasião...
Parece
de fato que estou me transformando em um camaleão...
Ás vezes em me sinto como um contêine lotado
é minha versão contrabando
uma liquidação de emoções baratas
em outras sou o vazio
retraído,
miúdo,
batendo lata
jamais consigo encontrar equilíbrio
e nem poderia:
sou o olho do furacão,
o epicentro do terremoto,
um dândi esquizofrênico
não tenho mais a necessidade
de causar uma impressão duradoura nas pessoas
fui arremessado para longe
não sei se caí em pé
talvez tenha me retorcido
fraturado a alma
agora avisto no espelho
uma sombra opaca
talvez seja real
mas acho mesmo
que ao ascender a luz
revelarei eu Vitrola: Suede - Stay Together
Uma
noite dessas eu fiquei segurando meu baby no colo. Ele dormia tranquilamente o
sono dos justos, um anjinho sonhando e vindo aos poucos para este lado da vida.
Escutamos
juntos Coltrane e seu sax tenor, foi um momento de paz e harmonia na madrugada
fria de outono. Fiquei admirando a sua beleza pueril, sua necessidade de estar
perto do pai ou da mãe, sua delicada forma de lhe lidar com essa nova vida...