sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dance, dance, dance



“Acordo. Onde estou? Reflito. Não só reflito, como também me questiono: - Onde estou? – No entanto, esta pergunta não tem nenhum sentido, pois sei exatamente qual é a resposta. Aqui é a minha vida. O cotidiano da minha existência. Algo subordinado à existência real denominada eu. Aqui é um lugar em que, tendo eu aprovado ou não certas ocorrências, fatos e circunstâncias, elas se tornaram parte de minha existência...”.

Em Dance, Dance, Dance (1988) Haruki Murakami descreve uma aventura criativa “pop kafkiano” ambientada em um hotel estranho e, onde a relação entre suas personagens (também estranhas) é entremeada com o universo do rock e da música pop do século 20. De Paul Mauriat à Duran Duran, passando por Dylan, Clapton, Bowie, Human League, etc.

O leitor vaga pelos corredores, quartos, recepção e outros recantos do Hotel dos Golfinhos numa engenhosa e cativante estória que aos olhos do leitor sugere rotinas, dados e pinceladas do cotidiano nosso de cada dia, seja Londres, Tóquio, BH, sampa ou Bombaim.

Como vivo entre um hotel e outro, tendo a estrada como ponte entre universos distintos, me agrada muito a percepção sutil e humorada do escritor maratonista.

O escritor japonês é um dos meus favoritos por identificação e admiração pessoal. “Tenho três coisas que me ajudam...

-um gato, música e livros. (isso é singelo). Belo!

Além do mais o cara ainda é maratonista, eu também corro, não maratonas, mas gosto de ouvir o meu corpo em ação.


Na vitrola: Bob Dylan - It's all over now baby blue

Um comentário:

Lidce disse...

Acho que nunca saberemos, mas tento viver o hoje, o amanhã? não sei a quem pertence...