“Acordo.
Onde estou? Reflito. Não só reflito, como também me questiono: - Onde estou? –
No entanto, esta pergunta não tem nenhum sentido, pois sei exatamente qual é a
resposta. Aqui é a minha vida. O cotidiano da minha existência. Algo
subordinado à existência real denominada eu. Aqui é um lugar em que, tendo eu
aprovado ou não certas ocorrências, fatos e circunstâncias, elas se tornaram
parte de minha existência...”.
Em
Dance, Dance, Dance (1988) Haruki Murakami descreve uma aventura criativa “pop
kafkiano” ambientada em um hotel estranho e, onde a relação entre suas personagens
(também estranhas) é entremeada com o universo do rock e da música pop do
século 20. De Paul
Mauriat à Duran Duran, passando por Dylan, Clapton, Bowie, Human League, etc.
O
leitor vaga pelos corredores, quartos, recepção e outros recantos do Hotel dos
Golfinhos numa engenhosa e cativante estória que aos olhos do leitor sugere
rotinas, dados e pinceladas do cotidiano nosso de cada dia, seja Londres, Tóquio, BH,
sampa ou Bombaim.
Como
vivo entre um hotel e outro, tendo a estrada como ponte entre universos
distintos, me agrada muito a percepção sutil e humorada do escritor
maratonista.
O
escritor japonês é um dos meus favoritos por identificação e admiração pessoal.
“Tenho três coisas que me ajudam...
-um
gato, música e livros. (isso é singelo). Belo!
Além
do mais o cara ainda é maratonista, eu também corro, não maratonas, mas gosto
de ouvir o meu corpo em ação.
Na vitrola: Bob Dylan - It's all over now baby blue