Este
projeto abriga e carrega sonhos,
“e
sonhos não envelhecem...”.
Quando
adentrei pela primeira vez na Unidade Móvel de Artes e Cultura do Sesi SP me dei
conta que de algum modo em minha tortuosa vida, o cosmo, Deus, aquelas reviravoltas
que acontecem ao longo de nossa existência, haviam me trazido para um lugar
todo especial. Sem dúvida alguma, uma segunda e encantadora casa. A casa móvel
dos sonhos!
Para
alguém que sempre foi tido como “problema” aquele acervo precioso de arte e
cultura universal representavam muito mais do que um trabalho remunerado. Era
um sonho a se realizar depois de comer o pão que o outro amassou.
O
desafio constante de mudança parece ter caído como uma luva para alguém que não
era, assim digamos, tão afeito a mudanças bruscas. Talvez aquele medo teimoso de
viver, de teorizar em atitudes tanta coisa que acredito, enfim a própria vida, seus dilemas e pequenas alegrias diárias.
Descobri
no cotidiano que só me chama de pessimista quem de fato não me conhece ainda,
apesar de confessar, tenho mesmo uma quedinha pela tragédia que um copo de água
por vezes pode “causar”. Ninguém pode ser perfeito!
É
lá fui eu tal qual um Luiz Gonzaga – apaixonado e sonhador – me atrever a
conhecer lugares e pessoas pelo interior de SP a fora.
Nunca
fez tanto sentido as palavras do Mestre Luiz Gonzaga:
“Minha
vida é andar
Por
esse país
Pra
ver se um dia
Descanso
feliz
Guardando
as recordações
Das
terras por onde passei
Andando
pelos sertões
E
dos amigos que lá deixei.
Chuva
e sol
Poeira
e carvão
Longe
de casa
Sigo
o roteiro
Mais
uma estação
E
a saudade no coração”.
Fico
realmente orgulhoso por fazer parte de algo assim, simples, direto, encantador,
que só faz bem as pessoas de todas as idades, credos e classes sociais.
E
se hoje me permito abrir o meu coração neste diário virtual, é porque aprendo a
me reinventar a cada novo dia, a cada nova viagem, por todos os lugares que já
passei e ainda passarei, todas as pessoas que conheci, todas as lágrimas que guardei quando me
senti impotente frente a adversidade e carência do nosso povo.
Sou mambembe,
móvel, uma metamorfose ambulante que vê poesia onde muitos apenas enxergam
pobreza, apatia, e desprezo. Esse sou eu em plena atividade, daqui até o fim.