terça-feira, 3 de abril de 2012

A Casa Móvel dos Sonhos



Este projeto abriga e carrega sonhos,
“e sonhos não envelhecem...”.

Quando adentrei pela primeira vez na Unidade Móvel de Artes e Cultura do Sesi SP me dei conta que de algum modo em minha tortuosa vida, o cosmo, Deus, aquelas reviravoltas que acontecem ao longo de nossa existência, haviam me trazido para um lugar todo especial. Sem dúvida alguma, uma segunda e encantadora casa. A casa móvel dos sonhos!

Para alguém que sempre foi tido como “problema” aquele acervo precioso de arte e cultura universal representavam muito mais do que um trabalho remunerado. Era um sonho a se realizar depois de comer o pão que o outro amassou.

O desafio constante de mudança parece ter caído como uma luva para alguém que não era, assim digamos, tão afeito a mudanças bruscas. Talvez aquele medo teimoso de viver, de teorizar em atitudes tanta coisa que acredito, enfim a própria vida, seus dilemas e pequenas alegrias diárias.

Descobri no cotidiano que só me chama de pessimista quem de fato não me conhece ainda, apesar de confessar, tenho mesmo uma quedinha pela tragédia que um copo de água por vezes pode “causar”. Ninguém pode ser perfeito!

É lá fui eu tal qual um Luiz Gonzaga – apaixonado e sonhador – me atrever a conhecer lugares e pessoas pelo interior de SP a fora.

Nunca fez tanto sentido as palavras do Mestre Luiz Gonzaga:

“Minha vida é andar
Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras por onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei.

Chuva e sol
Poeira e carvão
Longe de casa
Sigo o roteiro
Mais uma estação
E a saudade no coração”.

Fico realmente orgulhoso por fazer parte de algo assim, simples, direto, encantador, que só faz bem as pessoas de todas as idades, credos e classes sociais.

E se hoje me permito abrir o meu coração neste diário virtual, é porque aprendo a me reinventar a cada novo dia, a cada nova viagem, por todos os lugares que já passei e ainda passarei, todas as pessoas que conheci, todas as lágrimas que guardei quando me senti impotente frente a adversidade e carência do nosso povo. 

Sou mambembe, móvel, uma metamorfose ambulante que vê poesia onde muitos apenas enxergam pobreza, apatia, e desprezo. Esse sou eu em plena atividade, daqui até o fim.


Um comentário:

Lidce disse...

Aprendi com você que existe um lado bom no "pessimismo" a vida não nos permite e não nos deixa ser otimistas sempre e a "auto-ajuda" tão famosa é um pé no saco!Sei que às vezes precisamos ouvir umas palavras de alento para suportar essa nossa vida dura, mas...