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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Jogo dos Contentes



Aqui dois exemplos do jogo dos contentes que vez por outra cito neste espaço. São duas capas da Revista Isto é, a da direita é a capa desta semana, e da esquerda é mais antiga. Em comum as duas com intenção ou não, terminam por vender uma ideia de felicidade que nos persegue cotidianamente. Nos dois casos a felicidade está focada no crescimento econômico dos personagens citados nas respectivas  capas e matérias.

Não existe nenhum problema em traçar um perfil de pessoas que cresceram economicamente nos últimos anos em solo pátrio, tampouco revelar que alguns brasileiros da dita terceira idade vão muito bem obrigado em suas vidas.

Mas... mas...

O que incomoda nos dois casos é a falta de um contraponto, de outro olhares, como que o leitor pudesse indagar espontaneamente:

-Mas e os outros que não tiveram essa sorte, oportunidade, ou quem sabe apenas foram honestos durante suas vidas e desta forma não enriqueceram, não prosperaram. E daí? Existem? São pessoas fracassadas é isso que vocês querem dizer? Mas por quê? 

Porque infelizmente uma minoria de pessoas com mais de 60 anos vivem dignamente neste país... Muitos idosos estão internados em hospitais públicos, sem sequer receberem um atendimento médico adequado e terão um final de vida melancólico.  

Este tipo de matéria apenas endossa uma vaga sensação de mascaramento social, de uma sociedade do faz de conta, distante de outras tantas possibilidades, inclusive a de ser alguém dito feliz sem ter nenhum tipo de sucesso. Me parece razoável destoar da maioria neste caso...


A mídia como um todo no país é muito unilateral, vende o que lhe interessa, melhor dizendo, vendem geralmente ficção, estórias onde a veracidade é tão concreta e sólida tal qual qualquer telenovela. Não existe responsabilidade neste caso, ficção vira realidade e pronto. Acredite se quiser!

Neste jogo dos contentes me parece cada vez mais proposital este intento arrogante de não aprofundar nada, é algo como se as pessoas não fossem capaz de analisar realidades dispares, o leitor no fim das contas é tratado como um idiota, um imbecil incapaz e, querendo ou não a imagem que perpassa é: Todos nós precisamos ser felizes a qualquer preço, sobretudo ganhando muito dinheiro, adquirindo bens, consumindo muito, tendo saúde, corpos bem esculpidos, etc. e tal...

Quer saber? Prefiro viver a vida de outra maneira, sem afetação, um dia de cada vez.



quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Falta que a falta faz...



Minhas postagens estão rareando… Criatividade a gente não tem todo santo dia e, existem fases onde a paciência não existe pra quase nada, faz parte. Assisti outro dia o Tonny Bennett na TV. Sua voz continua fantástica e seu raciocínio e visão sobre a arte no mundo são abrangentes. Ninguém é Tony Bennett por acaso e daqui algum tempo saberemos na prática os efeitos da conectividade, dessa sociedade que adora “compartilhar” a vida virtualmente (exatamente o que estou fazendo agora).

Um jornalista foi executado em São Luís. Bem, todo mundo que morre vira santo e definitivamente o Décio Sá não era uma pálida sombra de alguém com esses adjetivos. Isso obviamente não justifica seu brutal e covarde assassinato. Fica para mim apenas uma questão: Vale a pena mesmo defender o indefensável em nome de algum orgulho, de algum status, de algum dinheiro, ou mesmo em nome de sua vocação? 
Provavelmente sim, e aí mora a maior virtude de Sá, o direito de fazer o que pensava ser correto e melhor para sua vida. Décio foi fundo em suas investigações e sabia dos riscos, obviamente. É difícil ser jornalista em qualquer lugar deste planeta, mas temo que no Maranhão seja um 'bocadinho' mais complicado, por diversas razões que prefiro não abordar neste momento. Prefiro mesmo ficar ouvindo K.D. Lang e Tony Bennett, acreditando que o meu mundo ainda é bem azul...   

Tony Bennett and k.d. lang - Blue Velvet