Se hoje sou
deserto
É que eu não
sabia
Que as
flores com o tempo
Perdem a
força
E a ventania
Vem mais forte...
Recentemente assisti ao um documentário sobre a música
popular brasileira, nele Fagner em determinado momento conta como sempre lutou
contra a expropriação do trabalho do artista, no caso dos músicos. Certa vez
foi convidado para participar de uma homenagem a Luiz Gonzaga, tudo ok.
Chegando no local da homenagem encontrou alguns artistas da linha sertaneja
comercial e que não tinham nenhuma ligação com o velho Lua, enquanto outros outros
artistas que haviam compartilhado suas carreiras com o Rei do baião haviam sido
sumariamente excluídos do evento. Não teve dúvida, foi fuçar a real razão daquela
escalação injusta e encontrou o verdadeiro interesse:
O produtor do evento havia limado os artistas
representativos do baião para colocar em seu lugar os sertanejos que eram produzidos por ele, um
absurdo! A coisa azedou e Fagner saiu esculhambando com tudo e todos pelos
camarins, fazendo bastante barulho, e levando consigo uma parte dos artistas antes de ir embora.
Merece muito respeito por sua obra e coragem nos bastidores,
pois não é todo artista que possuí essa coragem de buscar justiça em seu meio.
Geralmente o dinheiro cala as divergências e encobre as reais diferenças, inclusive as qualitativas.
Vitrola: Raimundo Fágner – Noturno