terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Noturno


Se hoje sou deserto
É que eu não sabia
Que as flores com o tempo
Perdem a força
E a ventania
Vem mais forte...

Recentemente assisti ao um documentário sobre a música popular brasileira, nele Fagner em determinado momento conta como sempre lutou contra a expropriação do trabalho do artista, no caso dos músicos. Certa vez foi convidado para participar de uma homenagem a Luiz Gonzaga, tudo ok. 

Chegando no local da homenagem encontrou alguns artistas da linha sertaneja comercial e que não tinham nenhuma ligação com o velho Lua, enquanto outros outros artistas que haviam compartilhado suas carreiras com o Rei do baião haviam sido sumariamente excluídos do evento. Não teve dúvida, foi fuçar a real razão daquela escalação injusta e encontrou o verdadeiro interesse:

O produtor do evento havia limado os artistas representativos do baião para colocar em seu lugar os sertanejos que eram produzidos por ele, um absurdo! A coisa azedou e Fagner saiu esculhambando com tudo e todos pelos camarins, fazendo bastante barulho, e levando consigo uma parte dos artistas antes de ir embora.  

Merece muito respeito por sua obra e coragem nos bastidores, pois não é todo artista que possuí essa coragem de buscar justiça em seu meio. Geralmente o dinheiro cala as divergências e encobre as reais diferenças, inclusive as qualitativas. 

Vitrola: Raimundo Fágner – Noturno

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