Ela que habitava próximo as trevas, nunca suportou a
monotonia dos domingos.
Domingo sim e domingo não, aquele era o único dia da
semana em que ela não escrevia suas poesias...
O quadro da família feliz reunida à mesa na espera do
almoço da semana, da macarronada eterna da matriarca infinita... Era sua cena
preferida para dar inicio ao destrato coletivo...
O vinho era o
contraponto da reunião ‘feliz’, pois ele liberava o escape, aquelas palavras
que ninguém nunca diz sóbrio, careta... de cara.
Naquele domingo em especial, ela se enfurnou em seu pequeno
apartamento, cerrou todas as persianas, ascendeu um cigarro, deu seu trago e
resolveu dormir... dormir... dormir... ZZZZZZ
Nunca mais acordou.
Seus domingos nunca mais serão os mesmos, e a
possibilidade daquela praia ensolarada com seus filhos ao redor jamais haverá
novamente.
Foi num domingo sombrio, que ela partiu.
Vitrola: Portishead - Gloomy
Sunday
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