Desta vez alguns poetas me acompanham para celebrar a
data, para me ajudar a tentar entender o que me aconteceu nos últimos 45
anos...
A ação do tempo sempre me mobilizou, encantou e ao mesmo
tempo assombrou:
“O tempo traz
o que você não esperou
nem percebeu
que não volta mais
viveu, passou, /morreu”,
diz Guilherme Arantes em uma de suas mais recentes
canções.
Existem alguns séculos separando Guilherme, eu e o poeta
Manuel Bandeira,
mas quando leio o poema de Bandeira, logo arregalo os
olhos, parece-me tão atual!
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
Manuel Bandeira
O vento que varria os meses, e varria o lindo sorrir,
varria às vezes a esperança...
É neste instante que o outro poeta do século passado
entra em cena e canta com sua dramaticidade ímpar que me encanta, pois sei sim
que sou um ser dramático por natureza:
“Please
wait
Don't
lose Faith”…
Morrissey me presenteia com sua singularidade poética,
e assim recebo os presentes atemporais, as mensagens
de fé e esperança em mais um natal Cármico.
Obrigado meus queridos amigos...
Vitrola:
Morrissey - I know It's Gonna Happen Someday