Gérard Depardieu é Alain Moreau, um cantor que faz sua vida em boates locais, chás dançantes e convenções de empresas. Ele sabe que nunca será um grande artista, mas ama cantar e esta é a sua vida até encontrar Marion (Cécile De France), uma mãe solteira com um triste passado.
A partir de então assistimos Alain Moreau atingido em cheio pelo entusiasmo típico que o amor é capaz de causar em alguém, assim mesmo, de repente. Esta é uma possível sinopse para o filme "Quand J'étais Chanteur", mas não é tudo.
A canção de Michel Delpech aparece na cena final interpretada por Gérard Depardieu. Um desfecho sensível para uma estória interesante.
Foo Fighters e Norah Jones embalam a minha segunda-feira em uma bela cidadezinha no interior paulista. É como se eu estivesse em uma sala de espera ouvindo o meu musak “Virginia Moon”.
Serena é a vida quando permitimos que assim ela seja, apesar dos problemas...
“Só os que um dia perderam a cabeça sabem raciocinar " (Oscar Wilde)
Talvez essa seja uma das variáveis que fazem hoje do belga, Brian Molko, um artista despido, que se entrega e, se revela como poucos sobre o palco e, em suas letras.
À frente dos vocais da banda britânica
Placebo, o dândi Molko construiu uma reputação respeitável no cenário do indie rock.
Esta canção, “Peeping Tom”, carrega em si um turbilhão de sentimentos, em uma terna e comovente interpretação de Molko.
Me faz lembrar um amigo poeta, Nivandro Vale, que curiosamente também canta, compõe e sabe muito bem traduzir as emoções que carregamos na alma. Ele adora o Placebo.
E quem nunca viveu uma história semelhante a do romance “Norwegian Wood” do japones Haruki Murakami? Quem nunca se apaixonou pela namorada do melhor amigo? Assunto um tanto espinhoso, mas ao mesmo tempo instigante.
Formado por Luiz Bueno e Fernando Melo, o Duofel, é mais que meramente um dueto instrumental: é um estado de espírito. A dupla mistura Beatles com viola caipira e, elementos distintos de diversos universos musicais. Ouvir "Do Outro Lado do Oceano" sossega e renova a alma.
Uma ótima pedida para uma sexta-feira tranquila...tranquila...
Essa foi a minha primeira postagem neste blog. Adoro a canção, gosto do texto, por isso o repeteco.
Existem músicas que devoram a sua alma, corrompem os seus sentidos, e te fazem perder o rumo. A canção “This Time” da banda inglesa Suede, é um bom exemplo destes casos.
O Suede foi uma das mais bem articuladas bandas dos anos 90, revivendo os melhores dias do glam rock inglês da década de 70 e, de quebra, dando o pontapé incial ao Britpop.
Antes mesmo de Blur e Oasis atingirem o topo das paradas, a gênese criativa de Brett Andresone Bernard Butlerinvadiu o cenário pop da juventude cosmopolita londrina durante os últimos anos do século XX. Fortemente influenciados pelo camaleão David Bowie, o Suede deixou para posteridade pelo menos dois grandes álbuns: Suede (Março de 1993, Nude Records) e, Dog Man Star (Outubro de 1994, Nude Records).
A sonoridade de “This Time”, gravada no álbum duplo Sci-Fi Lullabies (Nude 1997) - uma compilação de lados B registrada já sem o vigor dos riffs da guitarra de Bernard Butler - é cortante, uma balada movida por uma emoção delicada. O piano de Neil Codling é simplesmente comovente, se você estiver então em um dia ruim, nem ouça! As lágrimas certamente cairão como a chuva no meio de uma tempestade.
A doçura na voz límpida e sedutora de Brett Anderson é também responsável por esta menção honrosa a esta linda balada:
"Oh, Day after day, every morning/The city sighs and cars collide"
Canta Brett respaldado pelas singelas palavras que abrem uma constatação premente a nós jovens urbanos: o tempo se esvai quando não estamos com quem amamos.
Já pensou o que faz um jovem inglês aos domingos? Pois bem, por lá o sol não costuma dar as caras, e mesmo em um dia nublado um passeio por um dos belos parques da cidade de Londres certamente fica mais interessante e gostoso ao lado da pessoa amada. Mas e quando não se tem alguém para dividir esse passeio?
A canção destroça o que restou dos nossos corações no solo final da guitarra de Richard Oakes, machucando por entre a melodia tristonha, e pintando em nosso imaginário um dia nublado, chuvoso e marcado pela solidão e indiferença das grandes cidades urbanas.
Por fim, a canção descreve bem em verso, prosa e, melodia o que a ação do tempo produz sobre nós seres humanos.
Falar de amor pode até ser clichê, mas em “Apenas o Fim” (2009) o amor é quase um atestado de idoneidade entre dois jovens universitários da classe média carioca.
Em plena faculdade Antônio (Gregório Duvivier) é procurado por sua namorada (Erika Mader), que lhe avisa que pretende fugir de casa e recomeçar a vida em outro local. Ele tenta convencê-la do contrário, sem sucesso. Os dois concordam em passar a próxima hora juntos, relembrando momentos do passado e imaginando o futuro.
Primeiro filme dirigido por Matheus Souza, “Apenas o Fim” é composto pela simplicidade. Uma única locação, o campus da PUC no Rio de Janeiro, pouco dinheiro investido para um longa, boas idéias e longos e divertidos diálogos que podem esconder aspirações maiores que apenas entreter o público em uma sala de projeção de cinema.
Cheio de referências ao universo pop de uma geração, como "Cavaleiros do Zodíaco", "Power Rangers" e Backstreet Boys, o cineasta e roteirista afirma que o filme é para ser visto por todos.
E lá pelas tantas quando parece que o filme vai murchar, surgem frases que comprovam a estirpe de um bom roteiro:
- Você é uma fraude, sabia? Uma fraude!
Bem bonitinha, mas uma fraude.
- Você foi feliz comigo de verdade?
- Não. Mas a culpa é minha!
- O que você mais gosta de mim?
- Eu gosto do jeito que você toca flauta com o nariz.
- Você não é tão diferente assim, preciso te informar isso.
- Boa parte desse monstro que sou hoje é culpa sua.
- Eu sou aquela vontade que dá, de repente, de tomar Fanta Uva.
- Você é o Menthos.
- Qual o homem mais bonito do mundo pra você?
- Chico e o Johnny Depp.
- Não pode ser outro?
- Você vê filmes demais. Vai acabar me amando pra sempre.
- A gente se perdeu no momento em que a gente se encontrou.
- Vocês mulheres tem uma visão completamente equivocada do que nós pensamos sobre as mulheres. Qual a mulher que a gente mais respeita? Não é a nossa mãe que mostra o peito pra gente logo no primeiro encontro?
- Descobrir que a vovó Mafalda era homem
foi traumático para toda uma geração.
- Eu vou sentir falta das suas mãos quentinhas.
- E eu do seus pés, sempre gelados.
- Você acha que iria gostar de mim se eu não fosse tão complicada?
- Acho. Gostaria sim.
- A única diferença entre a arte e a terapia
é que se eu deixar de escrever um dia, não pago a sessão.
- Você é meu chicletinho mastigado.
- O único lado bom de morrer de amor
é que você continua vivo.
- Você acredita em Deus?
- O problema não é saber se ele existe ou não.
É saber quando ele tá blefando.
- Desculpe. Eu não sei o que é ficar cansado de você.
- O que você acha mais importante: amor ou sexo?
- A primeira opção. Mas qual foi mesmo a primeira coisa que você falou?
- Se você ficasse eu faria de tudo para eliminar todos os meus defeitos,
mesmo não sabendo direito quais são.
E já no final do filme uma revelação devastadora:
- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora? Agora é o resto das nossas vidas.
Daí sobe a música dos Los Hermanos, Antônio então senta-se e assisti a namorada partir enquanto a melancolia vira arte.
Pois é...
-Você me ama?
- Falar sobre amor é clichê.
- Falar que falar sobre amor é clichê é que é clichê.
Na dúvida é melhor assistir de novo, porque em "Apenas o Fim" Matheus Souza conseguiu ir além do mero entretenimento.
Trilha Sonora Artista: Los Hermanos Música: Pois é
Eu fecho os meus olhos e vejo Suzanne Vega cantando Luka. Uma história de surras, torturas, violência em pleno seio familiar. Suzanne Vega alcançou o estrelato com esta canção de melodia doce e, letra melancólica e ácida sobre espaçamento infantil. Muita gente nem percebeu e achava que se tratava de uma canção romântica. Isso é bem genial nela, bingo!
Corria o ano de 1987, já faz um certo tempo é verdade, mas a canção sobreviveu ao tempo, e Suzanne continua sendo uma grande artista.